David Carradine era um grande entusiasta e queria que seu personagem em “Kill Bill” dirigisse o Cadillac Cien. Quentin Tarantino queria que Bill usasse um Porsche prata. Para nossa sorte, Carradine venceu, e conseguiu algo ainda mais legal que um Cien.
Tarantino escreve seu próprio material e normalmente é bem decidido a respeito das imagens que quer transmitir. Mas ele também conhece muito bem sua equipe e, para “Kill Bill”, ele contratou David Wasco como designer de produção e sua esposa como cenografista. Fiz esta pesquisa no IMDb, mas o resto vem da edição 113 da revista Pantera International.
David Wasco é um cara que costumava dirigir um Triumph TR3 e um TR250 antes de restaurar um Alfa Romeo 1750 GTV 1969 desde o zero. Ele também tinha um Porsche 356 1957 que usava diariamente nos tempos do colégio, e teve a sorte de ter um amigo que deu a ele seu De Tomaso Mangusta preto com interior em couro de camelo. Ah, os anos setenta…
Quando surgiu a ideia de um Porsche prata, ficou claro que nem Wasco, nem Carradine gostaram muito, e os dois David pediram um dos dois protótipos existentes do Cadillac Cien. A General Motors negou.
Wasco pensou então no Mangusta, pois considerava que o carro era um dos únicos que podem ser chamados de arte sobre rodas. Carradine gostou da ideia. A essa altura a Cadillac os procurou, oferecendo um aluguel do Cien por uma quantia exorbitante. Aqueles egoístas da GM. Em vez de pagá-los, Wasco entrou em contato com a Pantera International, que tirou fotos do Mangusta e do Pantera e pediu para Tarantino escolher um deles.
Ele preferiu o mais antigo, o que foi um golpe de sorte considerando que, apesar de dar atenção especial aos carros em seus filmes, na vida real Tarantino nunca foi muito ligado nisso — seu carro mais legal foi um Chevelle SS 1964 que John Travolta fez o favor de bater em Pulp Fiction.
Mas você consegue imaginar Bill dirigindo outra coisa que não seja um De Tomaso?
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