15 de set. de 2011

Teste: Captiva V6 não foge à luta

Fotos: Luiza Dantas/Carta Z Notícias
Teste: Captiva V6 não foge à luta
Segmento dos crossovers e SUVs ganha novos modelos e força a renovação dos que já estavam na briga, como o Chevrolet Captiva

por Túlio Moreira
MotorDream


O segmento de crossovers e SUVs médios continua aquecido no Brasil. Prova disso é a intenção da Mazda em lançar o crossover compacto CX-5 – recém-apresentado no Salão de Frankfurt – no mercado nacional, quando retomar as operações por aqui, a partir de 2012.
Enquanto o novo concorrente não chega, o consumidor já possui boa variedade de opções, como os nipônicos Honda CR-V e Toyota RAV4, os coreanos Hyundai Tucson, Kia Sportage e Hyundai ix35, o francês Peugeot 3008 e o norte-americano Dodge Journey, agora acompanhado de seu correspondente italiano, Fiat Freemont. A Chevrolet se adiantou diante do rebuliço do segmento e promoveu algumas atualizações pontuais em seu representante, o crossover Captiva, importado do México.

O modelo, apresentado em 2006 pela Daewoo, subsidiária coreana da General Motors, já nasceu com a identidade visual que está sendo, aos poucos, estendida para toda a gama de modelos Chevrolet. Por isso, as mudanças operadas no início do ano se concentram na motorização. O motor 2.4 litros da versão de entrada, batizada de Ecotec, recebeu injeção direta de combustível, alteração que proporcionou 15 cv a mais em relação à linha 2010, totalizando 185 cv de potência. A versão mais acessível do Captiva parte de R$ 91.792, e também recebeu nova transmissão automática de seis velocidades – a anterior se limitava a quatro marchas –, que oferece mais eficácia no consumo de combustível.

O propulsor que equipa a versão seguinte – a topo de linha Sport V6 – também passou por atualizações significativas. O V6 de 3.6 litros foi substituído por um menor, também V6, de 3.0 litros. Graças à adoção da injeção direta de combustível, a potência foi ampliada em 7 cv, atingindo os 268 cv. O conjunto mecânico também está acoplado à caixa de transmissão automática de seis velocidades. O ganho de performance agrega R$ 6.475, elevando o preço para R$ 98.267. O valor extra também inclui detalhes como as maçanetas e ponteiras do escapamento cromadas e o ar-condicionado com controle automático, entre outros itens.

Em relação aos itens de segurança, toda a linha Captiva é servida de airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS, controle de tração, ESP. Outros itens disponíveis na versão Ecotec são a direção hidráulica, computador de bordo, trio elétrico e cruise control com comandos no volante. A configuração Sport V6 com tração dianteira adiciona sensor de chuva, sistema de partida remota, ajuste lombar do banco do motorista, bancos dianteiros com aquecimento e rodas de liga leve cromadas de 17 polegadas.

A versão topo de linha também pode ser adquirida com tração integral, fechando o preço do modelo em R$ 102.267. O Captiva Sport V6 4X4 também traz alguns reforços na lista de equipamentos, como a câmera de ré com display no retrovisor interno e os para-choques com aplique cromado, detalhes ausentes na versão 4X2. Outro diferencial é o sistema de som premium, com 10 alto falantes distribuídos no interior do veículo.

As mudanças que a Chevrolet operou na linha Captiva colocaram o modelo em condições de disputar terreno com os concorrentes mais próximos, como o Peugeot 3008, equipado com motor 1.6 litro turbo de 156 cv, que sai por R$ 79.900, ou o Fiat Freemont, vendido por R$ 81.900 na versão com motor 2.4 litros de 172 cv.  A versão Sport V6 com tração integral também compete no terreno dominado por Mitsubishi ASX 4X4, por R$ 96.990, Toyota RAV4 4X4, por R$ 107 mil, e Honda CR-V 4X4, por R$ 99.880. De janeiro a agosto, o modelo emplacou 8.502 unidades – média de 1.063/mês –, marca próxima à do líder do segmento, o Honda CR-V, com 9.320 unidades e média de 1.160/mês.

Ficha técnica

Chevrolet Captiva Sport V6 AWD

Motor: Dianteiro, transversal, 2.986 cm³, seis cilindros em V, quatro válvulas por cilindro, comando simples de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração integral. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 268 cv a 6.950 rpm com gasolina.
Torque máximo: 30,0 kgfm a 5.100 rpm.
Diâmetro e curso: 89 mm X 80,3 mm. Taxa de compressão: 11,7:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson, independente com barra de torção, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás. Traseira independente, quatro braços articulados e barra de torção, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados a gás.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás, com ABS.
Pneus: 235/60 17’’ em rodas de liga leve.
Carroceria: Utilitário esportivo em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,57 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,70 m de altura e 2,70 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina e ESP.
Peso: 1.804 kg em ordem de marcha, com 490 kg de carga útil.
Capacidade do porta-malas: 821 litros.
Tanque de combustível: 63 litros.
Produção: Ramos Arizpe, México
Lançamento mundial: 2006.
Lançamento no Brasil: 2008

Impressões ao dirigir

Tamanho é documento

por Igor Macário
MotorDream


Logo ao assumir o posto de comando do Captiva, o tamanho quase exagerado do volante chama atenção. Assim como quase tudo no SUV, parece grande demais. A impressão é de que todo o carro é maior do que realmente é. Os comandos são bem posicionados e fáceis de usar, à exceção do computador de bordo, operado por pequenos botões à esquerda do volante, abaixo do interruptor dos faróis. As grandes poltronas de couro com regulagens elétricas para o motorista se não apóiam muito bem o corpo nas curvas, ao menos são confortáveis para o uso diário. Após a impressão inicial, o conjunto parece bem acertado e coerente com a proposta e preço.

Entretanto, a estrela da versão topo é o motor 3.0 V6 de 268 cv, novidade para a linha 2011, que empurra a Captiva com um vigor surpreendente. Apesar dos 1.800 kg do modelo, o V6 parece não se ressentir do peso e arranca com decisão para deixar muito carro pequeno para trás. O câmbio automático tem seis marchas bem escalonadas que conseguem extrair o melhor do motor em quase todas as ocasiões, e ainda brinda o motorista com trocas suaves, precisas e rápidas, algo incomum para um modelo com alma australiana, emblemas norte-americanos e passaporte mexicano. Além disso, o ronco emitido pelo escapamento nas acelerações mais fortes torna o dia-a-dia a bordo do Captiva um pouco mais divertido. Não tão divertida é a hora de abastecer. Mesmo com uma tocada mais leve, o 3.0 ainda mal consegue chegar aos 6 km/l na cidade, mesmo com o modo ECO do câmbio acionado.

Definitivamente, a quantidade de cromados no exterior do Captiva V6 marca a diferença em relação à versão com o motor 2.4 litros de 185 cv. Até as rodas são cromadas, num arranjo que inicialmente parece exagerado, mas condiz com a proposta mais "exuberante" da versão V6. O interior sem firulas do SUV tem algumas faltas, como um sistema de som mais moderno, com tela sensível ao toque ou mesmo conexão via bluetooth para celulares, que estão se tornando de praxe na faixa de preço do modelo. Para estacionar, uma útil câmera de ré exibe as imagens numa telinha no retrovisor interno, mas não há sensores de estacionamento. Pelo menos, os cinco ocupantes não podem reclamar de falta de espaço.


Fonte: motordream
Disponível no(a)http://motordream.uol.com.br

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