Uma universidade canadense suspendeu estudantes que construíam um carro de corrida para a Fórmula SAE depois que uma engenheira-estudante-gata da equipe teve a audácia de posar ao lado do carro vestindo um biquíni. Eis um caso de sexismo, idiotice administrativa e prioridades equivoadas.
A equipe da Universidade de Waterloo, assim como outras mundo afora, construiu um carro de corrida partindo do zero como aplicação prática de sua formação. Muitos estão se desdobrando para aprontar o carro a tempo dos grandes eventos, como a etapa mundial da Fórmula SAE que acontece em Michigan em maio. É um importante campo de testes para os futuros cérebros da indústria automotiva.
No mês pasado, uma das estudantes de engenharia de Waterloo – a líder da equipe do projeto de chassi – precisava fazer fotos para se inscrever em um concurso de beleza no Canadá e para ajudar uma associação de combate ao câncer de mama. Embora a ideia fosse posar em frente a um Audi emprestado no centro de engenharia e design da escola, a estudante posou com o carro da SAE vestindo um biquíni de duas peças (exigência do concurso); outra estudante também fez algumas fotos. O fotógrafo, também estudante de engenharia, postou algumas delas online.
Duas semanas depois, o decano de engenharia Adel Sedra anunciou que a instituição estaria suspendendo toda a equipe local de Fórmula SAE até 1º de junho – impedindo-os de competir no evento de Michigan. O motivo? “O uso inadequado do centro de projetos da faculdade para uma sessão de fotos não autorizada”.
O supervisor da equipe, Steve Lambert, explicou as razões da universidade, dizendo que os estudantes “não perceberam a facilidade com que essas fotos podem ser tiradas de contexto”.
“O uso do monoposto e do centro de projetos como locação foram decisões de última hora que não levaram em consideração as consequências do uso da propriedade da universidade e da relação desta ação com a equipe. A universidade precisou de muito tempo e esforços para criar este ambiente único de aprendizagem. Este uso equivocado das instalações da instituição é vista como violação de confiança.”A única resposta razoável para isso é “hã?”
Em primeiro lugar, nada nas fotos chega perto de ser escandaloso: é uma estudante de engenharia posando ao lado do carro que ela mesmo ajudou a construir, uma imagem que Lambert admite ser “poderosa e ter uma mensagem positiva”. Considerando que a engenharia é uma profissão predominantemente masculina, tais mensagens incentivadoras para aspirantes a alunos (sejam homens ou mulheres) não costumam aparecer com frequência. A foto não foi um flagra de uma festa universitária; trata-se de uma estudante tentando juntar uma grana para pagar sua faculdade e ainda ajudar uma instituição de caridade.
Contactamos a estudante envolvida e não recebemos uma resposta; a equipe desculpou-se à faculdade e prometeu trabalhar no carro até o final do semestre para finalizar o carro:
“Somos uma equipe de estudantes e esta equipe é uma das maiores experiências de aprendizado das nossas vidas. Todos aprendemos com o sucesso, mas aprendemos muito mais com os erros que cometemos e a experiência que ganhamos. Como equipe, temos aprendido muito, e voltaremos diferentes e mais fortes.”A única coisa que esta foto expôs foi o mau juízo da Universidade de Waterloo.
Fonte: jalopnik.com.br
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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