2 de mai. de 2013

Teste: McLaren 12C Spider - Melhor de dois mundos

Fotos: Divulgação
Teste: McLaren 12C Spider - Melhor de dois mundos
McLaren 12C Spider mistura excelente comportamento dinâmico com charme de ter o céu como teto


Depois de anos fazendo fama nas corridas de Fórmula 1, a McLaren resolveu fazer dinheiro a partir de suas habilidades. A marca inglesa usou seu vasto conhecimento em fibra de carbono e no gerenciamento de sistemas eletrônicos para entrar no segmento de superesportivos com o MP4-12C.
Mas só recentemente adicionou um pouco mais de emoção à mistura, com a introdução da versão conversível do modelo. Chamado apenas de 12C Spider, o bólido se destaca pelo inovador teto rígido retrátil que adiciona apenas 40 kg ao peso total do esportivo. Além disso, quase não compromete a rigidez torcional, ponto em que os conversíveis geralmente ficam abaixo dos cupês em que são baseados.

A McLaren deve essa boa capacidade dinâmica à sua plataforma e seu avançado sistema de suspensão. O chassi usa diversos elementos em fibra de carbono, como a própria célula de sobrevivência, por exemplo. Isso significa que a marca não precisou fazer reforços estruturais para manter o esportivo rígido. A suspensão é outra que traz elementos oriundos da Fórmula 1. O sistema, chamado de Pro Active Chassis Control, troca as tradicionais barras estabilizadoras e amortecedores por quatro cilindros de gás pressurizados, um para cada roda e todos independentes entre si. A partir disso, uma central eletrônica recebe dados de diversos sensores e muda a rigidez de cada extremo do carro individualmente. Na prática, isso permite aliar ótimo comportamento dinâmico e conforto ao rodar.



O motor V8 3.8 biturbo foi recentemente atualizado. Agora ele desenvolve 625 cv e 61,1 kgfm de torque e continua aliado a uma transmissão automatizada de dupla embreagem. O conjunto alavanca os 1.439 kg do esportivo aos 100 km/h em apenas 3,1 segundos e à velocidade máxima de 329 km/h – 315 km/h com o teto rebaixado. O teto, por sinal, só pode ser retraído em velocidades inferiores a 30 km/h.

Os freios do 12C Spider são de aço perfurado nas quatro rodas, mas existe a opção de adicionar discos de carbono-cerâmica por nada modestos 12 mil euros, equivalente a R$ 31 mil. Para ajudar a parar ainda há o freio de aerodinâmico na traseira – feito ao erguer o aerofólio traseiro em um ângulo de quase 90º com o solo. Solução que havia sido proibida na F1 exatamente por deixar a briga pouco competitiva na categoria. O mesmo que aconteceu com o Brake Steer, sistema que usa o hardware do controle de estabilidade e dos freios ABS para pinçar as rodas de dentro da curva e ajudar o carro a ser mais rápido no circuito. Sorte da McLaren que a FIA não controla as normas para carros de passeio.

Na Inglaterra, país onde é feito, a 12C Spider custa 195 mil libras, o equivalente a R$ 605 mil. O conversível é cerca de 20 mil libras mais caro que o cupê, pouco mais de R$ 60 mil.



Primeiras impressões

Céu aberto


Milão/Itália – O 12C Spider é fiel à tradição inglesa de sobriedade no interior. O painel é “clean” e o volante não traz botões ou comandos do rádio. Entretanto, tudo está à mão do motorista e o uso dos controles vitais do carro é extremamente intuitivo. Entrar na cabine não é simples, graças à baixa altura, mas é o tipo de “sacrifício” que muita gente se prontifica a se submeter.

A primeira coisa a se fazer no esportivo é abaixar a capota, ação que oficialmente demora 17 segundos, e que parece bem mais rápida na prática. É difícil passar despercebido no trânsito urbano a bordo do 12C. Não só pelo desenho, mas também pelo belo rugido do V8. O esportivo é simples de dirigir na cidade. A linha vermelha do conta-giros é em 8.500 rpm, entretanto, há força disponível bem antes disso. Na estrada, o conforto do 12C é notável. Dá para rodar no limite legal de velocidade com a capota abaixada e, mesmo assim, manter um nível normal de conversa com o passageiro. E ainda com consumo de combustível comparado a alguns sedãs à venda na Europa. O rodar é tão suave que, mesmo após três horas na direção, o motorista não sente qualquer tipo de fadiga comum aos superesportivos. A “saúde” do McLaren faz duvidar até de seus limites. Mas o bom senso e a lei aconselham que ele só seja explorado em circuitos.



O comportamento em curvas do 12C é outro destaque. Os pneus P Zero usados pela McLaren desde o desenvolvimento do esportivo ajudam. Dos três modos de condução disponíveis, Normal, Sport e Track, o último é, obviamente, o mais agressivo. Ele eleva ao máximo a capacidade de entrar em curvas com velocidade, melhorar as frenagens e deixar as acelerações ainda mais brutais. Tudo isso com uma impressionante capacidade de absorver buracos e imperfeições do terreno, tornando qualquer passeio bastante confortável.

Existem poucos pontos negativos em um carro como este. A visibilidade do visor central, o que comanda o sistema de som, e o pouco espaço disponível para o pé esquerdo são alguns dos mais claros. Sem contar, é claro, o principal: devolvê-lo à McLaren.

Ficha técnica

McLaren 12C Spider

Motor: A gasolina, central-traseiro, longitudinal, 3.799 cm³, biturbo, oito cilindros em “V”, com quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote, duplo comando variável de válvulas. Injeção direta e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 625 cv a 7 mil rpm.
Torque máximo: 61,1 kgfm entre 3 mil e 7 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 3,1 segundos.
Velocidade máxima: 329 km/h.
Diâmetro e curso: 93,0 mm x 69,9 mm. Taxa de compressão: 8.7:1.
Suspensão: Dianteira e traseira independentes e eletrônicas com controle de chassi ativo. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 235/35 R19 na frente e 305/30 R20 atrás.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. Oferece freios ABS com EBD de série.
Carroceria: Conversível em monobloco de fibra de carbono duas portas e dois lugares. Com 4,50 metros de comprimento, 1,90 m de largura, 1,20 m de altura e 2,67 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais.
Peso: 1.439 kg.
Produção: Woking, Inglaterra.
Lançamento mundial: 2012.
Itens de série: Faróis bixenon com luzes diurnas de led, coluna de direção com ajustes manuais, revestimento interno de couro, borboletas para troca de marcha, botão de partida, piloto automático, trio elétrico, teto rígido retrátil, sistema de entretenimento com tela de 7 polegadas e caixas de som da Meridian, keyless, freio de estacionamento elétrico, ar-condicionado dual zone, quatro airbags, controles de estabilidade e tração e freios ABS.
Preço: 195 mil libras, o equivalente a R$ 605 mil.











Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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