Visual é o foco da Fiat para tornar atraente a versão BlackMotion
por Raphael Panaro
Auto Press
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Dizer que um carro é esportivo é uma
tarefa complexa. Uns apontam que para levar tal fama o modelo precisa
ter um motor potente. Outros batem na tecla que o visual é mais
importante. Os mais entendidos afirmam que necessariamente o veículo tem
que ter tração traseira. Há quem acredite na combinação de todos os
fatores. Mas a Fiat apostou apenas no design com a versão BlackMotion,
apresentada em julho de 2013. O grande mote da versão é o visual.
O BlackMotion parece um pacato Punto
Attractive que invadiu o “armário” do T-Jet – a versão realmente
esportiva, com motor 1.4 turbinado de 152 cv – e “pegou” uns “adereços”
emprestados. Lá estão para-choques dianteiro e traseiro mais “parrudos” e
com entradas de ar, faróis com máscara negra e saias laterais. A capa
dos retrovisores externos, friso do capô, revestimento das colunas e do
minispoiler, ganharam a cor preta fosca. Completam o design as rodas de
16 polegadas – as de 17, iguais às do T-Jet, são opcionais – com pintura
escura diamantada. Pela aspiração esportiva, a Fiat cobra R$ 50.150
pelo modelo. A nova série ajudou a linha Punto a atingir uma média
mensal de 3.300 emplacamentos no ano passado – à frente dos rivais
Citroën C3, Peugeot 208 e Volkswagen Polo.
A esportividade, no entanto, fica só a
cargo do estilo. Debaixo do capô quem dá as ordens é o motor flex 1.8
litro E.torQ – o mesmo da versão Sporting. Ele é capaz de produzir 130
cv quando abastecido com gasolina e chega a potência máxima de 132 cv
com etanol – tudo a 5.250 rpm. Já o torque chega a 18,4 kgfm com
gasolina e 18,9 kgfm com etanol – sempre a 4.500 rpm. Ele vem sempre
associado à transmissão manual de cinco relações. O câmbio automatizado
Dualogic Plus é opcional. Custa R$ 2.470 e vem aliado ao conhecido
seletor DNA, que traz três modos de condução.
Internamente, a versão adota
literalmente o estilo “black”. Painel e revestimentos são todos na cor
preta. Os cintos de segurança ficaram mais sóbrios e ganharam um tom de
cinza em vez do extravagante vermelho da configuração Sporting. Os
bancos e os tapetes traz bordados exclusivos com alusão à série. Os
assentos, inclusive, podem ser revestidos em couro. São necessários mais
R$ 2.223 pelo item que ainda traz o banco traseiro bipartido com
apoia-braço central.
Em relação a tecnologia, o Punto
BlackMotion traz itens de série como ar-condicionado, rádio CD/MP3 com
entrada USB, volante em couro multifuncional, sensor de estacionamento e
vidros elétricos traseiros, sinalização de frenagem de emergência e
duplo airbag e freios ABS. Requintes extras como ar digital, retrovisor
interno eletrocrômico, sensor crepuscular e de chuva, o Blue&Me –
que traz, entre outros, Bluetooth e comandos de voz –, teto solar
elétrico Skydome e airbags laterais estão na lista de opcionais.
Ponto a ponto
Desempenho – O motor
1.8 E.torQ não tem dificuldades para mover os 1.222 kg do hatch. O
torque de 18,4 kgfm com gasolina no tanque permite até uma tocada
ligeiramente esportiva, com agilidade no trânsito. Nada que se compare
ao 1.4 litro turbinado da versão T-Jet, mas é possível se divertir à
bordo do BlackMotion. Nota 8.
Estabilidade – O
Punto é um dos carros mais equilibrados de sua categoria. O modelo faz
parecer que o motorista é parte integrante da carroceria. O hatch é bem
assentado no chão e a suspensão expressa um bom balanço entre
estabilidade e conforto, além de controlar as rolagens. Nota 9.
