17 de jun. de 2011
O mais importante Lamborghini nunca lançado
Eis o Marzal, o mais importante dos Lamborghinis jamais fabricado. Filho bastardo de 4,5 m² de vidro com meio motor de Miura, ele foi a epítome da filosofia de projeto pré-supercarros da Lamborghini. No mês passado, a única unidade feita foi vendida por 2,1 milhões de dólares.
A transformação da Lamborghini em uma fabricante de supercarros alemães ousados e de motor central foi um estranho equívoco da história. Quando Ferruccio Lamborghini criou sua empresa, ele pretendia ser essencialmente o anti-Ferrari: um fabricante de carro muito velozes, mas muito confortáveis. Grã-turismos totalmente opostos aos carros de corrida com faróis e placa de registro que Enzo Ferrari vendia na época.
Depois eles inventaram o supercarro moderno na forma de Miura e as sementes da Lamborghini fabricante de supercarros selvagens foram plantadas. Imagine então o que Ferruccio diria de um, digamos, cabrioleggera.
O Marzal é a apoteose do caráter original da Lamborghini. Projetado pelo mesmo Marcello Gandini que desenhou o Miura e o Countach, ele era um sonho do espaço, um sonho de um futuro limpo e belo de ficção-científica. Um protótipo com portas asa-de-gaivota, 4,5 m² de vidro e metade de um motor.
Como nenhum outro Lamborghini já feito, o Marzal tinha um seis-em-linha de dois litros, uma das bancadas de cilindro do Miura, tudo em nome da viagem em alta velocidade com esplêndido conforto. O motor era instalado transversalmente na traseira para aumentar o espaço interno, um toque do método que Alec Issigonis abordou no Mini. O interior era todo hexagonal, cercado por tanto vidro que quando você chegava perto do carro, parecia mais um raio-X ambulante que um Lamborghini grande.
Peça do museu Bertone até há pouco tempo, o carro foi vendido por 2,1 milhões de dólares no leilão anual de Villa d’Este da RM Auctions, em maio. O novo proprietário não precisará necessariamente tratá-lo como uma peça de museu: pelo preço de seis Aventador ele recebeu um carro totalmente funcionante. De acordo com o site do leilão, o “anuário Automobile Year conta que quatro membros de sua equipe passaram o dia inteiro dirigindo o carro, concluindo que se ele gerasse uma versão de produção, eles não hesitariam em nomeá-lo seu “Carro do Ano”.
A versão de produção foi chamada Espada. Uma vez tive a sorte de passar uma tarde em um e, mesmo sendo um carro mais tradicional que o Marzal, é espaçoso o bastante para que eu, com 1,83, conseguisse ficar confortável mesmo no banco traseiro, pensando em nada além da parede de som construída pelo enorme V12 na dianteira. Seria um carro perfeito para uma família de quatro pessoas. Se você quiser parar uma tarde inteira – ou por pura extravagância, vários dias – em um desses, você consegue por uma fração do preço do Marzal: bons exemplares podem ser encontrados na faixa de 50.000 a 75.000 dólares.
Tanto o Marzal quanto o Espada podem não ser tão rápidos e tecnicamente perfeitos quanto o Aventador, mas são o caminho certo para se tornar um membro do seleto grupo de passageiros de Lamborghini do qual faz parte a princesa Grace Kelly, que foi conduzida ao GP de Mônaco de 1967 no Marzal dirigido por seu marido o príncipe Rainier.
Fonte: jalopnik.com.br
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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