6 de fev. de 2012

design Bajaj RE60: analisando o estilo e a concepção do novo carro mais barato do mundo



Como todo cara que curte carros, eu tenho uma queda por uma certa categoria de automóvel. Para muitos, essa queda é por carros exóticos, rápidos, potentes e luxuosos. Para mim, como efeito colateral de uma condição conhecida pela sociologia como “ser meio pobre”, são os carros do outro extremo do espectro. Fazer carros rápidos, luxuosos e cheios de gadgets é algo bem explorado; a última fronteira de verdade na indústria automotiva é fazer carros de verdade pelo preço mais baixo possível.

A época atual é bastante animadora para quem nivela por baixo, como eu. Enquanto nos anos anteriores só havia modelos como o Dacia/Renault Logan para examinar, a India vem avançando a passos largos no segmento dos automóveis de preço ultra-baixo, primeiro com o Tata Nano, e agora com o recém-revelado Bajaj RE60 – que promete ser vendido por ainda menos que o Nano, a planejados 2.200 dólares.
A Bajaj é lembrada por produzir os onipresentes Tuk-tuks de três rodas, que são a coluna vertebral da frota motorizada indiana. O RE60 é sua primeira investida no transporte sobre quatro rodas, que a companhia estranhamente reluta em chamar de carro. Na verdade, existem rumores de que o diretor executivo da companhia realmente disse “isso não é um carro.”
Francamente, isso é um absurdo. É um carro. Entendo que eles devam querer evitar comparações diretas entre o RE60 e veículos mais tradicionais, mas isso não faz dele um “não-carro”. Claro, é um carro incrivelmente barato e feito cortando todos os custos possíveis mas, caramba, Bajaj, tenha colhões! Além disso, eu gostei mesmo dessa coisa que vocês não chamam de carro.
Vamos analisar o projeto com muito, muito mais atenção do que qualquer ser racional que não seja indiano daria, que tal?

O projeto do RE60 é bastante similar ao Nano: em essência, uma microvan de motor traseiro. E é pequena em todos os sentidos: motor de 200 cc com 20 cv, máxima em torno de 70 km/h e baixíssimo consumo – mais de 30 km/l. O Nano tem um visual mais limpo e refinado, mas acho que na proposta de alcançar os objetivos específicos de um carro barato destinado às pessoas de renda mais baixa da Índia, o RE60 tem um design melhor. Em alguns aspectos é até um pouco mais tradicional, pois acrescenta um capô ao desenho monovolume do Nano e com isso consegue oferecer mais espaço para a bagagem. É mais quadrado, a fim de aproveitar ao máximo o espaço interno e, ainda que sem dúvida familiar, é dono de um charme peculiar, quase francês.

Até agora não foram revelados muitos detalhes da construção, então tentarei deduzir algumas coisas. Acho bastante provável que o trem-de-força seja muito compacto, com motor e transmissão totalmente integrados e montados diretamente no eixo traseiro. O compartimento de carga traseiro ficaria acima do motor, e o acesso a ele seria pelo assoalho do porta-malas, como nos VW Type III. Baseado na localização da tampa do tanque de combustível, creio que este se posicione debaixo do banco traseiro. O tamanho e a localização do estepe e do compartimento de carga dianteiro são pura especulação, mas acredito que estejam bem próximos da realidade.

Minha única grande implicância com o projeto tem a ver com os faróis. O tema que permeia todo o desenho, cheio de curvas angulosas que lembram vagamente uma placa de circuitos – não muito diferente da linguagem de design do Kia Soul – funciona bem ligando todos os elementos, mas em um veículo tão estreito, os farois largos e horizontais são um erro, e fazem o carro parecer ainda mais estreito. Eu as trocaria por pelas de formato similar, porém verticais. Vejam o desenho; acho que assim ficaria  melhor.
Nem vou fingir que alguém na Bajaj irá dar a mínima para isso, mas talvez alguns de vocês concordem comigo.
Fonte: .jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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