Crise dos pneus é culpa de todo mundo
Os problemas com os pneus da F1 chegaram ao seu auge neste
domingo, mas a questão já vem desde o início do ano. Estamos no final de
junho, e nada foi feito. Muita gente tem culpa nesta história.
A Pirelli, quando entrou na categoria, em 2011, recebeu um pedido dos promotores da categoria (Bernie Ecclestone), para que produzisse compostos que se desgastassem mais e deixassem as corridas ficassem mais agitadas, com mais paradas para trocas. A questão surgiu em 2010, quando o reabastecimento foi proibido e o pilotos começaram a fazer corridas com a apenas um pitstop, mais por obrigação do regulamento do que por necessidade.
Desde o primeiro ano de contrato, a fornecedora tem ouvido queixas dos pilotos. Por outro lado, as corridas realmente ficaram mais interessantes, com a questão do desgaste dos pneus se tornando um fator bastante influente e as equipes precisando pensar melhor suas estratégias.
Só que, em 2013, justamente na temporada em que precisa negociar a renovação com a categoria, a Pirelli exagerou. Pneus que duram cinco, seis voltas, pistas cheias de pedaços de borracha e, principalmente, o problema dos compostos se dechapando. Impossível a marca não assumir que errou a mão.
A própria empresa admitiu que deveria fazer ajustes, só que aí apareceu o outro lado. No começo do campeonato, a Red Bull apresentou dificuldades para lidar com o alto desgaste dos pneus. Por outro, Lotus e Ferrari conseguiram encontrar um equilíbrio melhor em seus carros e, mesmo não tendo a mesma velocidade da rival, campeã nos últimos três anos, tinham menos problemas com a degradação. De olho na oportunidade de bater a adversária, as duas equipes começaram a se opor às mudanças.
Para aumentar o calor da discussão, surgiu a polêmica dos testes secretos da Pirelli com a Mercedes, o que deu mais uma pitada política na questão. A justificativa era justamente de se encontrar uma solução para o problema, mas é claro que foi tudo muito mal feito, tanto pela fornecedora quanto pelo time.
A FIA, então, se posicionou oficialmente que a Pirelli poderia até fazer algumas mudanças nos pneus por questão de segurança, mas alterações na construção dos compostos seriam aceitas apenas com aprovação de todos os times. A marca afirma que encontrou uma solução, substituindo a cinta de aço da estrutura por uma de kevlar. A ideia era que fossem feitos testes nos treinos livres do GP do Canadá, para a introdução da novidade em Silverstone.
Como choveu durante as sessões de sexta-feira de Montreal e não foi possível acumular alguma quilometragem com os protótipos produzidos, os times não entraram em acordo e a adoção dos novos pneus foi adiada para a segunda parte da temporada. Claro que os escândalos dos testes secretos não ajudou nas conversas.
A partir dos estouros de pneus deste domingo, será difícil que essa negociação não caminhe. Os pilotos estão levantando, de forma válida, apesar de um pouco tardia, o ponto da segurança. Silverstone é um circuito de alta velocidade e um acidente mais grave poderia ter acontecido. A desculpa inicial de cortes nos pneus não cola. Não aconteceu nenhuma reforma nos últimos meses no circuito. Fernando Alonso, que não teve pneu dechapado, disse que as zebras da pista inglesa nunca foram um problema e que era impossível evitá-las, mesmo com todas as equipes pedindo atenção aos seus pilotos. Por isso, o próprio Alonso contou que seguiu pilotando da mesma forma – atacando as zebras – até o final.
Sim, o problema é com os pneus, mesmo. Nesta etapa, os compostos disponíveis eram os médios e duros, os de maior durabilidade. Imagine a condição dos macios e supermacios. As características do traçado não ajudam, com curvas em alta velocidade e de raio longo, mas isso não é desculpa. Corridas são assim. Por isso, algo terá que ser feito. E todo mundo terá que admitir seus erros: a Pirelli, que fez pneus farofa que não duram nada; as equipes, que trataram o caso como uma questão política; e a FIA, que se omitiu durante uma crise. Só assim para as coisas andarem, antes que algo de mais grave aconteça.
