8 de nov. de 2013
Carros para sempre: VW Pointer – belo, o “Escort da Volks” veio só de passagem
Depois do fracasso do Apolo, a Volkswagen deu mais atenção ao seu novo projeto sob tutela da Autolatina. O primeiro a surgir foi o sedã Logus e pouco tempo depois, em outubro de 1994, chegava o Pointer. A Volkswagen queria um hatch com apelo mais esportivo e pra isso resgatou o nome da cultuada versão existente no Passat entre 1986 e 1989.
Feito sobre a plataforma do Ford Verona, o Pointer evitava a concorrência com o primo Ford Escort pelo fato de ter quatro portas. Atraente, seu design limpo e sem saliências era destaque, principalmente na traseira que tinha belas lanternas e uma espécie de spoiler integrado à tampa do porta-malas, que emprestava esportividade ao hatch médio. Na dianteira, ele seguia as linhas básicas do Logus, mas se diferenciava por ter uma grade mais estreita e faróis de longo alcance embutidos. Seu formato dois volumes era acentuado pela grande tampa traseira.
Fabricado também na Argentina, onde desfrutou de boa receptividade, o Pointer deveria chegar ao mercado pouco tempo depois do Logus, mas o lançamento foi adiado para que todas as versões fossem equipadas com injeção eletrônica.
O Pointer então foi lançado nas versões CL e GL 1.8 de 88 cv e 2.0 de 116 cv. Depois viria a esportiva GTi 2.0 de 116 cv e 17,7 kgfm de torque máximo. Devido ao peso de até 1.190 kg, o Pointer não era exatamente leve, mas o desempenho na versão GTi era bom: aceleração de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos e velocidade máxima de 192 km/h (teste da revista Quatro Rodas).
As versões básicas tinham os mesmos equipamentos do Logus, enquanto o topo GTi trazia direção hidráulica, travas, vidros e retrovisores com ajuste elétrico, toca-fitas com equalizador (CD player e teto-solar eram opcionais), bancos esportivos Recaro e suspensão mais firme. Apesar das qualidades, a versão esportiva GTi tinha inicialmente uma relação de quinta marcha muito curta (e desnecessária diante da potência) que causava excesso de ruído e consumo elevado na estrada. O problema seria resolvido em pouco tempo, com a adoção de uma quinta mais longa, que também deixou o carro mais veloz.
Na época do lançamento, como jogada de marketing da VW, funcionários da marca e donos de revendedoras circulavam com o Pointer para chamar a atenção para a novidade. Importante lembrar que o ano de 1994 foi marcado pela invasão dos importados e a Volks apostava suas fichas no Pointer para fazer frente às novidades que estavam “bombando” na época, como o Fiat Tipo. Meses depois, já em 1995, o Fiat faria a proeza de desbancar temporariamente o VW Gol da liderança em vendas (destacando que o Tipo era um médio e importado). Devido à inusitada situação, a Volkswagen teve reorganizar suas linhas de montagem, o que impactou na suspensão temporária da produção do Pointer.
No ano seguinte, o Pointer ganhava poucas mudanças, que se resumiam a para-choques pintados nas versões CLi e GLi e melhor revestimento interno, com o mesmo padrão do Logus. A versão GTi recebia volante e manopla de câmbio revestido em couro e novas rodas aro 14″.
Em 1996, a Autolatina selava o divórcio e o Pointer, assim como o Logus, se despedia do mercado. Com somente 32.746 unidades vendidas, ele não fez tanto sucesso quanto o Logus e, além disso, a partir de 1995 sofreu com a canibalização pelo Golf, na época importado do México e Alemanha. Depois disso, o Golf tomou de vez o posto de hatch médio da VW também no Brasil.
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