Fotos: : Eduardo Rocha/Carta Z Notícias (estáticas) e Divulgação (em movimento)
Honda importa a CBR 250R e pretende dobrar o mercado de superesportivas de pequeno porte
por Eduardo Rocha
Auto Press
Nos últimos 20 anos, o mercado de motocicletas no Brasil ficou 20 vezes
maior – foram 109 mil motos em 1991 contra 2,04 milhões em 2011. No
início da década de 90, quando as importações começaram a ser
facilitadas, havia três marcas produzindo no país e a Honda detinha
79,1% do mercado doméstico. Tamanho domínio era reflexo, acreditava-se
então, da incipiência do mercado brasileiro. Em 2011 já eram 10 marcas
com produtos nacionalizados disputando um mercado certamente mais
amadurecido. Só que a hegemonia da Honda cresceu. A marca detém hoje
79,7% do mercado – tecnicamente, um monopólio. Não há sorte nem acaso
que explique este desempenho. Parte da competência da Honda está em não
desprezar os movimentos da concorrência e manter um line-up completo.
Assim que algum rival encontra um nicho no mercado, ela procura lançar
um produto para brigar ali. A chegada da nova CBR 250R, portanto, é um
caso típico.
Em 2008, o subsegmento de superesportivas de 250 cc passou ser explorado
pela Kawasaki, com a Ninja 250R, e logo depois pela Kasinski, com a
Comet GT 250R. Até agora, Ninja e GT racham quase ao meio um mercado que
comercializou 8.500 unidades em 2011. A ideia da Honda é crescer estes
números e emplacar nada menos que 800 unidades da CBR 250R a cada mês –
um número maior que o total do segmento atualmente. E esta previsão
inicial só vale se o mercado reagir de forma morna à novidade. Caso a
CBR agrade e a demanda pressione os 600 concessionários da marca, o
próximo passo será parar de trazer o modelo da Tailândia e passar a
produzi-lo em Manaus.
Um empecilho previsível para a escalada desse segmento é o preço. As
superesportivas de 250 cc custam em torno de R$ 15 mil, contra os pouco
mais de R$ 11 mil do segmento naked – como a Honda CB 300R, a Yamaha YS
250 Fazer, Comet GT 250 e Dafra Next 250. O modelo da Honda custa exatos
R$ 15.490, acrescidos em R$ 2.500 com o ABS Combined. O preço 40% maior
se justifica em dois aspectos: a carenagem e a maior tecnologia das
superesportivas. A roupagem é parte essencial do espírito de uma
superesportiva. E a CBR 250R foi buscar inspiração em dois modelos que
são referência dentro da marca: CBR 1000RR e VFR 1200F. Da
superesportiva, adotou o perfil pontiagudo, o tanque esculpido e o
assento rebaixado. Da Sport Touring, extraiu aspectos de design
modernos, como a carenagem de dupla camada, que esconde os encaixes e
parafusos.
No caso das rivais, tanto Ninja quanto a GT utilizam motores de dois
cilindros – paralelos no primeiro caso e em “V” no segundo. O modelo da
Kawasaki tem sistema de arrefecimento líquido enquando a moto da
Kasinski é refrigerada a ar e óleo. E as potências declaradas são,
respectivamente, 33 cv a 11 mil giros e 29,2 cv a 10.500 rpm. O modelo
da Honda tem arquitetura e números bem diferentes. Para começar, é
monocilíndrica, tem duplo eixo de comando roletados, refrigeração
líquida e produz 26,4 cv a 8.400 giros. O torque é de 2,34 kgfm a 7 mil
giros, enquanto as rivais têm, na ordem, 2,24 kgfm a 8.200 rpm e 2,31
kgfm a 8 mil. Só que ela pesa cerca de 20 quilos a menos, o que melhora
muito a relação peso/potência do modelo.
A Honda aposta exatamente nessa agilidade e na disponibilidade de torque
e potência em giros mais baixos para fazer valer não só a esportividade
da CBR 250R, mas também a agilidade no uso urbano, quando nem sempre dá
para explorar os altos giros do motor. E essa visão pragmática é
certamente uma das responsáveis pela Honda manter um desempenho tão
avassalador no mercado brasileiro. A marca até segue tendências e
explora o visual dos modelos, mas não perde de vista o uso que o
consumidor dá a seu produto.
Primeiras impressões
Esportividade urbana
A CBR 250R é uma pimentinha. Acelera forte, freia muitíssimo bem – o
dinheiro gasto no opcional C-ABS vale cada centavo – e faz curvas sem
tremer. Mas o melhor de tudo é a versatilidade do modelo. Para uma
tocada mais esportiva, a carenagem livra bem o piloto do vento e permite
velocidades improváveis para uma 250 cc, de 156 km/h no velocímetro – a
Honda declara máxima de 145 km/h. A posição, nesse caso, não é a ideal,
embora fique próxima disso.
As pedaleiras são um pouco altas e a inclinação que exige do piloto
sobre os semi-guidãos fica exatamente entre os dois modelos de
inspiração, a superesportiva CBR 1000RR e a Sport Touring VFR 1200F. Ou
entre uma racing e uma street. A suspensão é um pouco mais rígida que um
modelo street, o que ajuda na hora de deitar a CBR nas curvas. A boa
rigidez torcional é provida pelo quadro tipo “Diamond Frame”, com
treliças laterais escondidas sob a carenagem e que usa o motor como
parte da estrutura.
O mais interessante no comportamento da moto, no entanto, é a
progressividade com que acelera. Seja para ganhar velocidade
rapidamente, com as seis marchas se sucedendo sem perder o fôlego, seja
em tocadas mais calmas, como em áreas urbanas, quando mesmo em baixo
giros o propulsor se mantém aceso. A aposta da Honda em ganhar
desempenho na redução da inércia – tanto internamente no motor quanto no
baixo peso do modelo – deu à CBR 250R uma grande versatilidade. E ela
se sente à vontade, tanto na pista quanto na rua.
Ficha Técnica
Honda CBR 250R
Motor: A gasolina, quatro tempos, 249,6 cm³,
monocilíndrico, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote
com refrigeração líquida. Injeção eletrônica multiponto sequencial.
Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente selada.
Potência máxima: 26,4 cv a 8.500 rpm.
Torque máximo: 2,34 kgfm a 7 mil rpm
Diâmetro e curso: 76 mm X 55 mm.
Taxa de compressão: 10,7:1
Suspensão: Dianteira com garfo telescópico com 130 mm
de curso. Traseira monoamortecida do tipo pro-link, com 104 mm de curso e
cinco regulagens de compressão da mola.
Pneus: 110/70 R17 na frente e 140/70 R17 atrás.
Freios: Disco único com 296 mm de diâmetro na frente e disco simples de 220 mm atrás. Oferece ABS combinado como opcional.
Dimensões: 2,03 metros de comprimento total, 0,70 m de
largura, 1,12 m de altura, 1,36 m de distância entre-eixos e 0,78 m de
altura do assento.
Peso: 150 kg (154 kg com C-ABS).
Tanque do combustível: 13 litros.
Produção: Bangkok, Tailândia.
Lançamento mundial: 2010.
Lançamento no Brasil: 2012.
Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
Comente está postagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário