5 de jul. de 2012

Os Volkswagen menos VW de todos os tempos: Routan



Façamos uma lista do que deve ser checado. Logotipo centrado na grade e na linha dos faróis? Está lá. Maçanetas de alça? OK. Linhas sóbrias e sem muita ousadia? Também estão lá. Sobriedade também no interior? Conferida. Este modelo substituiria nos Estados Unidos a Eurovan, que deixou de ser importada para os Estados Unidos em 2004 e nada mais que a geração T4 do que aqui conhecemos por… Kombi? Não, apesar da insistência na suspensão ajustada pela marca.

 
O que falta nela é o mesmo que faltaria em um Logus CL AE-1600: algo de VW além da aparência externa, em que pese a publicidade ressaltar que o acerto de suspensão é exclusivo. A Routan nada mais é do que uma minivan Chrysler com outra decoração, sendo que chega a compartilhar alguns estampos aparentes, ao contrário do Logus, que com o passar dos anos passou a ter mais DNA relacionado ao logotipo que carregava.
Os motores são todos da marca americana, o que gerou o ineditismo de ser o primeiro modelo da VW com motor V6 de comando no bloco (o EGH, de 3,8 litros) e o primeiro com V6 transversal com angulação entre as bancadas superior aos 15º do VR6 mais aberto já fabricado. Também foi o primeiro V6 multiválvulas com comando único para cada bancada (o 4.0) a habitar um cofre da marca. Em 2011 receberia uma unidade de 3,6 litros, obviamente não o maior dos VR6 de mesma cilindrada e angulação de 10,5º entre as bancadas, e sim o mesmo Pentastar das irmãs “americanas”.
A exemplo das minivans da Chrysler, a Routan é fabricada em Windsor, na província canadense de Ontario. Não espere encontrar em seu interior os sistemas Stow n’Go (bancos que embutem no piso) ou Swivel n’Go (bancos que giram). Porém, tem o mesmo sistema multimídia, permitindo que as crianças esqueçam que estão em um veículo de alma diferente da marca que carrega.
Lançada em 2008, pode-se dizer que decepcionou aqueles que no Salão de Detroit sorriram ao ver em 2001 o conceito Microbus e sua razoável semelhança com a geração T2 da Kombi (fabricada no mundo de 1969 a 1979 e por aqui desde 1996). O desapontamento refletiu-se nas baixas vendas que ela vem enfrentando, ainda mais quando comparadas ao prolongado sucesso da dupla Chrysler Town & Country e Dodge Grand Caravan.
Para deixar o caldo ainda mais amargo, a histórica arquirrival Fiat é hoje a controladora da Chrysler e está com disposição de querer se tornar tão grande quanto a gigante alemã, acumulando bons resultados no mundo e tendo Sergio Marchionne ocupando o noticiário atual com intensidade parecida àquela que Ferdinand Piech ocuparia em passado recente.

Conclusão da série

Em que pesem diferenças com as tradições da Volkswagen, boa parte do DNA alienígena foi incorporado em longo prazo. Gol e Voyage das atuais gerações remontam ao K70 em certas soluções construtivas do motor e coincidem em posicionamento de trem propulsor com Apollo e Logus/Pointer. E caso alguém ache que a Amarok tem um quê de Hilux, não é à toa. Se a recente onda incorporadora de muitas marcas que o grupo de Wolfsburg apresenta gerará novos e estranhos modelos que obriguem a continuar esta lista, só o tempo dirá.

Fonte: Jalopnik
 Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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