A Pirelli, quando entrou na categoria, em 2011, recebeu um pedido dos promotores da categoria (Bernie Ecclestone), para que produzisse compostos que se desgastassem mais e deixassem as corridas ficassem mais agitadas, com mais paradas para trocas. A questão surgiu em 2010, quando o reabastecimento foi proibido e o pilotos começaram a fazer corridas com a apenas um pitstop, mais por obrigação do regulamento do que por necessidade.
Desde o primeiro ano de contrato, a fornecedora tem ouvido queixas dos pilotos. Por outro lado, as corridas realmente ficaram mais interessantes, com a questão do desgaste dos pneus se tornando um fator bastante influente e as equipes precisando pensar melhor suas estratégias.
Só que, em 2013, justamente na temporada em que precisa negociar a renovação com a categoria, a Pirelli exagerou. Pneus que duram cinco, seis voltas, pistas cheias de pedaços de borracha e, principalmente, o problema dos compostos se dechapando. Impossível a marca não assumir que errou a mão.
A própria empresa admitiu que deveria fazer ajustes, só que aí apareceu o outro lado. No começo do campeonato, a Red Bull apresentou dificuldades para lidar com o alto desgaste dos pneus. Por outro, Lotus e Ferrari conseguiram encontrar um equilíbrio melhor em seus carros e, mesmo não tendo a mesma velocidade da rival, campeã nos últimos três anos, tinham menos problemas com a degradação. De olho na oportunidade de bater a adversária, as duas equipes começaram a se opor às mudanças.
Para aumentar o calor da discussão, surgiu a polêmica dos testes secretos da Pirelli com a Mercedes, o que deu mais uma pitada política na questão. A justificativa era justamente de se encontrar uma solução para o problema, mas é claro que foi tudo muito mal feito, tanto pela fornecedora quanto pelo time.
A FIA, então, se posicionou oficialmente que a Pirelli poderia até fazer algumas mudanças nos pneus por questão de segurança, mas alterações na construção dos compostos seriam aceitas apenas com aprovação de todos os times. A marca afirma que encontrou uma solução, substituindo a cinta de aço da estrutura por uma de kevlar. A ideia era que fossem feitos testes nos treinos livres do GP do Canadá, para a introdução da novidade em Silverstone.
Como choveu durante as sessões de sexta-feira de Montreal e não foi possível acumular alguma quilometragem com os protótipos produzidos, os times não entraram em acordo e a adoção dos novos pneus foi adiada para a segunda parte da temporada. Claro que os escândalos dos testes secretos não ajudou nas conversas.
A partir dos estouros de pneus deste domingo, será difícil que essa negociação não caminhe. Os pilotos estão levantando, de forma válida, apesar de um pouco tardia, o ponto da segurança. Silverstone é um circuito de alta velocidade e um acidente mais grave poderia ter acontecido. A desculpa inicial de cortes nos pneus não cola. Não aconteceu nenhuma reforma nos últimos meses no circuito. Fernando Alonso, que não teve pneu dechapado, disse que as zebras da pista inglesa nunca foram um problema e que era impossível evitá-las, mesmo com todas as equipes pedindo atenção aos seus pilotos. Por isso, o próprio Alonso contou que seguiu pilotando da mesma forma – atacando as zebras – até o final.
Sim, o problema é com os pneus, mesmo. Nesta etapa, os compostos disponíveis eram os médios e duros, os de maior durabilidade. Imagine a condição dos macios e supermacios. As características do traçado não ajudam, com curvas em alta velocidade e de raio longo, mas isso não é desculpa. Corridas são assim. Por isso, algo terá que ser feito. E todo mundo terá que admitir seus erros: a Pirelli, que fez pneus farofa que não duram nada; as equipes, que trataram o caso como uma questão política; e a FIA, que se omitiu durante uma crise. Só assim para as coisas andarem, antes que algo de mais grave aconteça.
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