18 de mar. de 2011

Uno Turbo: deixando os R para trás



O Fiat Uno está no mercado nacional desde 1984. É um período muito longo para qualquer automóvel. Mas a sua versão mais maravilhosamente agressiva foi vendida por apenas dois anos: o Uno Turbo, o primeiro nacional a sair de fábrica equipado com motor sobrealimentado por turbocompressor.

O Uno Turbo teve uma carreira meteórica. Ele foi lançado em maio de 1994 e saiu do mercado em abril de 1996. Embora não tenha vendido muito, as 1.801 unidades tornaram-se objeto de culto entre os admiradores de esportivos nacionais. Graças à exclusividade, quem possuía um logo ficava famoso na rua, no bairro ou mesmo na cidade.
Tudo porque o seu motor 1.4, com injeção eletrônica multipoint e turbo de 0,8 bar (Garret T2), desenvolvia assombrosos 116 cv de potência a 6.000 rpm e 17 mkgf de torque a 3.500 rpm. Aliado ao seu baixo peso, 1.065 kg, o Uno Turbo fez o que os R anteriores (1.5 e 1.6) não conseguiram: deixar o trio Ford Escort XR3 2.0i, Chevrolet Kadett GSi e Volkswagen Gol GTi para trás.

O propulsor do Uno demorava um pouco para “animar”. Mas, a partir de 3.000 rpm, quando o turbo entrava em funcionamento, o compacto virava um foguete. “Era difícil controlar a animação. Você sempre queria andar mais e mais”, diz Marcelo Marques, que trocou um Uno 1.6R pelo Turbo em 1995.
“O 1.6R andava muito. Ele era leve e muito divertido de dirigir. Mas o Turbo era algo mais sério em termos de esportividade. Ele era arisco e nervoso. Quando cheio, não faltava fôlego ao motor. Como era bom ver aquele velocímetro subir rápido. Pena que nunca consegui fazer meu Uno atingir os 240 km/h exibidos no velocímetro”, completa Marques, que há pouco tempo vendeu seu exemplar devido a questões familiares. “No momento certo, compro ele de volta”, garante Marcelo.

Para segurar tanta potência, a Fiat equipou seu foguete em tamanho pocket com os freios vindos do Tempra: a disco ventilados na dianteira e a tambor na traseira. Além disso, a marca italiana deixou o Uno Turbo 10 mm mais baixo em relação ao 1.6R e com amortecedores mais firmes.
Além de andar muito, o Uno Turbo era “especialista” em chamar a atenção por onde passava. Seu visual era tão diferenciado que, mesmo para alguns fanáticos pelo carro, ficou um pouco exagerado. Eram apenas três cores disponíveis: preto, vermelho e amarelo – como os esportivos “de verdade”. Os pára-choques, pintados na cor do veículo, tinham spoilers integrados; a traseira tinha um aerofólio e lanternas escurecidas, e as rodas (185/60 R14), em liga-leve, tinham desenho exclusivo. Até um teto-solar fazia parte do arsenal esportivo do modelo.

Internamente, o Uno Turbo também era inesquecível. Os bancos, com detalhes em vermelho, eram envolventes. O volante tinha três raios (também com desenho exclusivo), e o painel era um show a parte, com marcador de temperatura do líquido de arrefecimento, manômetro do turbo, manômetro de pressão do óleo, marcador de combustível, conta-giros e velocímetro com marcação até 240 km/h.
O Uno Turbo marcou tanto o mercado nacional que, com a chegada da novíssima geração, poderíamos até sonhar com um novo esportivo. Porém, a Fiat deve mesmo deixar as versões mais “ferozes” para seus veículos maiores, como Punto e Linea. Mas bem que seria atraente se, além das versões Vivace e Way 1.0 e Attractive e Way 1.4, o Uno fosse vendido com visual esportivo e motor 1.4 turbo, revivendo as glórias de seu antecessor.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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