Ele fazia uma temporada consistente, mas sem brilho. Antes de Montreal, era um dos apenas dois pilotos a marcarem pontos em todas as corridas do ano – o outro era Fernando Alonso, da Ferrari. Mas, ao contrário do espanhol, ainda não tinha vencido. Mas a vez de Lewis Hamilton chegou no GP do Canadá. À exceção do treino classificatório, o inglês da McLaren dominou todas as sessões livres. Na corrida, aguardou pacientemente a primeira rodada de pit stops para superar Sebastian Vettel, da RBR, que fez a pole e liderava. Ultrapassou Alonso e assumiu a ponta na pista. Apostou em uma tática de duas paradas enquanto os dois rivais tentavam se segurar na pista. No fim, aproveitou o melhor desempenho, usou a asa móvel (DRS), superou os dois e venceu a corrida com brilhantismo. Neste domingo, Lewis Hamilton foi perfeito em Montreal.
O prêmio pela regularidade e pela vitória no Canadá veio na classificação do Mundial de Pilotos. Lewis Hamilton assumiu a liderança com 88 pontos, dois à frente de Alonso. Vettel tem 85 e Webber, 79. Ou seja, os quatro primeiros estão separados por nove pontos. Um retrato do equilíbrio do melhor campeonato da história da Fórmula 1, que tem agora sete vencedores diferentes em sete corridas. Um recorde em 63 anos de categoria. E tem espaço para mais ainda. É perfeitamente possível que um oitavo piloto suba ao alto do pódio do GP da Europa, daqui a 15 dias, no circuito de rua de Valência, na Espanha. Das equipes principais, Michael Schumacher (Mercedes) e Felipe Massa (Ferrari) ainda não triunfaram. Isso sem falar na dupla da Lotus, time que está na terceira posição do Mundial de Construtores em 2012. O equilíbrio continua, amigos!
Outro aspecto da corrida que merece destaque: dos dez primeiros colocados, cinco passaram pela GP2: Lewis Hamilton (1º), Romain Grosjean (2º), Sergio Pérez (3º), Nico Rosberg (6º) e Kamui Kobayashi (9º). É a mostra de que a categoria de base se firmou como formadora de talentos para a maior categoria do automobilismo. No pódio, em especial, temos Grosjean, da Lotus, e Pérez, da Sauber, dois pilotos que foram muito bem na GP2 (campeão e vice, respectivamente). E os dois lidaram com os novos pneus da Pirelli já antes da Fórmula 1 e desenvolveram a capacidade de administrar o desgaste da borracha de maneira mais eficiente do que muitos veteranos. E isso foi visto no Canadá: ambos andaram rápido mesmo com os pneus muito gastos.
Ferrari e RBR, por sua vez, erraram feio na tática. Alonso e Vettel tentaram dar o pulo do gato e fazer apenas uma parada nos boxes. Não deu certo. O espanhol e o alemão perderam muito rendimento e muitas posições. O piloto da equipe austríaca, entretanto, mudou a estratégia e fez uma parada tardia nos boxes. Se recuperou e conseguiu salvar ainda uma quarta posição. Já Alonso se manteve na pista, perdeu várias posições e acabou em quinto. E o espanhol ainda perdeu a liderança do campeonato, que foi parar nas mãos de Hamilton após a vitória. Valeu a pena arriscar tanto? Diria que não. Com uma estratégia normal de duas paradas, os dois chegariam com facilidade no pódio da corrida em Montreal. Resultado frustrante para ambos.
Já Felipe Massa, que largou em sexto e fez uma bela ultrapassagem sobre Nico Rosberg no início, cometeu um erro que estragou sua corrida, ao rodar na curva 2 do circuito canadense. Poderia ter chegado ao pódio, sem dúvidas. Após a prova, em entrevista aos jornalistas brasileiros, admitiu: “Foi uma cagada”. Pois é. Mas é bom ressaltar também o bom desempenho do piloto da Ferrari, que andou de forma consistente durante todo o fim de semana. Foi rápido nos treinos e também na corrida, mesmo após o erro. Chegou em décimo, salvou um ponto, mas aprendeu uma lição. Pelo menos, o brasileiro voltou a mostrar combatividade. Só erra quem tenta.
Sobre a corrida de Bruno Senna, pouco a se dizer. Tanto o brasileiro quanto Pastor Maldonado ficaram bem atrás, limitados pelo desempenho de carros mais lentos. O fato é que, dos treinos para a corrida, a Williams parece ter dado alguns passos para trás. Seus dois pilotos apareceram muito pouco e ficaram longe dos pontos. Tomara que seja apenas um problema restrito à pista canadense e que as rivais não tenham passado a equipe inglesa. Teremos um diagnóstico melhor desta situação no GP da Europa, em duas semanas.
Fonte: voandobaixo
Disponível no(a):
http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/
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