24 de jul. de 2013

Teste: Ford Fusion Hybrid - Downsizing híbrido

Fotos: Héctor Mañon/AutoCosmos
Teste: Ford Fusion Hybrid - Downsizing híbrido
Até como forma de compensação, a oferta de carros ecologicamente corretos é quase obrigatória para a indústria e para os governos – até porque os dois lucram bastante com a venda de automóveis. No Brasil, porém, o consumidor interessado numa postura ambientalmente amigável precisa pagar do próprio bolso. É o que vai acontecer quando o Ford Fusion Hybrid chegar por aqui nas próximas semanas. A versão ecológica do sedã de nova geração vai  desembarcar com um motor 2.0 litros sob o capo – o Fusion anterior utilizava o mesmo 2.5 litros da versão de base. O preço, porém, não deve refletir esta redução: ele deve custar perto dos R$ 130 mil, próximo do que custava a geração passada e R$ 30 mil mais caro que a versão Titatium, atual topo da gama.

Por fora, o Fusion Hybrid é o mesmo carro. Ostenta o aspecto refinado que a linha ganhou na atual geração, com a grade generosa e os vigorosos vincos no capô. Ao levantar a tampa do motor, no entanto, as semelhanças desaparecem. O compartimento traz dois motores – um a combustão na esquerda e um elétrico na direita. O propulsor “convencional” é um 2.0 16V a gasolina, já avaliado pelo InMetro/Conpet no Brasil e que obteve média de 16,9 km/l. O propulsor gera 141 cv de potência e torque de 24,4 kgfm. Em conjunto, trabalha o motor elétrico de 47 cv, alimentado por uma bateria de íons de lítio situada no porta-malas. Juntas, as unidades produzem uma potência combinada de 188 cv. Ambas são acopladas a uma transmissão automática do tipo CVT – continuamente variável.



O propulsor a combustão funciona de maneira peculiar. A Ford decidiu usar o ciclo Atkinson, em vez do tradicional ciclo Otto – o mesmo que o Toyota Prius utiliza. A escolha, segundo a marca, é pelo melhor aproveitamento da força da explosão e é cerca de 10% mais eficiente. Mas a economia de combustível é incrementada mesmo pelo sistema de recuperação de energia cinética – KERS, na sigla em inglês –, semelhante ao usado na Fórmula 1. O mecanismo regenera boa parte da energia gerada na frenagem do veículo. O motor elétrico também é responsável por alimentar o ar-condicionado, o que alivia ainda mais o trabalho do propulsor convencional e contribui para a economia de combustível. Além das particularidades mecânicas, o sedã tem ainda um diferencial aerodinâmico. A parte inferior do Fusion Hybrid tem uma proteção completamente plana, o que reduz a resistência do ar com o carro em movimento.

A variante híbrida se posiciona no topo da gama do sedã. Isso significa que o Fusion Hybrid está bem servido de equipamentos. O carro vem com oito airbags, ABS com EBD, sistema de entretenimento MyFord Touch com GPS integrado, controles eletrônicos de tração e estabilidade, sensores de ponto cego, estacionamento, de chuva e crepuscular e ainda ar-condicionado de duas zonas e bancos com regulagem elétrica. Além destes itens, comuns às outras versões, traz também um painel de monitoramento do sistema híbrido, com informações como nível de carga da bateria, dados de consumo e indicações da eficiência da forma de conduzir.



Primeiras impressões

Fascínio ecológico

por Alejandro Konstantonis
AutoCosmos.com
exclusivo para Auto Press


Cidade do México/México – Aparentemente, carros híbridos deveriam se adaptar à rotina normal das pessoas. No caso do Fusion Hybrid, há antes um processo de aprendizagem. Não que se necessite de algum conhecimento extra, mas trata-se de uma experiência bastante peculiar. Isso porque, ao partir com o carro, após uma leve pressão no pedal do acelerador, ele move-se de maneira harmoniosa graças ao propulsor elétrico. É possível continuar com o motor a gasolina completamente adormecido até os 90 km/h. E aí se revela a tal peculiaridade da condução do sedã, já que é preciso manter certa cadência na aceleração para que a unidade a combustão não se acione – o que é praticamente imperceptível.

O painel do Fusion Hybrid auxilia o motorista a dirigir de maneira mais condizente com a tecnologia do carro. Um dos recursos mais interessantes aparece com a legenda “folhas de eficiência”. E um dos desafios mais divertidos de conduzir o carro é compreender sua operação. Enquanto o condutor é sutil e acelera de forma suave e progressiva, a tela enche de folhas como uma árvore crescente, mas as folhas desaparecem completamente quando as pisadas são mais agressivas e repentinas. Aliás, quando estas acontecem, o carro responde prontamente e se move com extremo vigor.

O teste transcorreu todo com o objetivo de utilizar o motor elétrico na maior parte do tempo. E na cidade, além de extremamente útil e econômico, é possível conduzir da maneira mais ecológica. É claro que em uma grande metrópole não é raro encontrar situações que exijam pisadas mais extremas. Nesses momentos, inclusive, o Fusion Hybrid mostra sua sempre elogiável estabilidade. Ao fim de um dia ao volante, o carro ainda consegue arrancar um sorriso do motorista ao exibir uma mensagem de agradecimento por dirigir um veículo híbrido.



Ficha técnica

Ford Fusion Hybrid

Motor: Híbrido com motor a gasolina dianteiro, transversal, 1.999 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de válvulas no cabeçote, com sistema variável de abertura das válvulas de admissão. Injeção eletrônica e acelerador eletrônico. Motor elétrico a integrado à transmissão e alimentado por baterias de íons de lítio.
Transmissão: Câmbio automático continuamente variável do tipo CVT. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 188 cv no total; 141 cv a 6 mil rpm com gasolina e 47 cv no motor elétrico.
Torque máximo: 24,4 kgfm a 2.250 rpm.
Diâmetro e curso: 87,55 mm x 83,1. Taxa de compressão: 12,3:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo Multilink, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Freios: Discos na frente e atrás com sistema regenerativo, ABS e EBD.
Pneus: P225/50 R17.
Carroceria: Sedã com quatro portas e cinco lugares. Com 4,87 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,49 m de altura e 2,85 m de entre-eixos. Oferece oito airbags: dois frontais, dois laterais dianteiros, dois do tipo cortina e para os joelhos.
Peso: 1.639 kg em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 339 litros.
Tanque de combustível: 66 litros.
Produção: México.
Lançamento mundial: 2012.
Itens de série: Direção elétrica, rodas de alumínio de 17 polegadas, bancos dianteiros com ajustes elétricos, freio de estacionamento elétrico, painel de instrumentos com duas telas de 4,2 polegadas, sistema de entretenimento com tela central de oito polegadas, GPS, faróis de neblina, ABS com EBD, assistente de partida em rampa, oito airbags, retrovisor interno eletrocrômico, ar-condicionado automático, sensor de estacionamento traseiro com câmara de ré e controles de estabilidade e tração.
Preço nos Estados Unidos: 32.500 dólares, o equivalente a R$ 72.900.




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