5 de nov. de 2013

Passado em quatro rodas - novelas trazem de volta antigos clássicos para a telinha

Fotos: Luiza Dantas
Passado em quatro rodas - novelas trazem de volta antigos clássicos para a telinha
Direção de arte de "Pecado Mortal" já usou mais de 180 automóveis de época

Tramas de época implicam em uma série de cuidados nos pormenores de cada período retratado. Quando se trata de um tempo mais recente e de novelas urbanas, como é o caso de "Pecado Mortal", um detalhe merece atenção especial:
os automóveis utilizados em cena. Desde antigos Volkswagen Kombi e Fusca, Chevrolet Chevette, Porsche e até ônibus, mais de 180 veículos das décadas de 1940 e 1970 já foram contratados e, inclusive, comprados para as sequências. E a tendência é que esse número cresça ainda mais. " Trabalhamos em uma obra de ação, ou seja, com muitas perseguições. E não nos preocupamos apenas com os carros dos personagens, mas também com os de figuração. Demanda investimento e bastante tempo nessa busca ", explica Carlos Rangel, diretor de arte do folhetim.
Fixos no " elenco ", são cerca de 30 automóveis. A maioria deles alugados de um único fornecedor que, até então, nem era colecionador. A questão é que a emissora enfrentava dificuldade em conseguir donos dispostos a alugar seus veículos para uma história com perigosas sequências de ação. E, ao descobrir isso, um fornecedor, que já trabalhava com outros tipos de locação, se dispôs a montar uma frota especificamente para atender à equipe da novela. " Quando se trata de uma explosão ou, como já aconteceu, de lançar um no mar, compramos o automóvel e tudo se resolve ", conta o diretor Alexandre Avancini.
 Na verdade, o trabalho não se tornou tão fácil quanto parece. Para as sequências que envolvem a participação da equipe de cenas de ação da emissora, os próprios veículos precisam de dublês. É que a instalação de aparatos de segurança demanda que o carro tenha o seu interior desmontado. E isso impossibilita que apenas um automóvel seja usado na sequência, já que, no caso de uma capotagem, por exemplo, o " carro dublê " é preparado para ser usado somente na hora " H ". Todas as cenas anteriores são feitas com o original. " A gente fica tenso quando lê porque essa parte é complicada. Às vezes, o autor mesmo facilita nosso trabalho, não especificando que veículo será usado ", diz Rangel, enquanto se desdobra para resolver outro problema referente aos veículos da trama. Em um dos " takes " que serão gravados em breve, um personagem ganha um carro zero-quilômetro. Para mostrar isso, a equipe precisa achar um que esteja tão bem conservado, por dentro e por fora, que passe facilmente por um carro que nunca foi usado. " Tarefa complicada quando se tratam de peças com mais de 30 anos de uso ", fala, em tom de preocupação.
Algumas vezes, um mesmo veículo é usado em situações distintas. Por exemplo, no caso da Chevrolet Veraneio, adesivos diferentes possibilitam que ora ela sirva como sendo da polícia, ora como ambulância. Uma tática que até poderia ser utilizada também no Volkswagen Fusca, mas Rangel explica que o trabalho não compensaria. " Alguns modelos são fáceis de serem encontrados e o Fusca é um deles ", justifica. A escolha dos modelos utilizados, aliás, é feita a partir de uma lista de opções dada pela equipe de direção de arte e decidida pelo próprio Rangel, pelo diretor Alexandre Avancini e pelo autor, Carlos Lombardi. De todos os carros, o que teve mais unanimidade na escolha foi o Chevrolet Opala laranja pilotado por Felipe Cardoso, que interpreta o aventureiro Otávio. " A gente queria um carro mais transado e esse caiu muito bem ", argumenta o diretor de arte, enquanto posa para foto ao lado do automóvel.
Rangel não fala nos custos de tantos veículos antigos. Mas garante que, mesmo no caso de modelos como Chevette, Ford Corcel, Volkswagen Brasília e Fusca, mais fáceis de serem encontrados, vale mais a pena o aluguel do que a compra. Caso os automóveis fossem adquiridos pela emissora, isso demandaria uma infraestrutura de equipe para levá-los aos locais das cenas e guardá-los ao final, o que implicaria na contratação de pessoas para dirigi-los e cuidar dos mesmos. " Comprar esses carros significa administrá-los. E isso, sim, sairia mais caro e trabalhoso. Não compensaria ", explica.
 

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