De volta ao Brasil

Era um desejo antigo. Desde sua passagem pela Fórmula 1, encerrada ao fim da temporada 2011, ele já falava no assunto. E o dia finalmente chegou: Rubens Barrichello vai estrear na Stock Car neste ano pela equipe Full Time e será companheiro de Xandinho Negrão. A princípio, ele só estará na Corrida do Milhão, etapa de encerramento do campeonato.
Mas ele poderá correr também as provas em Curitiba e Brasília para se preparar melhor para o desafio em Interlagos. Ele assumirá a vaga que já foi ocupada por Marcos Gomes, suspenso por ter sido pego no exame antidoping, e atualmente – nas últimas duas corridas – era do paulista Felipe Maluhy. A notícia foi divulgada nesta segunda em primeira mão pelo Globo Esporte e pelo GLOBOESPORTE.COM, em matéria do amigo Alexander Grünwald. Barrichello ganhará um cachê de R$ 230 mil, que será inteiramente revertido para o Instituto Barrichello Kanaan (IBK), entidade assistencial que o piloto mantém em sociedade com o amigo de infância e campeão da Fórmula Indy, Tony Kanaan. Uma participação beneficente que pode ser um indício da direção de sua carreira nos próximos anos. Seu primeiro ano na Indy foi bem complicado, culpa do amadorismo da equipe KV, que deixou o brasileiro na mão em vários momentos, principalmente na estratégia.

Mas o desafio de Barrichello na Stock Car será grande. Ele nunca pilotou regularmente carros de turismo e o modelo da maior categoria do automobilismo brasileiro é de difícil adaptação. Jacques Villeneuve, que disputou a Corrida do Milhão ano passado e tem corrido em provas em carros fechados ao redor do mundo (Nascar, V8 Supercars, entre outras) sofreu bastante com o modelo. Por outro lado, o brasileiro tem anos de experiência com modelos de tração traseira. Mesmo em monopostos, bem diferentes dos enormes e pesados Stock Cars, será um fator importante. E o fato de ele disputar duas provas antes da Corrida do Milhão ajudará nisso. A vinda para a Stock Car, mesmo que – por enquanto – temporariamente, significa também um retorno às origens. Barrichello não corre no Brasil por muito tempo desde os tempos de Fórmula Ford, no distante ano de 1989. Depois fez toda sua trajetória pela Europa: Fórmula Opel, F-3 Inglesa, F-3000 e 19 anos na Fórmula 1. São 22 temporadas longe do país. A vinda de Rubinho é muito boa para ele, que tem um currículo laureadíssimo e não tem mais nada a provar para ninguém, e também para a Stock Car, que ganha ainda mais força nesta fase final de temporada. Ter o piloto que mais disputou corridas na F-1 em seu grid renderá excelentes frutos em termos de imagem. Todos saem ganhando, principalmente o fã de automobilismo.

Fonte: voandobaix
Disponível no(a): http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo
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