4 de jul. de 2013

Teste: Fox Bluemotion 1.0 - Modernidade forçada

Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
Teste: Fox Bluemotion 1.0 - Modernidade forçada

A Volkswagen adiou o quanto pôde. Nos últimos 10 anos, a marca manteve plataformas e propulsores produzidos no Brasil sem qualquer novidade substancial. Afinal, em um país de consumidores pouco exigentes ou mal-informados, modernizar os modelos nem sempre se traduz em vendas. Mas a recente perda de fôlego no mercado incomodou.
E o primeiro sinal mais palpável do fim da protelação veio a bordo do Fox Bluemotion 1.0. A versão, que já existe no Polo, vende a ideia de ser mais econômica e amigável ao meio ambiente. No caso do hatch compacto a justificativa da versão está sob o capô: o novo motor EA 211, de 1.0 litro com três cilindros e 12 válvulas, feito em São Carlos, São Paulo. O Bluemotion ainda traz uma grade mais aerodinâmica, pneus menos resistentes à rolagem e adereços de diferenciação. O “novo” Fox chega às concessionárias, com ano/modelo 2014, custando R$ 750 a mais que o Fox 1.0 tradicional, que ainda continua à venda.

A chegada do propulsor de três cilindros tem a ver com o lançamento do subcompacto Up! no Brasil, no fim deste ano. O motor pertence à mesma família que equipa vários modelos do Grupo, como o Audi A1 1.4 litro vendido por aqui, e é muito semelhante ao utilizado pelo próprio Up! na Europa – com a diferença de ser flex. O EA211 traz várias caraterísticas já presentes em propulsores oferecidos por outras marcas no país, mas ainda inéditos nos produzidos pela Volkswagen no Brasil. São recursos como balancins roletados, eixo de comando tubular com abertura variável na admissão e bloco em alumínio. Nenhuma das novidades do EA211 é revolucionária. Tanto que o Fox apresenta números muito parecidos com os de rivais diretos. A potência de 75/82 cv com gasolina/etanol e o torque de 9,7/10,4 kgfm não são pontos fora da curva. Mas há um ganho de eficiência objetivo em relação ao antigo motor. Segundo a marca, o Fox Bluemotion 1.0 é até 17% mais econômico que o Fox 1.0 “normal”.



O novo propulsor é cerca de 24 kg mais leve que o EA111. Nesse emagrecimento, 23 kg são obtidos apenas na troca do material do bloco, com alumínio no lugar de ferro fundido. O quilo extra se deve à redução do número de peças internas – com um cilindro a menos, há menos bielas, pistões e válvulas, além de virabrequim e comando menores. Um outro fator que colabora bastante nessa melhora de consumo é o sistema de abertura de válvulas de admissão variável. O sistema faz com que o preenchimento do cilindro seja mais eficiente em uma faixa de uso mais ampla. Tanto que o torque máximo ocorre entre 3 mil e 3.800 giros. Com isso, a engenharia pôde alongar a relação final em cerca de 10% – o Bluemotion mantém uma determinada velocidade com um giro 10% menor que o Fox 1.0 comum. Entra também na conta e direção elétrica, que “rouba” menos energia do motor, e uma melhora aerodinâmica. Apenas por conta dos pneus de baixo aatrito, mais finos, a área frontal caiu de 2,17 m² para 2,16 m². Juntamente com a grade Bluemotion e o aerofólio traseiro, o coeficiente de penetração aerodinâmica do Fox foi reduzido de 0,35 para 0,33 Cx.

Grade e aerofólio, apesar de serem elementos aerodinâmicos, funcionam também como reforço visual para o Fox e ajudam a distinguir a versão Bluemotion, que tem a logomarca estampada tanto na grade quanto na tampa do porta-malas. Por dentro, as diferenciações da versão ficam com o tecido de revestimento dos bancos, em malharia azul, e no painel de instrumentos, onde há indicação de consumo instantâneo e para a troca de marchas. De série, o modelo traz direção eletro-hidráulica, computador de bordo, freios ABS e airbags frontais. O Fox Bluemotion começa em R$ 32.590 e tem mais que o Fox 1.0 comum apenas o computador de bordo – além dos itens específicos da versão Bluemotion. A diferença de R$ 750 não chega a ser um fator inibidor de vendas, mas ainda assim a Volkswagen não aposta alto no poder de atração do modelo. A expectativa da marca é vender cerca de 350 Fox Bluemotion por mês – em torno de 3% do mix do hatch compacto.



