27 de jun. de 2011
A incrível era do automóvel americano
Na década de 1930, os projetistas faziam carros que causariam inveja pelo resto dos tempos. Isto não surpreende Peter Heydon, um professor de inglês aposentado de Michigan. Este é seu Lincoln K V12 Le Baron Coupé de 1935.
O que faz um norte-americano fabulosamente bem sucedido (leia-se rico)que gosta de carros? Compra carros clássicos. Pense em carros de rua ou clássicos de competição com pedigree, com seus amassados e riscados meticulosamente restaurados, modelos italianos, franceses, britânicos… O ricaço norte-americano compra carros e sapatos italianos e aprende o nome da pintura de seu carro italiano em italiano, para depois incluí-lo em frases cuidadosamente planejadas.
Não é isto que Peter Heydon faz. Ele pode ter um ou outro carro britânico, é verdade. Ele pode ter Bentleys estonteantes e ameaçadores, mas ele também tem carros norte-americanos. Ele sabe que os Estados Unidos já fizeram carros à altura de qualquer outro no mundo. Tudo bem que a época não foi das melhores, é verdade. A maioria dos carros mais incríveis construídos nos Estados Unidos foi feito na década de 1930, e eles custavam mais que um quarteirão inteiro de casas, em uma época em que as pessoas não tinham casas, somente tempestades de areia, que não eram daquelas levantadas pelo passar de um carro. Mas os carros eram grandes e belos e elegantes e graciosos e opulentamente otimistas, de uma forma que nenhum outro carro americano foi desde então.
Este é o Lincoln K V12 Le Baron Coupé 1935 de Peter Heydon. Ele tem um V12. Um V12 6.8. Quando foi a última vez em que os Estados Unidos fizeram algo com um V12? Ele tem ainda um truque na janela para fumantes: feche-o, então o “suba” um pouco mais que a janela se move uma polegada para trás. É tudo mecânico, claro, construído em uma época anterior aos computadores e a penicilina e foguetes espaciais, uma era que mesmo assim ainda vive na memória. Peter Heydon não tem um computador.
Ele lecionava inglês na universidade de Michigan, escreveu sobre Robert Browning em seu PhD, e seu Lincoln K V12 Le Baron Coupé possui uma assento extra na traseira, atrás da bela e grande cabine, batizado de rumble seat, mas Peter Heydon conta que não é bem assim que é chamado, o banco lá atrás é na verdade conhecido como banco da sogra. Nessa hora dou uma risada: em húngaro, é o banco do carona que é chamado de banco da sogra, e todos os carros têm um, menos a McLaren F1, que tem dois. Dr. Heydon pensa a respeito e conclui que as sogras húngaras vivem melhor, mas não muito.
Ele gosta de andar com seu Lincoln verde. Ele cuida muito bem dele, faz com que o carro conheça o mundo; Inglaterra, Itália, ele se veste para seu carro e o exibe para crianças, homens e mulheres, e ele é um senhor terrivelmente educado. De que outra forma saberíamos que já ouve uma era de ouro dos automóveis norte-americanos? Quando um Cadillac era referência mundial, quando um Lincoln era equivalente a qualquer Bentley?
É um carro grande e belo esse Lincoln K V12 Le Baron Coupé de cor Brewster Green. Um nome que não exige uma frase planejada ou pretensiosa.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br/
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