Interatividade – A
versão testada contava com inúmeros opcionais, inclusive com borboletas
atrás do volante para trocas de marcha. Elas tornaram o convívio com o
carro mais amigável, já que câmbio Dualogic evoluiu, mas ainda provoca
muitos trancos. De resto, destaque para volante de couro que, além de
bem acabado, tem excelente pegada. O rádio também é interessante, cheio
de funções, mas com funcionamento simples. Nota 8.
Consumo – O InMetro
só testou as versões do Punto com motor 1.4 e 1.6. O computador de bordo
do BlackMotion marcou média de 6,8 km/l de gasolina em consumo urbano. Nota 5.
Conforto – Espaço
interno não é o forte de nenhum compacto. Mas o Punto até é bem
resolvido nessa questão. Há lugar para quatro adultos e a adição de um
quinto elemento não prejudica tanto o conforto. Os bancos são revestidos
parcialmente em couro – opcional – e sustentam bem o corpo. A acústica
faz o seu trabalho em isolar o “ronco” do motor. Destaque também para a
função “Creeping” da transmissão automatizada, principalmente na hora de
estacionar. Nota 8.
Tecnologia – O Punto
BlackMotion vem com bons itens de série com direito a airbag duplo, ABS,
ar-condicionado, direção hidráulica, sinalização de frenagem de
emergência e trio elétrico. Mas são os opcionais que tornam o carro mais
atrativo com destaque para o teto solar Skydome, transmissão Dualogic
Plus com três modos de direção, paddle-shifts, ar-condicionado digital e
o sistema Blue&Me que traz Bluetooth. Com todos esses itens o preço
fica elevado e ultrapassa até o Punto T-Jet de “entrada”. Nota 7.
Habitabilidade – Quem
projetou o Punto não é muito chegado a porta-objetos. Existe apenas um
porta-copos na frente da alavanca de câmbio que pode receber itens
pessoais. O compartimento acima das saídas de ar é pouco prático. O
porta-malas leva 280 litros, bem de acordo com o segmento. Nota 7.
Acabamento – É uma
das evoluções do Punto na reestilização que ocorreu em 2012. E no
BlackMotion fica ainda melhor. Como diz o próprio nome, o habitáculo é
predominantemente preto e dá um aspecto sóbrio ao modelo. Há ainda
inserções no painel que imitam fibra de carbono. As costuras de tom
acizentado do volante e dos bancos também são de bom gosto. Mas o toque
principal no interior é uma “luzinha” branca que acompanha todo painel. Nota 7.
Design – A versão
BlackMotion é baseada na Sporting, mas veste a “roupa” da configuração
genuinamente esportiva T-Jet. O visual “esportivado” traz para-choques
alargados e tomadas de ar, além de saias laterais que deixam o Punto
mais “invocado”. Na traseira chama atenção o minispoiler em preto fosco e
a simulação de difusor com as luzes de ré centralizadas. As rodas são
de 16 polegadas com desenho interessante, mas podem trazer as mesmas do
T-Jet, de 17 polegadas, como opcional. Nota 8.
Custo/benefício – O
Punto BlackMotion diminui ainda mais o “gap” entre as versões Sporting e
T-Jet. Ele parte de R$ 49.900 enquanto a versão esportiva parte de R$
57.490. Se a lista de opcionais for levada a sério pelo comprador, o
valor do modelo pode ultrapassar os R$ 60 mil. Na concorrência de
compactos superiores, os únicos que tem transmissão automática ou
automatizada são o Citroën C3, Peugeot 208, Ford Fiesta Powershift e o
Volkswagen Polo I-Motion, ambos consideravelmente mais caros que o Punto
e sem a “casca” esportivada. Nota 6.
