O novo trio de ferro alemão acaba de se completar no Brasil. Após a chegada do BMW Série 1 e, mais recentemente, do Mercedes Classe A, agora é a vez de a nova geração do Audi A3 chegar ao país.
Nós já havíamos dirigido o modelo na Alemanha, com acerto para as estradas europeias. Faltava saber como se comportaria o hatch premium em vias brasileiras e com o “pacote Brasil”. Pois aceleramos a novidade pelo pesado trânsito de São Paulo, em pleno horário de rush, e também por rodovias do interior paulista. Confira as impressões deste alemão candidato a se naturalizar brasileiro em breve.
O que é?
A terceira geração do A3 chega com visual discreto e mais tecnologia. Para começar, a plataforma utilizada é a MQB, a mesma do Golf de sétima geração, enquanto carroceria é construída com aço de alta resistência e elementos de alumínio. Outra grande inovação está debaixo do capô: o motor 1.8 TFSI turbo de 180 cv e 25,5 kgfm. Segundo a Audi, este é o primeiro propulsor a combinar injeção direta FSI com injeção indireta e, ainda por cima, possui o sistema Valvelift que varia o comando de válvulas. A transmissão é sempre a automatizada S-Tronic de dupla embreagem, mas agora com sete velocidades. Tanta tecnologia resulta em dados de consumo, segundo a montadora alemã, bem animadores: 14,2 km/l na cidade e 21 km/l na estrada, a serem conferidos num futuro teste completo.
Mas as inovações não param por aí. Há também sistema start-stop que contribui para a economia de combustível, ao desligar o motor quando o carro estiver parado, e um recurso de recuperação de energia resultante das desacelerações e frenagens, que ajuda a economizar até mais 3% de combustível.
Em relação ao visual, a identidade do A3 está preservada, com mudanças leves em ralação ao modelo anterior. Ao vivo é possível notar que as mudanças deixaram o carro com linhas mais modernas e alinhadas (ou bem parecidas) com os demais modelos da Audi. O conjunto óptico dianteiro dá o tom da proximidade, com linhas em LEDs que chamam muito a atenção até durante o dia, além da grade hexagonal clássica emoldurada com cromado. Na traseira, a mesma estratégia dos LEDs aparece nas lanternas dispostas na horizontal.
Por dentro, há uma boa mescla de sobriedade com modernidade. O painel, confeccionado com material de excelente qualidade, está mais “limpo”, mas ganha requinte com a tela colorida retrátil que “aparece” quando se liga o carro. As saídas de ar no estilo “turbina” agora também estão presentes no A3. O quadro de instrumentos, com iluminação branca em LED, não nega o DNA Volkswagen, enquanto o ar-condicionado digital de duas zonas confere sofisticação. Nas portas, as proteções dos alto-falantes também contam com iluminação por LEDs. O teto moldado em tecido preto incorpora o teto solar panorâmico elétrico “Open Sky”. E o compartimento de bagagem oferece 365 litros de capacidade, podendo ser expandido para 1.100 litros com o banco traseiro rebatido.
Como anda?
Ao sentarmos no banco do motorista, a ergonomia típica alemã se faz presente rapidamente, em contraste com o ajuste manual do banco. Ajusto o retrovisor eletrocrômico, os externos e a altura e a profundidade do volante. Com a posição ideal para dirigir encontrada, basta ligar o carro através do botão de partida, item opcional. Outra novidade é o freio de estacionamento, agora eletrônico e acionado por botão no console. Antes de acelerar, no entanto, escolho o modo de condução Efficiency, uma vez que o início do teste se dá em trânsito urbano. Há também os modos Comfort, Dynamic, Auto e Individual.
Logo nos primeiros quilômetros a bordo já é possível notar o bom ajuste da suspensão e o baixo nível de ruído interno. Esperava um carro mais lento do que a geração anterior, mas a perda de 20 cv de potência não é percebida. Pelo contrário, o A3 parece se movimentar com mais agilidade. Segundo a engenharia da Audi, esta percepção se deve em parte aos 80 kg a menos do hatch, mas também pela elevada rigidez da carroceria. Ainda no trânsito, o sistema start-stop cumpre bem seu papel – desligando o motor em paradas rápidas e acionando o motor em tempo adequado.
Ao entrar na rodovia, o principal “problema” é manter a velocidade máxima permitida. Com excelente conjunto mecânico e baixíssimo ruído e vibração, o melhor a fazer é configurar o controle de velocidade de cruzeiro (o popular “piloto automático”) para não desrespeitar a lei. A unidade que testamos também estava equipada com o cruise control adaptativo, o qual controla a velocidade e distância com base no carro da frente, acionando o freio ou acelerando quando necessário automaticamente.
Ao acionar o modo de condução Dynamic, a resposta do acelerador fica mais rápida, assim como o peso da direção aumenta levemente à espera de uma condução mais ousada. Andando forte, não é problema entrar em curvas mais acentuadas, pois o carro se mantém na mão o tempo todo. O torque de 25,5 kgfm, disponível em sua totalidade a partir de apenas 1.250 rpm, garante retomadas e acelerações sempre vigorosas. De acordo com a Audi, o A3 Sport precisa de apenas 7,2 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e tem velocidade máxima de 232 km/h.
Quanto custa?
Por R$ 115 mil no pacote “básico”, o A3 Sport entrega uma extensa lista de itens de série. Este eles estão sistema de som Audi Sound System, Audi Music Interface com Rádio MMI, Bluetooth, SD Card e Jukebox com tela retrátil de 7 polegadas. Também são standard os faróis bi-xenônio, faróis de neblina, rodas de liga aro 17″ com pneus 225/45 R17, ar-condicionado automático de duas zonas, computador de bordo colorido, espelho retrovisor interno antiofuscante, sensor de luz e chuva e fixação ISOFIX no banco traseiro.
A unidade que dirigimos estava equipada ainda com o sistema MMI Navigation Plus com MMI Touch, além de um sistema de navegação e comando de voz em português do Brasil – tudo opcional. Este sistema possui um comando no console central com uma área sensível ao toque que permite acessar os comandos da mesma forma que numa tela de celular. O carro também possuía sistema de auxílio ao estacionamento para vagas horizontais e perpendiculares, mas a Audi ainda avalia trazer este item ao Brasil. O sistema de som, também em estudo, era um Bang & Olufsen de alta fidelidade.
Afinal, vale a pena? O preço de R$ 115 mil deixa o A3 no meio de uma briga que envolve outros dois alemães de peso, o novo Classe A e BMW Série 1, além do Citroën DS4. Nesta disputa há de se considerar os mimos oferecidos desde a versão de entrada, além do estilo de condução. Em termos de engenharia e tecnologia, o novo Audi chega um nível acima dos concorrentes.
Ficha Técnica – Audi A3 Sport
Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.798 cm³, turbo, injeção direta e indireta, gasolina; Potência: 180 cv a 5.100 rpm – 6.200 rpm; Torque: 25,5 kgfm entre 1.250 e 5.000 rpm; Transmissão: câmbio automatizado S-Tronic de dupla embreagem e sete marchas, tração dianteira; Direção: elétrica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e independente multibraço na traseira; Freios: discos nas quatro rodas com ABS e EBD; Peso: 1.325 kg; Capacidades: porta-malas 365 litros, tanque 50 litros; Dimensões: comprimento 4.237 mm, largura 1.777 mm, altura 1.421 mm, entre-eixos 2.601 mm
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