27 de mai. de 2011
Acredite: esta bike anda. E não vibra.
Eu não sei de vocês, mas sempre que a tal da bola quadrada era mencionada pelo Quico, no Chaves, ficava frustrado. Ela nunca aparecia, e eu sempre esperava pela maldita. Bem, agora é hora de nos consolarmos: esta é a bike do Quico. Parece absurdo, mas ela anda – e o mais incrível, não há vibrações como os pneus quadrados nos fazem supor. Como pode?
Bem, o segredo não está na bike, e sim, na pista bizarra onde ela irá andar.
Ti bunitinhu i imbarassozu!
Como vocês podem ver, a pista não é lisa. A geometria dessas lombadas possui nome: catenária invertida. Sim, faz você pensar em um pássaro cantor pendurado de cabeça para baixo, mas na verdade descreve a curva que uma corda faz quando é suspensa por suas extremidades, graças à força da gravidade. Parece estúpido, mas o pulo do gato é que esta curva é o melhor perfil para distribuição de tensão – a força imposta em qualquer ponto é dividida em toda a extensão da curva, resultando na melhor dissipação possível. Por isso, o desenho de estruturas como túneis e arcos de sustentação utilizam a equação da catenária. E como você pode supor, no caso da pista deste tópico, a catenária vai para cima, e não para baixo – ora pois.
O que acontece é que, nesta pista medonha, as dimensões das catenárias são calculadas para que se encaixem com os vértices das rodas quadradas com exatidão, ao longo de todo o circuito – uma espécie de engrenagem sem encaixe fixo. Cada catenária tem o comprimento do deslocamento de um lado do quadrado, como podemos ver na imagem abaixo.
Além disso, elas compensam com a mesma precisão a diferença de altura que haveria entre a diagonal e a lateral dos quadrados – ou seja, ao andar sobre a pista, os eixos não ficam oscilando para cima e para baixo (na imagem abaixo, a linha negra representa o deslocamento do eixo, note como é perfeitamente horizontal). Nada de terremoto ou vibrador gigante nas mãos – sinto muito, amigo colorido…
Alguns poucos cursos de física, matemática ou engenharia, como o Saint Robert, de Wisconsin (EUA), ensinam como construir a pista para que uma bike de rodas quadradas ande com fluidez sobre ela (vídeo acima). Bem, Jem Stansfield apenas colocou um motor na bike, construiu uma rampa de 45º graus para um pulo suicida, e a BBC comprou a idéia. O resultado é o que vocês verão a seguir:
PS: cá entre nós: este foi um dos pulos mais espetaculares da história, hein! O câmera quase perdeu o cara de vista. Quão alto vocês acham que ele decolou? Trinta metros? Cinquenta metros?
PS2: pra que serve, mesmo? Para andar sobre o telhado da vizinhança?
PS3: não importa, é tão bacana quanto a bola quadrada do Quico.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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