Os caras estavam no X-Treme Motorsports, evento organizado pelos nossos amigos da Fullpower, e já tinham chamado a nossa atenção pela qualidade do material que vimos in loco. O Jalopnik Brasil foi convidado a ceder um jogo de rodas para ser restaurado e customizado por eles – e quase instantaneamente pensei no pior caso possível para esta reportagem. Ou seja, no melhor desafio. Um bastante estiloso, que acelera muito e que tem um baita ronco.
Este é o Maverick GT V8 302 1978 do Eduardo Lioi, que além de ser amigo de uns bons anos, é piloto de primeira e preparador (Pedrinho Racing) de mão cheia. Não à toa, escolhi a dupla (pai e filho) para ser responsável pelo canhão do motor do Dart Games. Com este carro, o Edu já viveu muitas e boas – alguns destes episódios, comigo a bordo. Foi neste carro que descobri pela primeira vez o que era andar a mais de 200 km/h em um muscle car da década de 1970. Fora outras doideiras impublicáveis.
Mais do que um Maverick GT com rodas 18 x 10 da Stock Car Omega, este carro tem DNA e história de sobra. O Edu trabalha com o seu pai, Pedrinho Lioi, desde muito moleque – e, acredite, ganhou este carro quando fez 18 anos, totalmente restaurado e customizado da forma que quis: cor Cinza Netuno (Fiat), bancos e forrações de couro feitas pela Rallye Design, até mesmo a placa. Foi uma espécie de batismo: a partir daquele momento, ele se dedicaria integralmente à oficina junto ao seu pai, na Lapa (SP). E isso já faz dezesseis anos.
Uma das coisas que mais gosto neste carro é que ele é uma cápsula do tempo: este Ford congelou as receitas de preparação e modificação que eram feitas na época – do spoiler dianteiro à corrente nas bandejas, uma artimanha feita em uma época em que se precisava de mais carga nas barras estabilizadoras do que elas permitiam.
Isso sem falar no motor, com abafadores à moda antiga, feitos pela Tarumã (nada de Flowmaster: fiquem tranquilos que vocês ouvirão o ronco dele em breve!), e comando de válvulas de perfil old school – baixo levante, alta duração. Apesar disso, sua geometria oferece maior duração no escape que na admissão, deixando aberta a possibilidade de instalação de nitro. O que mais temos ali: cabeçotes Edelbrock e radiador de alumínio, coletor de admissão Edelbrock Air Gap, carburador Holley de 650 cfm e segundo estágio mecânico, balanceiros roletados. Ah, mais um detalhe: ele usa câmbio de Dodge, que é basicamente o Clark 260F do Maverick, mas com relação mais close ratio.
Não é um monstro de arrancada nem aquele tipo de carro para se vomitar números. Só que é aquele tipo de carro que, no mundo real, fora dos fóruns, sites, teclados e afins, já deixou muito nego metido pra trás. Quem vive a história sabe do que se trata.
O maior toque de época, pra mim, está no fato de o capô ficar entreaberto (veja as buchas e espaçadores na foto acima). Seja para o filtro de ar caber, para o ar quente do cofre sair ou o fluxo aerodinâmico ficar melhor, o resultado, fora o ganho técnico, é o ganho em maldade.
