2 de mai. de 2013

Primeiras impressões: Chery QQ nova geração

Modelo será fabricado no Brasil a partir de 2015, mas vem antes ao país. Plataforma continua a mesma, mas ajustes melhoraram o compacto.

Nova geração do QQ teve visual atualizado (Foto: Bufalos/Divulgação)Nova geração do QQ teve visual atualizado (Foto: Bufalos/Divulgação)
 
Beneficiada pelo programa brasileiro Inovar Auto, a chinesa Chery passa a fazer no Brasil lançamentos quase simultâneos com as novidades na China. Para junho, está preparado o lançamento do Tiggo reestilizado, apresentado na última semana de abril no Salão de Xangai.
Outra novidade revelada no evento é o sedã Alpha 7, que deve chegar ao Brasil até o fim de 2014. Já a nova geração do compacto QQ, também estreante no salão, vem em meados do ano que vem e será importado até 2015, quando começa a ser produzido na planta de Jacareí (SP). A convite da Chery, o G1 pôde conhecer a nova geração do compacto em circuito fechado na China.
Concorrentes Chery QQ nova geração (Foto: Editoria de Arte/G1)

O compacto de entrada — que vive brigando pela etiqueta de modelo mais barato do Brasil — recebeu diversas atualizações, embora a plataforma seja a mesma. Realmente, a mudança mais nítida é no visual externo e no acabamento interno. A unidade testada é exclusiva para o mercado chinês (para o mercado brasileiro, o carro chega a receber cerca de 150 atualizações), mas além das cores diferenciadas nos bancos e no console central (são cinco opções), nota-se a melhora na qualidade do material e no revestimento, especialmente das portas. Lembrando, claro, que o QQ é barato também para o mercado chinês - o preço da nova geração não foi divulgado.
No visual, como um todo, o design evoluiu bastante e foi inspirado não em um carro alemão ou norte-americano, mas sim nos próprios modelos chineses, como o concorrente JAC J2. O compacto, na verdade, está alinhado agora a uma nova fase da montadora 100% chinesa, com apenas 15 anos de mercado. A Chery quer criar sua independência tecnológica e estética, segundo o vice-presidente do grupo chinês, Biren Zhou. Para isso, desenvolve motores na Áustria, tem designers europeus e fábricas com sistemas próprios de manufatura. No caso da fábrica de Jacareí (SP), todo o projeto civil é feito na China e será aplicado por engenheiros chineses.
Interior do QQ também teve acabamento melhorado (Foto: Bufalos/Divulgação)Interior do QQ também teve acabamento melhorado (Foto: Bufalos/Divulgação)
 
Evolução limitada

Apesar de ter o capital para investir e o objetivo de evoluir, ainda falta mais “know how” para as fabricantes chinesas como um todo, especialmente para aquelas que trabalham sem joint ventures com montadoras multinacionais. O que justifica o QQ ter mudado de geração sem ter ganhado nova plataforma. Assim, na pista, o modelo atualizado ainda é bem parecido com o QQ que roda no Brasil.
Chery investe em design e atualiza o compacto QQ (Foto: Bufalos/Divulgação)Chery investe em design e atualiza o compacto QQ (Foto: Bufalos/Divulgação)
O motor é o 1.1 a gasolina de quatro cilindros, que desenvolve 68 cavalos a 6.000 rpm e tem 9,1 kgfm de torque máximo a 4.000 rpm — no caso do Brasil, ele será flex. A transmissão é manual ou automática de cinco marchas. Para a proposta do carro, não decepciona e mostra valentia. Ao acelerar, a trepidação no volante diminuiu bastante, mas ainda não é um carro para andar acima de 90 km/h. No teste de estabilidade, ele mostrou que continua o mesmo, não dá para brincar muito. A suspensão para o mercado chinês, inclusive, é bem mole, o que prejudica ainda mais o carro. Já a frenagem está mais esperta, dando ao motorista melhor precisão do que a geração anterior.
Porta-malas do Chery QQ está menor, mas cabine aumentou (Foto: Bufalos/Divulgação)
Porta-malas do Chery QQ está menor, mas cabine aumentou (Foto: Bufalos/Divulgação)
Painel atualizado do Chery QQ (Foto: Bufalos/Divulgação)
Painel atualizado do Chery QQ (Foto: Bufalos/Divulgação)
Porta-malas maior
A posição de dirigir também continua a mesma. O motorista fica bem acomodado em relação ao volante e tem boa visibilidade. Mas quem ganhou mesmo com a nova geração foram os passageiros do banco traseiro. Ainda o carro só acomoda bem quatro pessoas, mas os dois que vão de carona atrás ganharam mais espaço. Como o modelo foi lançado no Salão de Xangai e ainda não está nas lojas, a Chery não divulgou a sua ficha técnica. Mas se observa maior espaço para as pernas dos passageiros e uma redução do tamanho do porta-malas, consequentemente.
O modelo vem de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, freios ABS, airbags, vidros, travas e espelhos com acionamento elétricos, regulagem de altura do farol, brake light, alarme antifurto, travamento de portas à distância, fechamento automático dos vidros, luzes de neblina dianteira e traseira, CD player MP3 com entrada USB, entre outros itens.
Conclusão
A proposta do QQ de ser um carro barato e urbano limita bastante a sua evolução tecnológica, mas a nova geração já mostra o esforço no aperfeiçoamento tecnológico. Exemplo disso foram os outros modelos da marca que o G1 pôde conhecer, como o Tiggo com facelift, que teve o acabamento realmente melhorado; o sedã E5, que não virá para o Brasil, mas entre os automóveis disponíveis foi o que mostrou o melhor desempenho; e o ainda protótipo Alpha 7, que já esboça uma fase superior, com acabamento mais sofisticado e equipamentos mais modernos.

Disponível no(a):http://g1.globo.com/carros

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