O suficiente para vir lhe dizendo no início de cada década que não doía fazer 30, 40, 50 e, agora, 60. Na verdade, dói, mas deixa pra lá. É melhor pensar no que a experiência traz de bom pra quem viveu como se deve, que é simplesmente fazer aquilo que gosta. O sucesso foi uma consequência, mas ele teria vivido tudo do mesmo jeito qualquer que fosse o resultado. Um dia ele me disse que a vida dele tinha tudo para dar errado, mas deu certo. Fiquei pensando no que o levava a pensar assim e conclui que o “tinha tudo para dar errado” nada mais é do que uma consequência de ele não ter sido um sujeito que planeja as coisas. Ele apenas foi vivendo o que a vida lhe oferecia. Deve estar aí o segredo de tudo. Até quando chegou à Fórmula 1, onde teria que se programar um pouco mais, teve a sorte de cruzar com Gordon Murray, um sujeito igual a ele. Projetista genial, criativo, mas totalmente descompromissado. Disposto a viver o presente e só. Murray e Piquet se encaixaram em tudo, especialmente na coragem de assumir desafios que, aos olhos de pessoas comuns de um mundo preso a regras e tradições, como sempre foi a F-1, tinha mais a cara de arroubos da juventude. Bernie Ecclestone, então dono da equipe que eles defendiam, a Brabham, estava mais atento às negociações que levaram as equipes a uma tomada de poder na F-1 do que ao que ocorria dentro da sua equipe, que caminhava bem com as próprias pernas. Se estivesse mais presente, certamente não deixaria Gordon e Piquet realizarem metade das coisas que bolaram, inclusive o primeiro pit stop programado da história da Fórmula 1, que aconteceu no GP da Inglaterra de 1982 em Brands Hatch.
Homenagem de Nelsinho Piquet em seu carro na Nascar Truck Series A carreira de Piquet no Brasil foi meteórica. Foi campeão no Segundo ano da Super Vê em 1976 e se mandou para a Europa. Portanto, aquela idéia do “tinha tudo pra dar errado” nunca se confirmou. Nem mesmo no difícil periodo da F-3, quando ele juntou o dinheiro justo para comprar carro, motor, câmbio, pagar equipe e alugar um lugarzinho para morar, mas, depois de três corridas, percebeu que havia optado pela marca errada de carro. Para comprar outro, abriu mão até do apartamento onde dormia. Passou a viver dentro da equipe e ele mesmo dirigia o caminhão nas corridas mais distantes. Muitos anos depois, já tricampeão mundial, ele passou por outro momento difícil, na sequência do acidente sofrido em Indianápolis. Por pouco não teve a perna amputada, os ossos dos pés foram remontados e a recuperação, longa e dolorida, foi sofrida pela distância de casa por ter sido obrigado a permanecer um bom tempo numa casa alugada em Indianápolis.
Fonte: voandobaixo
Disponível no(a): http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo
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