E aqui estão as dita-cujas: as Binno de Stock Car, 18 x 10, calçando biscoitos Pirelli de competição (265 645 na frente, 285 645 atrás). Estas rodas já aceleraram em um Omega de corrida, foram para este Maverick, aceleraram na arrancada, em track days, em estradas, enfim. Viveram um zilhão de quilômetros recheados de adrenalina. Quando você olha para elas, assim de longe, parecem estar zeradas – mas ao chegar um pouco mais perto, dá pra perceber que todas essas histórias deixaram as suas marcas na liga. Contudo, ao sermos recebidos pela equipe da AWRS, descobrimos que o buraco era mais embaixo do que alguns descascadinhos…
A Alloy Wheel Repair Specialists
Esta é a área de trabalho da AWRS, localizada na Rua Laguna, 937, próximo à ponte João Dias. No total, há 1.000 metros quadrados, 15 funcionários, um trailer-oficina e eles, mesmo com pouco tempo de operação, já restauraram ou customizaram mais de três mil rodas – boa parte delas de concessionárias premium, seus principais clientes. Eles trabalham com representantes de marcas como BMW, Porsche, BMW, Mercedes-Benz e Audi – mas, como vocês verão, também há forte foco no consumidor final. Seja aquele cara que ralou a roda do Jetta na calçada, seja o sujeito que quer fazer um acabamento diferenciado em suas BBS modulares. Para se ter uma ideia do nível, topamos com um jogo de Volk TE37 sendo restauradas lá. Vocês verão tudo isso na próxima parte.A AWRS oferece uma série de diferenciais, todos orientados por uma série de normas e procedimentos de segurança, que começam já na própria avaliação das rodas danificadas (amassados, trincas ou fissuras) e passam pela metodologia de reparo de imperfeições técnicas ou cosméticas. Nós veremos o passo-a-passo do que eles fazem para customizar e reparar rodas na próxima parte da série – aquecimento, macacos hidráulicos, relógios comparadores, cortes e soldas TIG, tudo feito dentro de um padrão que ainda não tinha visto no Brasil. O único serviço de acabamento que eles não fazem é cromeação.
Isso sem falar na máquina de diamantação por CNC, de acordo com eles, exclusiva no País. A diferença do processo computadorizado, fora a velocidade, é a homogeneização e precisão das linhas que compõem o acabamento, muito mais regulares que se feitas por maquinário operado manualmente. Ele também possibilita a escolha de uma série de padrões, que resultam em diferentes texturas e níveis de brilho.
Agora vou provar para vocês porque este é o pior, ou seja, o melhor desafio para a AWRS. Primeiro: está vendo esta gigantesca borda polida, onde estão os adesivos da Binno? Na verdade ela é diamantada – olhe com atenção na foto acima que você vai enxergar os frisos do maquinário. O acabamento de fábrica já não era dos melhores e os anos de uso tiraram ainda mais brilho da superfície. Para testar o CNC, pedimos o padrão mais brilhoso no CNC, o que exige as linhas mais próximas umas das outras.
Segundo desafio: esta panca monstruosa que a roda dianteira direita tomou. A roda sofreu uma trinca razoável e ainda foi mal reparada. Depois do desmonte, os técnicos da AWRS viram que o dano ainda estava dentro da margem de segurança (falaremos e mostraremos isso na próxima parte), possibilitando o reparo pela eliminação da área trincada (nada de preenchimento de rachaduras aqui).
Terceiro desafio: acabamento e customização. Essa roda já viu pedrinhas de todos os tamanhos. As Binno não somente serão restauradas, como também serão customizadas: o miolo será pintado da cor do carro. Só de olhar para as rodas por alguns segundos, o diretor da AWRS, Marcelo Ciasca, nos mostrou que ela havia sido repintada. Note a textura de pele de laranja na foto abaixo.
A parte de trás das rodas estava obviamente desgastada, mas isso é apenas estético.
Só o Edu mesmo para andar na rua com slicks de competição riscados. Olha o tamanho destes pneus!
Neste exato momento, as rodas estão sendo restauradas. Na próxima parte, mostraremos todos os procedimentos que a AWRS faz em suas restaurações e personalizações, e na última parte, teremos um ensaio do Maverick com suas novas rodas! Aguarde.
Serviço
Alloy Wheel Repair Specialists do BrasilRua Laguna, 937 – Chácara Santo Antônio – São Paulo – SP
Fones: 11-2362-7006 e 11-2367-7006
atendimento@awrs.com.br
www.awrs.com.br
Pedrinho Racing
11 3862-5025
11 98241-0532
Nextel: 86*5110
pedrinhoracing@gmail.com
11 3862-5025
11 98241-0532
Nextel: 86*5110
pedrinhoracing@gmail.com
Por Juliano barata
Participe! Deixe aqui seu comentário. Obrigado! Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário