26 de mar. de 2011

Roda de Histórias4: ´lendas´ dizem o porquê do treino em outras categorias

Roda de Histórias: os convidados Max Wilson, Alex Barros, Ricardo Maurício, Bia Figueiredo e Guiga Spinelli (Foto: Divulgação)
Os convidados Max Wilson, Alex Barros, Ricardo Maurício, Bia Figueiredo e Guiga Spinelli (Foto: Divulgação)
Folga é um dia para descansar, esquecer do trabalho e aproveitar o tempo livre fazendo algo que proporcione prazer, certo? Os atletas do esporte a motor aproveitam seus dias livres para fazerem algo que é normal no dia a dia deles: acelerar nas duas e quatro rodas. Os treinos em outras categorias são normais para as 'feras' do automobilismo e da motovelocidade: eles ajudam no aprimoramento de reflexos, no reconhecimentos de traçados e na distância dos roncos dos motores.
Na quarta reportagem da série especial "Roda de Histórias", Alexandre Barros, Bia Figueiredo, Guilherme Spinelli, Max Wilson e Ricardo Maurício falam sobre a importância desses treinos em outras categorias. Além disso, eles ainda analisam os riscos de acidentes nos carros e nas motocicletas.


A pilota de Fórmula Indy Bia Figueiredo acha que o treino em outras categorias é essencial para um bom desenvolvimento do trabalho. A paulista destaca que o longo tempo que os atletas ficam sem pilotar seus próprios carros são prejudiciais aos desempenhos. Para compensar esse ponto, Bia apela para um velho conhecidos dos pilotos: o kart.
- Por exemplo, a gente tem agora os kartzinhos de marcha. Eles são super rápidos e acho que é o que mais se assemelha ao carro real. Eles cansam muito. Mas além do kart, ele acho que temos que ter alguma bem específica, porque nós ficamos cinco ou seis meses e precisamos sempre estar simulando os músculos que a gente usa no carro - explicou.
Lembrando do piloto de Fórmula 1 Robert Kubica, o campeão da Stock Car 2010, Max Wilson, mostrou surpresa ao comentra o acidente do polonês da equipe Lotus-Renault. Segundo o brasileiro, 'nada há nada mais parecido com um Fórmula 1, que um Fórmula 1'. Portanto, ele não acredita que Kubica estivesse fazendo uma "preparação" para a temporada da maior categoria do automobilismo mundial.


- Eu fiquei até surpreso com a explicação dele, que usava como preparação. No nosso caso da Stock Car, nós não temos contato nenhum com o carro da última etapa do ano passado até a semana da primeira etapa desta temporada. Mas na Fórmula 1, eles têm vários treinos. Eu, particularmente, não vejo necessidade de um piloto de F-1 andar em um carro de 100 cavalos em um rali - declarou.
O piloto de rali Guilherme Spinelli fez o "caminho contrário" de Kubica. Acostumado a correr entre pedras, rios e areia, o carioca já treinou também no asfalto. Mas ele confirma que a diferença entre os carros é crucial se o intuito é treinar de olho na melhora do desempenho.
- Na verdade não ajuda. Eu até brinco comparando: é futebol de areia e de campo. Os dois têm bola e têm que fazer um gol, mas são técnicas totalmente diferentes. Tanto que quando eu vou para a pista, o meu grande desafio é me concentrar e não usar técnicas de rali. Porque elas não servem para a pista, atrapalham e você não consegue ser rápido - disse.
O ex-piloto de motovelocidade, Alexandre Barros, preferiu falar sobre os riscos de acidentes na pista. Lembrando a primeira vez que treinou na MotoGP, o brasileiro comentou o medo que os atletas acabam enfrentando após quedas e batidas.
-  Essa luta contra o medo é só você que pode vencer. Por mais que uma pessoa possa te aconselhar e tentar retomar sua confiança, isso depende muito de você. É importante o piloto compreender o que aconteceu. Mas existe também os outros. Eu já tive acidente, que estava saindo do box, e o cara me acertou em cheio. Isso pode te afetar e você, ao invés de ficar focado em correr, estará preocupado com o piloto que está atrás de você - comentou.

Sobre esses mesmos riscos e erros, Bia Figueiredo lembrou de um episódio marcante na sua carreira. No ano passado, a paulista correu na etapa de Chicago da Fórmula Indy e hesitou durante uma curva da corrida.
- Eu estava fazendo a curva e, de repente, eu olhei para o muro. Eu lembro que na hora, eu pensei: 'se eu bater agora, vai doer muito'. A partir daquele dia eu decidiu, eu nunca mais vou olhar para o muro - finalizou.

Fonte: globoesporte
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/motor

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