25 de mar. de 2011

DEGRADAÇÃO E DESGASTE BY REGINALDO LEME


Pneus da F-1
Pneus Pirelli
Neste fim de semana começou a Stock Car em Curitiba e, domingo, o Mundial de Fórmula-1, na Austrália. Entre algumas mudanças no regulamento esportivo de ambos os campeonatos, está a dos pneus, que, curiosamente, caminham em direções opostas. Na Stock Car, os pneus, da marca Goodyear, vão se tornar mais resistentes, de forma a nem sempre exigirem troca durante os pit stops para o reabastecimento, que é obrigatório.
Na Fórmula-1, a Pirelli, agora substituindo a Bridgestone, teve um árduo trabalho na elaboração de pneus de performance menos estável, com o objetivo de provocar o maior número de pit stops possíveis, mesmo com o reabastecimento proibido.
A inovação na F-1 é bem mais drástica. Um fabricante de pneus vai expor seu produto na categoria de maior visualização no mundo atendendo a uma mudança radical de conceito para que esses pneus, forçosamente apresentem um desgaste acentuado, exigindo trocas constantes. Isso é o que a FIA e a FOM consideram uma corajosa colaboração com o espetáculo que as promotoras do Mundial querem ver em todas as etapas de 2011. O diretor esportivo da Pirelli, Paul Hembery, responde à coluna como enfrentou este desafio recebido há menos de um ano, mesmo diante do risco de os pneus serem taxados de pouco resistentes.
Antes de tudo, ele destaca que é importante distinguir degradação de desgaste. Degradação significa que o composto de borracha perde eficiência a cada volta. Desgaste é o consumo físico da borracha pelo asfalto. Seja qual for a degradação planejada para um pneu de competição, o importante é que ele tenha resistência. Portanto, a primeira etapa da produção de um pneu é definir a sua estrutura. Esta deve ser resistente. Os compostos de borracha são montados em torno dessa estrutura. No começo dos testes, lidando com 12 carros diferentes e 24 estilos de pilotagem, os técnicos ouviram muita reclamação pela perda de rendimento dos pneus em poucas voltas, mas com o tempo os pilotos foram aprendendo com seus engenheiros que o objetivo era este mesmo.
O engenheiro Paul Hembery garante que o tempo em que um piloto poderia  arriscar a manter-se  na pista até cumprir o pit stop obrigatório nas últimas voltas agora é coisa do passado. Com os novos pneus, muito diferentes dos que existiam na F-1, os times terão de planejar o tempo todo de uma corrida em como manter seu piloto na briga. Ele aposta que esta é uma boa notícia para o público.
ALONSO SÓ RECLAMOU DO PNEU, MAS ELE É DAQUELES QUE DUVIDAM DOS TESTES
Tudo o que foi planejado para enfrentar o desafio de produzir pneus para perderem eficiência rapidamente, embora sem afetar a durabilidade da borracha, poderia ter falhado, segundo Hembery, pelo fato de os testes da pré-temporada terem ocorrido em condições de tempo que pouco representam em relação ao que se vai encontrar durante o campeonato – os testes foram feitos com temperatura ambiente de 6º C, no mínimo 15 gráus abaixo da temperatura média das corridas do ano. O último teste, programado para ser feito sob as altas temperaturas no Barein, acabaram cancelados. Mesmo assim, nas discussões entre engenheiros, a Pirelli e as equipes foram aprendendo juntas na busca do objetivo, que é o de ver as corridas do próximo campeonato sempre com dois a três pit stops.
O torcedor brasileiro andou animado com os bons resultados alcançados por Felipe Massa nos testes. É um sinal de um bom campeonato para Massa ? Paul Hembery viu tanto Felipe quanto Schumacher se adaptarem bem desde os primeiros testes, ainda no final do ano passado em Abu Dabi. Coincidentemente os dois que tiveram queda de rendimento com os pneus mais duros da Bridgestone no último ano. Para ele, isso é mais do que apenas uma coincidência. Os dois continuaram andando bem nos testes seguintes, enquanto Alonso só criticava. Não esquecer que Alonso é aquele mesmo que não acredita em nada do que a pré-temporada mostra.

Fonte: sinalverde
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/sinalverde

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