Nossa seção de classificados costuma trazer verdadeiras joias automotivas, daquelas que causam devaneios. Isso não quer dizer que não damos valor para velhos conhecidos de nossas ruas, carros sem o status de clássicos, mas que quando bem cuidados causam um sorriso no rosto de quem os viu novos em folha, em showrooms de vinte anos atrás. É o casso desse Volkswagen Apollo GL 1991 com apenas 12 mil km no hodômetro.
Ultimamente aumentaram as ofertas de carros das décadas de 90, 80 e até mais antigos em condições espetaculares e baixa quilometragem. As comunidades de fãs na internet mostram-se bem dispostas a encontrar e catalogar veículos com 20, 30 anos de idade em estado novo.
O Volkswagen Apollo é fruto da Autolatina, a estranha joint venture que uniu as fabricantes Volkswagen e Ford no mercado nacional e argentino, promovendo compartilhamento de tecnologia, peças, recursos financeiros, administrativos e fábricas entre as duas marcas.
O Apollo é o exemplo mais peculiar da gama de veículos da união que se formalizou em 1987 mas só iniciou atividades em 1990. Externamente era idêntico ao Verona – que por sua vez, era um derivado local da segunda geração nacional do Escort – com exceção dos emblemas, pintura nos para-choques e lanternas traseiras fumês, que lhe conferiam um visual mais esportivo que o do irmão do oval azul.
Por dentro, o carro trazia um pouco mais de identidade Volkswagen. O painel tinha desenho próprio e com bastante boa vontade lembrava os encontrados no Golf e no Passat da época – embora em cores mais claras e com a opção de acabamento monocromático.
A contribuição VW mesmo estava na mecânica: o onipresente AP 1800, que substituía os antigos CHT na linha Escort. Os amortecedores também eram da Volks, e o modelo em geral era mais bem-equipado que o Verona – mas a um custo maior também.
O carro foi adquirido no início desse ano, no meio de um negócio. Estava parado havia muitos anos, ainda com placas amarelas. Alexandre, o proprietário, roda com o carro toda semana para que ele não se deteriore com o tempo – afinal, sedentarismo é nocivo tanto para nós quanto para os automóveis. Os pneus são originais de fábrica, e ele ainda conta com vários plásticos de proteção no interior. Está imaculado e 100% funcional.
O dinheiro pedido por esse exemplar é que pode assustar: 25 mil reais, coisa que só um colecionador realmente abastado pagaria. O valor de mercado de um Apollo em bom estado de conservação – o que já não é fácil de encontrar – varia entre 10 e 12 mil reais. Acreditamos que isso seja reflexo da onda de valorização exagerada que os nacionais dos anos 1980 e 1990 vêm sofrendo ultimamente.
A boa notícia é que o dono está bem disposto a negociar esse valor, pois precisa liberar espaço em sua garagem para aqueles que são seus verdadeiros brinquedos – um Mustang Fastback 1967 em fase final de restauração, um Dodge Dart 1979 pronto para restaurar, e um Maverick Super Luxo recém restaurado (e que também será vendido).
Fonte: jalopnik
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