25 de jun. de 2011

Teste: Fiat Freemont trilha caminhos misteriosos

 Fotos: Divulgação
Teste: Fiat Freemont trilha caminhos misteriosos

Chega à Itália o Freemont, a versão Fiat do Journey, que vem para o Brasil
por Marcelo Cosentino
Auto Press
O Fiat Freemont é o primeiro veículo surgido após a aquisição da Chrysler pela Fiat. E é o perfeito símbolo do que será a nova realidade das marcas. Como as áreas de atuação das montadoras são bem diferente ­ praticamente não há sinergia ­, ambas terão de se aventurar em nichos desconhecidos.
Por um lado, pode representar uma ampliação de leque de ofertas, por outro significa que Fiat e Chrysler terão de vender produtos estranhos aos consumidores de cada uma. No caso do Brasil, o Freemont tem tudo para ter um efeito devastador para a Chrysler. O utilitário esportivo da Fiat é apenas uma versão do Dodge Journey, com retoques estéticos e motorizações diferentes, e será oferecido por valores menores que os iniciais R$ 82,7 mil pedidos atualmente pelo modelo da marca americana. Com preço melhor e uma rede mais estruturada, a Fiat tende a abocanhar as vendas do modelo da Chrysler ­ perto de 200 unidades mensais.
A Fiat trata o Freemont como um carro novo e original. Mas o visual do utilitário insiste que é um Journey que ostenta o emblema da Fiat. Entre as discretas mudanças, estão novos para-choques, grade dianteira com friso cromado em formato diferente e lanternas com leds. As medidas, claro, são rigorosamente as mesmas. O Freemont tem 4,89 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,69 m de altura e entre-eixos de 2,89 m. Na rota do Brasil, o utilitário ainda não tem motor e câmbio confirmados. Especula-se até que possa ser um “revival” do velho 2.4 litros utilizado no Marea ­ na época com 160 cv. Na Europa, ele recebe duas versões do motor 2.0 MultiJet 2 diesel, configurado para 140 cv e 170 cv. Até o fim do ano o Freemont europeu vai receber o motor 3.6 V6 Pentastar a gasolina ­ de origem Chrysler ­ de 276 cv com opção de tração integral e câmbio automático de seis marchas.
A lista de equipamentos do modelo apresenta itens “básicos” como ar-condicionado de três zonas, piloto automático, computador de bordo, faróis de neblina e rádio com tela sensível ao toque. A variante mais completa inclui rodas de 17 polegadas, DVD, Bluetooth, sensores de estacionamento, faróis automáticos e rack de teto. Entre os equipamentos de segurança, estão seis airbags, freios com ABS, controle de estabilidade, sistema de prevenção de capotagem e monitoramento de pressão dos pneus.
O preço do Freemont ainda é um mistério. O modelo fabricado na planta mexicana de Toluca ­ a mesma do Fiat 500 ­ tem a seu favor o acordo bilateral entre Brasil e México para chegar aqui sem pagar os pesados impostos de importação. Na Europa, o modelo parte de 24,9 mil euros, o equivalente a R$ 56 mil. Por aqui, acredita-se que deva começar em torno de R$ 75 mil, bem acima de qualquer outro carro exibido nas concessionárias da marca.

Primeiras impressões

por Carlo Valente
Infomotori/Itália
exclusivo para Auto Press
Monterotondo di Gavi/Itália - ­ O esperado Fiat Freemont foi apresentado em um evento que contou com a presença do CEO da Fiat, Sergio Marchionne. O primeiro resultado concreto da aliança com a Chrysler foi substituir três modelos de uma só vez na Europa: a wagon Croma, o SUV Ulysse e a minivan Multipla. Segundo a Fiat, a meta de vendas para 2011 é de 30 mil veículos ­ 75% destes serão entregues a clientes italianos e o restante irá para outros mercados da Europa. Destas 22,5 mil unidades destinadas ao mercado italiano, a Fiat quer conquistar 80% de novos clientes, ou seja, quatro em cada cinco compradores do Freemont ainda não possuem veículos da marca. Uma estratégia que não deixa dúvidas sobre as expectativas da casa italiana em torno do novo modelo.
O Fiat Freemont é um utilitário com design sóbrio e contemporâneo, caracterizado pela alternância de linhas intensas e suaves ­ que escondem as verdadeiras dimensões do modelo. Graças à distância entre-eixos de 2,89 metros, o Fiat Freemont tem um interior extremamente espaçoso. A disposição dos sete lugares fornece aos ocupantes da segunda e terceira filas uma visão elevada da estrada. Há muitas configurações possíveis, de modo a dar mais espaço para passageiros e bagagem, conforme necessário. A posição de condução é confortável, os controles no lugar e os ajustes de banco e volante bastante precisos.
Duas versões do motor 2.0 litros Multijet foram testadas, com 140 cv e 170 cv de potência. Em ambos os casos, o torque de 35,7 kgfm às 1.750 rpm garante arrancadas eficientes, sem perda de potência. O test drive em diferentes condições de estrada e rodovia e subida montanhosa, revelou o bom comportamento dinâmico do modelo. Apesar do peso de 1.874 kg, o Freemont é bastante ágil. Comparado com o Dodge Journey, percebe-se que a direção está de acordo com o estilo de condução dos motoristas europeus. O carro a 130 km/h nas rodovias é agradavelmente silencioso. O sistema de frenagem é eficaz, mesmo sob esforço abrupto. A transmissão manual é convincente e os engates da marcha são precisos. Em suma, o Freemont é um carro fácil e agradável de conduzir.
À venda desde o final de maio, o Freemont já registrou mais de 6.200 encomendas na Europa. O modelo deve fornecer, ao longo de 2011, cerca de 450 milhões de euros ­ mais de R$ 1 bilhão ­ para os concessionários Fiat. Um valor que quase consegue suprir a extinção dos outros três veículos da marca. O preço de lançamento e competitivo: 24.900 euros ­ R$ 56 mil ­, com interior de couro de série. Até o fim do ano a Fiat irá trazer mais novidades para o Freemont, como tração nas quatro rodas e motor V6 3.6 litros de 276 cv a gasolina originário da Chrysler.



Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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