O que transformou Ayrton Senna em uma lenda histórica, na qual 217 pilotos vivos da F1 elegeram como o maior piloto da Fórmula 1 de todos os tempos, não foi sua doentia rivalidade com Alain Prost nem o fatídico acidente na Tamburello. É como ele guiava qualquer carro que lhe davam. Caso desse vídeo de 1993 – por sinal, contra Alain Prost na Tamburello.
No tributo do Top Gear a Senna no ano passado, Jeremy Clarkson o resumiu da seguinte maneira: “Senna era espetacular todas as vezes que entrava em um carro”.
Um desses momentos espetaculares está registrado logo acima, no Grande Prêmio de San Marino de 1993. Senna está em segundo lugar. Logo atrás está Alain Prost, e as perspectivas são as piores possíveis para Senna, já que Prost guia um dos melhores carros de Fórmula 1 já construídos, a Williams FW15C de Adrian Newey, com a inacreditável suspensão ativa e o motor V10 Renault de 790 cv, cerca de 142 cv mais potente que o V8 Ford na McLaren MP4/8.
Poderia se pensar que nas velozes curvas de Ímola a McLaren seria um mero coadjuvante no roteiro de Prost. Mas não com Senna ao volante. Veja, por volta de um minuto no vídeo, o que acontece quando Prost sai do vácuo de Senna a quase 300 km/h na Tamburello e toma a parte de dentro da curva, no que seria uma ultrapassagem fácil sobre qualquer outro piloto. É completamente fora do comum. Um momento que faz o queixo cair.
Como descrever um piloto que, em sete das dez temporadas em sua carreira, não tinha o carro mais rápido, e mesmo assim tinha momentos como esse e obteve a pole position em 40% de seus GPs? Do que chamar alguém que podia pilotar um carro dessa forma? Não é a primeira vez que isso acontece ao ver Ayrton Senna, mas estou sem palavras.
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