15 de fev. de 2011

Um raro Porsche 356 com alma de competição



Falar em Porsche é falar em diversão. História e tradição também entram na conta. Mas a primeira característica que eu citei é uma das coisas mais interessantes quando se está a bordo de um deles. Se for antigo, melhor ainda.
O clássico que ilustra esse post é um 356. Até aí, nada demais. O fato que faz deste um carro único está na parte traseira, no cofre do motor, e é tão valioso – historicamente falando – que fica impossível olhar pra ele e não pensar em toda a trajetória da marca alemã nas pistas.

 

Perceba o logotipo na lateral com a inscrição Carrera. Isso significa que não é um Porsche comum. O proprietário me contou que é o oitavo dono, de acordo com a ficha kardex, uma espécie de certidão de nascimento emitida pela fábrica.
O mesmo documento revelou outra surpresa pra lá de interessante: um dos donos anteriores resolveu trocar o “pacato” motor original por outro simplesmente fantástico, o lendário 4 cam, com quatro comandos de válvula, herdado de um RS 60. Em outras palavras, seus 140 cv foram treinados nas pistas de corrida e quando bem alimentados com fartas “porções” de gasolina aditivada, provocam reações muito agradáveis ao volante.

Mais detalhes do bloco. Ele tem 1.600 cm³ de cilindrada, carburadores duplos de alumínio Solex 44 com dupla alumagem e o escapamento Sebring, um item que transforma o ronco em algo bastante incomum. Esse motor venceu corridas como a Carrera Panamericana, em 1954. É como uma aula de história em movimento. Vale dizer também que é o único do tipo em funcionamento no país.

Sobre outras características, é importante falar do volante VDO em madeira, tampa do capô em alumínio, freios de competição e o retrovisor cheio de estilo idêntico ao da versão 550 Spyder. Hora de dar um passeio.
O sol brilha lá fora. Me sinto como um competidor esperando a largada de Le Mans. Após o ritual mágico o motor ganha vida. O ronco faz o corpo entrar em um estado de atenção. Não dá pra falar nada audível do lado de fora. É uma sensação fantástica.

Logo que ganha a rua o clássico mostra sua força. Alguns quarteirões adiante, o motor chega à temperatura certa e já está pronto para acelerar. Após os 4.000 giros seu espírito de corrida aparece. E segue em ritmo crescente até os 8.000! A sensação de esticar as marchas na reta, com o som gutural do escapamento, me transporta imediatamente para a reta Mulsanne, mas na versão antiga. Nostalgia pura.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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