11 de abr. de 2011

Cem anos de Alfa: o 164, quase um clássico

 
Quem viveu a liberação das importações no Brasil, no limiar da década de 90, certamente tem o Alfa Romeo 164 guardado num cantinho especial da memória automobilística.
Um dos primeiros estrangeiros a desembarcar no país, o 164 ajudou a consolidar a impressão de que o abismo entre os carros nacionais e seus pares de primeiro mundo (repararam como essa expressão caiu em desuso?) era algo intransponível. Tratava-se de um Alfa, uma das poucas marcas cujo séquio de fãs possui nome científico: os Alfistas.


Os Alfistas são aqueles aficionados pelo cuore sportivo que adorariam usar o ronco característico da marca como ringtone. Para eles, não há batuque, sinfonia ou acorde de guitarra mais poderoso do que o som produzido pelo V6 de 3.0 litros do 164. Ele chegou ao Brasil em duas versões, uma com doze válvulas (192 e posteriormente 183 cavalos), e outra com quatro válvulas por cilindro, totalizando 24 válvulas e 211 cavalos. Chamado de 164 Super, essa máquina atingia até 240 km/h!

José Roberto Gomes, o homem da tecnologia do Jalopnik e do Gizmodo, é um Alfista com o 164 no currículo. “O carro era fantástico. A posição de dirigir era muito boa por causa do ajuste fino do banco, encaixava bem o corpo”. Além de ajustes elétricos nos bancos e ar-condicionado digital, o carro exibia um painel completíssimo, e acabamento de nível europeu.

Mais de 6.200 foram importados para o Brasil, o que o torna facilmente encontrável no mercado de usados – um senhor sedã a preços módicos, e que ainda pode dar muitas alegrias e poucos problemas, caso tenha recebido manutenção cuidadosa ao longo da vida. O 164 começa a passar daquela fase em que um carro é velho demais para ter status, e novo demais para ser antigo. Merecidamente, já está virando um clássico.
Apesar da qualidade, alguns fanáticos pelos Alfas de tração traseira torcem o nariz para a configuração dianteira do 164. Lançado em 1987, sua plataforma foi compartilhada com Fiat Croma, Lancia Thema e Saab 9000. Mas a suspensão independente, os freios a disco nas quatro rodas e a vitalidade do motor V6 amenizaram quaisquer críticas. E claro, havia o design by Pininfarina, sóbrio e elegante, com vincos laterais que uniam-se às finas lanternas traseiras.

Na Europa, além de versões equipadas com motores de quatro cilindros em linha, houve coisas ainda melhores: a Quadrifoglio, com 235 cavalos, e a Quadrifoglio 4, com tração integral. E para entrar no rol das pérolas, vale citar o 164 feito para substituir os BMW M1 que disputavam a ProCar.

Desenvolvido em parceria com a equipe Brabham de Fórmula 1, esse meteoro italiano possuía carroceria de fibra de carbono e chassi de competição montados ao redor de um V10 de 3,5 litros e 620 cavalos instalado em posição central, logo atrás do assento dianteiro (lembra da Espace F1?). Alcançou sensacionais 329 km/h em testes em Monza – mas com o fracasso da categoria, o 164 ProCar não passou de um protótipo, hoje preservado no museu da Alfa, em Arese.


Fonte:jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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