1 de jul. de 2013

Brasil atinge a marca de 20 milhões de veículos flex

Carro bicombustível
Dez anos após lançar o primeiro carro bicombustível, a indústria automotiva atingiu no dia 28 de junho a marca de expressivos 20 milhões de veículos capazes de rodar com etanol ou gasolina. O anúncio foi feito pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, durante a Ethanol Summit 2013, conferência de cúpula internacional sobre o setor sucroenergético.

Uma das tecnologias em que a engenharia brasileira mais avançou, nos últimos tempos, foi a de motores conhecidos como flex. A primeira experiência no Brasil teve início em 1993, mas não prosperou. O primeiro carro, um VW Gol, surgiu em março de 2003 com motor de 1.6 litro e depois de uma década os resultados são impressionantes.
Os motores flex respondem pela oferta de mais de 90% dos modelos à venda, inclusive importados; a frota circulante de veículos leves equipados com motores flex corresponde a quase 60% do total e pode chegar a 80% em menos de cinco anos.
Misturar álcool e gasolina
Como o Brasil se tornou o quarto maior comprador mundial de veículos, atrás apenas da China, EUA e Japão, o interesse em conhecer mais sobre o etanol ultrapassou as nossas fronteiras. Marcas da China, Coreia do Sul e México passaram a desenvolver no exterior motores específicos para equipar os carros exportados para cá.
Ao longo de uma década de desenvolvimento tecnológico destes motores se mostraram confiáveis e robustos, fruto da especialização que engenheiros brasileiros adquiriram no desenvolvimento das unidades a etanol puro, no final dos anos 1970 e durante os anos 1980.
Nos próximos anos será adotada de forma decisiva a injeção direta de combustível, já disseminada para gasolina no exterior. Na Europa, fornecedores têm tudo pronto para o combustível E85 (85% de etanol anidro e 15% de gasolina). Na realidade, tanto fabricantes de componentes como de automóveis já têm soluções em vista para o biocombustível brasileiro, o E100 hidratado puro, e nos próximos dois ou três anos novos motores poderão ser lançados.
De início, o custo de um motor flex com tecnologia mais sofisticada pode ser um tanto alto. Mas a tendência será de redução pelo aumento das escalas e incentivos fiscais já previstos no novo regime automobilístico Inovar-Auto, que estará em vigor no período 2013-2017.
Vale a pena usar etanol?
Do ponto de vista técnico, como sempre destaca a engenharia automotiva, a tecnologia flex veio para ficar. Quando questionados sobre outras tecnologias, como carros elétricos ou híbridos, a resposta sempre é a de que o Brasil já encontrou a sua solução sustentável.
No entanto, atualmente o consumidor deixou de enxergar a tecnologia bicombustível como algo positivo devido à falta de interesse do governo brasileiro em realmente privilegiar o etanol. Em São Paulo, por exemplo, praticamente todos os postos vendem o etanol com preço a exatos 70% do valor da gasolina, o que faz a maioria optar pela gasolina pela maior autonomia. Em outros estados, o etanol é mais caro.
O momento em que a tecnologia bicombustível se revelará como positiva aos brasileiros será quando o governo não interferir mais no preço da gasolina e deixar a Petrobrás regular o preço de acordo com o mercado internacional. Da forma como está, temos um preço mais baixo da gasolina “segurado” pelo governo que visa aspectos políticos e não de competitividade, vide os resultados negativos enfrentados pela Petrobrás.


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