Pegue seu carro, dê uma mexida e bora para a pista!

Que tal pegar seu carro popular (sim, esse hatch de duas portas mesmo), prepará-lo para corridas – quer dizer: colocar itens de segurança e pequenas modificações no motor e suspensão -, manter seus pneus radiais e acelerar Brasil a fora pelos autódromos. Perfeito, não? Sim, e o povo gaúcho já faz isso.
Neste domingo em Tarumã pude comprovar o que poderia ser uma grande categoria para o automobilismo brasileiro.
Estava no Rio Grande do Sul neste fim de semana. Confesso que esperava muito mais frio do que senti – e uma chuva daquelas, já que essa era a previsão – mas peguei um tempo ameno e parcas gotas. Foi ótimo, pois não atrapalhou em nada o que fui fazer naquelas bandas: cobrir pelo Jornal LANCE! a “primeira” etapa do Campeonato Brasileiro do Marcas.
(As aspas são porque este campeonato já existiu no Brasil, 17 anos atrás).
Sem conhecer a região, cheguei ao autódromo de Tarumã, o palco da disputa deste fim de semana. Cenário bem clássico do automobilismo brasileiro, onde a história das corridas gaúchas foi se firmando, e por aí vai.
Antes mesmo de viajar, vi que, em paralelo com o Brasileiro de Marcas, iria correr o Campeonato Gaúcho de Marcas & Pilotos. Virei para mim mesmo e pensei: ‘Putz, que chatinha que deve ser…’. Hoje, sem hesitar, respondo: ‘Putz, que preconceito idiota que eu tinha…’.

Surpreendi-me positivamente com a categoria. É de impressionar ver aqueles carrinhos nossos de todo dia andando daquela forma. Eram Celtas, Corsas, Unos, Palios, Kas, Fiestas, Gols… tudo que era carro estava lá. A disputa de posição era ferrenha entre os participantes, mas o mais legal ficava para o comportamento do carro.
Com preparação razoável, os motores de 1.6 litro dos carros geram uma boa potência para o peso tão baixo, mas o que faz a competição ser bem legal são os pneus. Todos radiais e da marca Fate, com nível de aderência bem baixo, provocando com isso um balé impressionante a cada curva.
As saídas de traseira me fizeram parar de escrever meus textos do Brasileiro de Marcas para ficar vendo aqueles “pilotos de fim de semana” acelerarem seus carros preparados no circuito de Tarumã. TODA hora os pilotos atravessavam seus carros e se equilibravam na pura ousadia.
E um adendo bem legal: grids entupidos de carros. Dá só uma olhada na foto abaixo.

Vendo aquilo pensei: ‘Caramba, a CBA bem que podia fazer uma categoria neste estilo junto com o Brasileiro de Marcas… tipo uma Stock Light, ou algo do tipo…’. O público possui esses tipos de carros e se identificariam muito com tal competição, já que além de assistir velhos conhecidos duelando na pista, tal categoria sem dúvidas seria bem acessível para aspirantes a pilotos de finais de semana, com custos irrisórios em relação às outras modalidades Brasil afora.
O vídeo abaixo é da prova de abertura da temporada passada, no mesmo autódromo de Tarumã.

Trata-se de um enorme filão não explorado pelo automobilismo brasileiro. Corridas nacionais de hatches populares, de preparação e custos limitados, correndo junto com o Brasileiro de Marcas, e claro, agregando valor, pois o que eu vi hoje em Tarumã com essas pequenas botinhas não foi pouco não.
Quem já viu alguma dessas corridas, por favor, bradem nos comentários.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br