Primeiras impressões

Segundas intenções

Campinas/SP – A função mais importante do novo Fox Bluemotion é servir como uma espécie de “mula” para o motor do novo subcompacto Vollkswagen Up!. É um “teste” oportuno, pois o novo modelo representará um ressurgimento tecnológico para a montadora. Afinal, desde o Polo, em 2002, os recursos mais atuais da marca só chegam ao Brasil de navio. O novo motor 1.0 de três cilindros seria uma espécie de carta de intenções de modernidade. De fato, o pequeno EA211 surpreende pela performance. Ainda mais após o primeiro contato, que não é dos mais auspiciosos. Assim que se gira a chave, a primeira reação é  uma trepidação desagradável. A impressão é que os três cilindros – com 120º de decalagem – não vão achar um ponto de equilíbrio.

Mas ele chega, apenas alguns segundos depois. E daí para frente, o comportamento é impressionantemente bom.Apesar de ser um multiválvulas, o torque se faz sentir em toda a faixa útil – 2 mil rpm em diante. Fica melhor a partir dos 3 mil giros e se torna mais interessante conforme o giro sobe. A 4 mil rpm, já se está em torno de 120 km/h. Nesse ponto, o motor só se expressa para os,ocupantes através do conta-giros. Apesar de o Fox não ter um isolamento acústico dos melhores – o ruído dos pneus no asfalto atrapalha até as conversas –, o motor é extremamente silencioso.



A Volkswagen garante que o ponto forte do modelo é a economia de combustível. E é a favor disso que alguns elementos do computador de bordo conspiram. Como o indicador visual de consumo instantâneo, através de uma barra horizontal, e as setas no indicador de marcha, que instrui a passar ou a reduzir, para economizar combustível. A Volkswagen garante que o Fox Bluemotion é tão mais econômico que o outro 1.0 da gama que os R$ 750 se pagam em questão de meses. E a média apresentada pelo computador de bordo, de 13 km/l, após uma condução sem maiores preocupações com economia, parece corroborar isso.

Ficha técnica

Volkswagen Fox Bluemotion


Motor: Etanol e gasolina, dianteiro, transversal, 999 cm³, três cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando simples no cabeçote e comando variável de válvulas na admissão. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 82 e 75 cv a 6.250 rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 10,4 e 9,7 kgfm a 3 mil rpm com etanol e gasolina.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,2 e 13,5 segundos com etanol e gasolina.
Velocidade máxima: 167 e 166 km/h com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 74,5 mm X 76,4 mm. Taxa de compressão: 11,5:1.
Pneus: 175/70 R14.
Peso: 993 kg.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com mola helicoidal e barra estabilizadora. Traseira interdependente com braço longitudinal e mola helicoidal.
Freios: Discos na frente e tambor atrás.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,82 metros de comprimento, 1,66 m de largura, 1,55 m de altura e 2,47 m de distância entre-eixos.
Capacidade do porta-malas: 260 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: São José dos Pinhais, Paraná.
Itens de série: Banco do motorista com regulagem de altura, conta-giros, direção eletro-hidráulica, gaveta sob o banco do motorista, computador de bordo, indicador de troca de marchas, pneus de baixa resistência ao rolamento e rodas em aço de 14 polegadas.
Preço: R$ 32.590 no duas portas e R$ 34.090 com quatro.
Opcionais: Rádio/CD/MP3/USB/Aux/Bluetooth, faróis com máscara negra, ar-condicionado, sensor de estacionamento traseiro, banco traseiro corrediço, coluna de direção regulável em altura e profundidade, trio elétrico e chave com controle remoto.
Preço completo: R$ 39.782 com 2 portas e R$ 41.554 com 4 portas.










Participe! Deixe aqui seu comentário. Obrigado! Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

Nenhum comentário: