Tenho um certo fascínio por carros alemães. Não falo apenas de Porsches (por conta do Fusca, isso seria realmente tendencioso), mas principalmente de BMWs e Mercedes (clichê, né?!), ainda mais das classes mais requintadas. Um dos carros que mais marcaram minha memória infante foi o Mercedes-Benz 500SE W140, lá pelos idos de 1993. Acabo de encontrar um deles à venda. Me deu uma coceira…
Na época em que o conheci, tinha meus 13/14 anos e a turma da rua sempre se reunia na esquina para bater papo, andar de bicicleta, skate e ver os carros bacanas passando e aprontando algumas peripércias. Morar perto de um setor de oficinas de uma pequena cidade de Brasília tinha lá suas vantagens. Cresci naquela rua e raramente alguém se mudava de lá, assim, amizades cultivadas perduravam por anos e anos. Para encurtar a história, o pai de um dos melhores amigos que tive à época ganhou uma boa oferta de emprego e sua primeira providência foi trocar de carro. Ele sempre teve carros do ano e era o bam-bam-bam da rua. Enquanto outros pais trocavam de um carro usado para outro usado, ele trocava de um usado para um novo praticamente a cada ano.
Ele acabara de comprar um Vectra GSi branco e estava bastante feliz com o carro, mas a promoção elevou bastante o nível da coisa. Algum tempo depois ele apareceria com aquele que seria “o carro”. Sai o Vectra GSI e em seu lugar, um Mercedes-Benz 500SE exatamente igual à que o amigo Pedro Aguilera hoje disponibiliza para venda.
Não é necessário dizer que toda a molecada da rua queria dar uma volta e que nenhum de nós chegou nem perto do carro. Algumas semanas depois um caminhão de mudanças entrava na rua e eu nunca mais veria o 500SE ou o amigo.
O carro era lindo. Imponente, sisudo, conservador… um carro de patrão! O barulho do motor era quase imperceptível, mas também era quase uma obrigação a galera se reunir para ver e ouvir o Mercedes adentrando na rua logo no inicio da noite. Só faltava reverenciarmos sua chegada. Oras… para um bando de moleques acostumados a andar de Chevette, Opala e Corcel, ter um Mercedes “morando” em nossa rua era algo quase monárquico!
As linhas da carroceria seduziam por sua simplicidade, mas o verdadeiro trunfo desta geração da maior classe da Mercedes eram seu interior e seu motor V8 de 5.0L. Os bancos de couro, o painel de madeira e a quantidade enorme de ajustes elétricos quase vinte anos atrás me levam a pensar: “por que é tão difícil operar carros mais modernos se os antigos tinham as mesmas funções de forma tão mais simples?”
Essa mania de complicar e espetacularizar tudo aquilo que é fácil tornou os comandos das novas BMWs e Mercedes alvos fáceis para críticas da mídia especializada e um pavor para os proprietários dos novos modelos, principalmente para aquele tipo de cara que precisa da ajuda dos filhos para mexer no iPhone novo.
O motor V8 de 4.973cm³ produz saudáveis 235cv @ 5.600Rpm de potência e tem funcionamento liso e silencioso. A aceleração é forte para um carro deste porte por conta da boa parcela de torque disponível desde baixos giros (47,97 kgf/m @ 3.900Rpm) e com mais de duas toneladas de peso. Andando a 120km/h, o conta-giros está apenas um pouco acima das 2.000Rpm e o câmbio automático de 4 velocidades responde de pronto a qualquer solicitação mais decidida.
Como se bem sabe, o custo de manutenção deste tipo de veículo é razoavel para quem tem paciência, um cartão de crédito internacional e habilidade no uso do eBay. A condição de aquisição e um histórico de bons cuidados de um veículo deste porte é algo essencial para quem pensa em ter um classudo sedan alemão na garagem. Saber dos cuidados básicos aos cuidados “a fazer” é necessário para que se tenha uma real noção do estado geral do carro. Um veículo com procedência é algo que irá lhe evitar futuras dores de cabeça e alguns trocados a mais no bolso.
A pedida pelo 500SE é de R$ 52.252,00 e os contatos podem ser feitos diretamente com o Pedro, através do email pedroaguilerajr@gmail.com ou pelo anúncio na Webmotors.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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