Total – O Fiat Punto BlackMotion somou 73 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Efeito estético
O grande apelo do Punto BlackMotion é o
visual. O face-lift de 2012 deixou o Punto com um “bigode” na
dianteira, mas na versão BlackMotion o que chama atenção é a “cara” da
versão T-Jet. Os para-choques com pequenas entradas de ar dão o toque
“agressivo” no design, tanto na traseira quanto na dianteira. Atrás o
aspecto dinâmico se completa com o escapamento duplo e os plásticos que
imitam um difusor – que ainda ostenta as luzes de ré. A esportividade
também segue no habitáculo. A versão testada era equipada com bancos
revestidos em couro, teto solar e ainda com paddle-shifts.
Já o motor 1.8 E.torQ não tem, nem de
longe, o mesmo desempenho do 1.4 litro turbinado do Punto T-Jet. Mas o
propulsor de 132 cv não faz feio e confere agilidade ao hatch. O grande
“problema” do BlackMotion é o entrosamento do motor com a trasmissão
automatizada Dualogic Plus. O câmbio deixa o propulsor trabalhar em
rotações altas até efetuar as trocas. As mudanças de marcha também são
marcadas por perceptíveis “soluços”, que provocam verdadeiros “vai e
vém” dos corpos dos ocupantes. Os solavancos só ficam mais amenos e a
esportividade aparece quando as trocas são efetuadas pelas “borboletas”,
mas só são oferecidas como opcional.
A versão testada ainda era equipada
com o sistema DNA que traz três modos de condução: Dinâmico, Neutro e
Autonomia. O “Neutro” é a configuração padrão. O ajuste “Dinâmico” deixa
o Punto mais “espertinho”, porém acentua a falta de comunicação do
motor com a transmissão automatizada. E o “Autonomia” privilegia o
consumo e tira qualquer sensação de esportividade do carro. O modo faz o
Punto Blackmotion murchar nas acelerações e nas retomadas. Algo que
realmente não combina em nada com seu visual.
Ficha técnica
Fiat Punto BlackMotion 1.8 E.torQ
Motor: Gasolina e
etanol, dianteiro, transversal, 1.747 cm³, quatro cilindros em linha,
quatro válvulas por cilindro. Comando simples de válvulas no cabeçote.
Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automatizado Dualogic Plus de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência: 130 cv com gasolina e 132 cv com etanol a 5.250 rpm.
Torque máximo: 18,4 kgfm com gasolina e 18,9 kgfm com etanol a 4.500 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 9,9 s com gasolina e 9,6 s com etanol.
Velocidade máxima: 190 km/h com gasolina e 193 km/h com etanol.
Diâmetro e curso: 80,5 mm x 85,8 mm. Taxa de compressão: 11,2:1.
Suspensão: Dianteira
independente do tipo McPherson, com braços oscilantes fixados em
subchassi, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos
pressurizados e barra estabilizadora. Traseira com rodas
semi-independentes, com barra de torção, barra estabilizadora integrada e
amortecedores hidráulicos pressurizados. Não oferece controle de
estabilidade de série.
Pneus: 195/55 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS com EDB.
Carroceria: Hatch em
monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,06 metros de
comprimento, 1,68 m de largura, 1,49 m de altura e 2,51 m de
entre-eixos. Oferece airbags frontais de série e laterais e de cortina
como opcional.
Peso: 1.222 kg.
Capacidade do porta-malas: 280 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Betim, Brasil.
Lançamento no Brasil: 2013.
Itens de série: rádio
CD/MP3 integrado ao painel com entrada USB, volante em couro com
comando de rádio, rodas de liga leve de 16 polegadas, sensor de
estacionamento e vidros elétricos traseiros, sinalização de frenagem de
emergência e duplo airbag e freios ABS.
Preço: R$ 50.150.
Opcionais:
Ar-condicionado digital, sensor de luminosidade e chuva, retrovisor
interno eletrocrômico, airbags laterais e de cortina, teto solar,
transmissão automatizada Dualogic Plus com DNA, rodas de liga leve de 17
polegadas, paddle-shifts, banco traseiro bipartido com apoia-braço
central, bancos revestidos parcialmente em couro, sistema Blue&Me.
Preço completo: R$ 61 mil.
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