Há várias formas de uma equipe de Fórmula 1 trapacear para vencer corridas e campeonatos. Por exemplo, ordenar que um piloto jogue o carro contra o muro, ou bloqueie uma curva “por acidente”. As melhores trapaças não quebram as regras, e sim driblam o regulamento usando brechas tecnológicas. Estas são as dez trapaças mais brilhantes da Fórmula 1.
Amortecedor de massa da Renault, em 2005
A Renault inventou, e os outros times copiaram — ou contestaram, quando não conseguiram copiar. O amortecedor de massa era um conjunto de molas hidráulicas dispostas no bico e na traseira do carro que neutralizavam os balanços do chassi. Se o bico saltava, o peso se movia para baixo e vice-versa, ajudando o carro a se manter plantado e estável. Ele foi banido por ser uma “peça aerodinâmica móvel”, ainda que fosse instalada no lado de dentro do carro e não tivesse efeito aerodinâmico.
O duto em F era brilhante. Um pequeno furo na frente do cockpit dava aos carros mais velocidade em linha reta ao canalizar o ar para mover a asa traseira de modo que ela não causasse resistência aerodinâmica. O uso de efeitos fluidos não-lineares para criar um interruptor lógico para o fluxo de ar era tão engenhoso que a FIA acabou inspirada no dispositivo para criar o que conhecemos como DRS hoje.
Mesmo assim, a versão original era muito mais interessante.
Motores turbo da BMW Em 1986
Todo mundo estava levando aqueles quatro-cilindros turbinados além do limite para a classificação, mas só a BMW conseguia chegar perto dos 1.500 cv com 1,5 litro de cilindrada. Como? Bem, como não havia limitações em relação ao motor, não havia problema em estourar alguns motores depois de completar apenas quatro voltas. Quatro voltas MUITO rápidas. Eles simplesmente colocavam um motor novo para a corrida.
Freios arrefecidos a água
Os carros da Fórmula 1 precisam ter um peso mínimo em nome da segurança e do desempenho. Em 1982, algumas equipes descobriram um jeito de contornar a regra para disputar a corrida abaixo do peso mínimo.
Pergunte a Nelson Piquet ou ao seu engenheiro Gordon Murray sobre um certo sistema de arrefecimento de freios usando água. Os carros eram equipados com um reservatório de cerca de vinte litros de água, que seria usada para resfriar os freios durante a corrida. Na primeira volta os pilotos esvaziavam o tanquinho, e ganhavam um carro 20 kg mais leve.
O difusor duplo da Brawn em 2009
As regras da F1 deixavam claro detalhes sobre o tamanho dos difusores, mas a Brawn F1 conseguiu fazer todo o carro funcionar como se fosse um difusor de dois andares. As demais equipes protestaram, alegando que aquilo era ilegal, mas ele era tão eficiente que garantiu o campeonato à Brawn antes que qualquer coisa pudesse ser feita.
O câmbio CVT da Williams de 1993
Além de usar suspensão ativa, a Williams também foi a primeira a usar a transmissão continuamente variável para obter vantagem sobre os demais.
Cada troca dispensada pelo CVT economizaria 0,05 segundo, e o carro estaria sempre na relação ideal para extrair o máximo de potência o tempo todo. Mesmo com sete ou oito marchas, você ainda não teria 100% de potencial o tempo todo, algo que o CVT consegue.
O chassi duplo da Lotus de 1981
O Lotus 88 usava usava um engenhoso chassi duplo, um dentro do outro. O chassi de dentro suportava o cockpit e era independente do externo, que foi projetado para lidar com a pressão do efeito solo. Este chassi externo não tinha asas definidas, e era, na verdade um carro de efeito solo, que começava no bico do carro e se estendia até as rodas traseiras, gerando uma downforce absurdamente alta.
Freio traseiro da McLaren em 1997
O primeiro MP4/12 tinha um pedal extra. A McLaren havia eliminado o sub-esterço e o destracionamento em qualquer curva com muita eficiência, até que o fotógrafo Darren Heath descobriu o truque.
O controle de tração da Benetton em 1994
Não se sabe se a Red Bull deu à Vettel seu quarto campeonato com a ajuda do controle de tração ou não, nem se Michael Schumacher começou sua carreira vitoriosa trapaceando.
Tudo o que sabemos é que os mecanismos estavam lá, o software estava lá e o chefe da equipe foi o mesmo cara que mandou Piquet-filho arremessar seu Renault contra o muro 14 anos depois só para conquistar uns pontos.
O Brabham fan-car de 1978
Projetado pelo lendário Gordon Murray, o Brabham BT46 era puxado contra o chão por um imenso exaustor instalado na traseira do carro. Os outros pilotos reclamaram que o exaustor atirava nos carros os pedriscos aspirados da pista. Ele venceu sua primeira corrida e não voltaria a vencer pois a Brabham concordou em desistir da tecnologia pelo bem do esporte. Ele era muito avançado e muito louco para o seu próprio bem.
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