9 de ago. de 2011

Pôneis malditos: o esculacho como estratégia

Foto: Divulgação
Pôneis malditos: o esculacho como estratégia
Campanha da picape da Nissan vira fenômeno na Internet nacional
por Mauro Trindade/TV Press
especial para MotorDream
Os pôneis malditos da Nissan tornaram-se febre nacional. Ontem, segunda-feira dia 8, o anúncio da Nissan Frontier já era um dos assuntos mais comentados no Twitter em todo o mundo. Foi visto por mais de oito milhões de pessoas na internet desde seu lançamento, dia 29 passado. Para quem não viu, o comercial exibe um motorista irado com sua picape atolada e reclama dos “pôneis malditos” que seu veículo oferece no lugar de robustos cavalos.
Então surge sob o capô um carrossel com cavalinhos de desenho animado que cantam o hit do momento: "Pônei maldito/ pônei maldito/ venha com a gente atolar!/ Odeio barro/ odeio lama/ Que nojinho!/ Não vou sair do lugar”. É fácil ouvir o refrão na boca da garotada, na porta de qualquer escola.
Agora quem quiser assistir ao comercial vai ter de visitar a internet. Segundo a Nissan, a estratégia da empresa era lançar o comercial na tevê e depois mantê-lo nas redes sociais, o que é uma boa maneira de evitar ir muito além das 30 denúncias contra o anúncio que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) recebeu. O vídeo continua hospedado no You Tube e em outros sites. A criação é de Max Geraldo e Cesar Herszkowicz, da agência Lew Lara TBWA.
Já faz algum tempo que a Nissan adotou uma linha bastante agressiva em sua publicidade.  Basta lembrar do filmete que a mesma agência criou para a marca e que foi exibido no início do ano. Dois branquelos – claro, mano, eles são gringos – batizados de MC Deu Bem e Xis Por Cento estrelam o clipe “Ouro de Tolo (No Caso, Vocês)”, da inventada gravadora Lucros R. Eles estão vestidos com guarda-pó de técnico de empresa com a logomarca da Ford bordada no peito, cordão de ouro, casaco de peles e acompanhados por quatro gostosonas. E cantam que “você compra nosso carro/ acha que ficou feliz/ enquando isso a gente bebe/ champagne em chafariz/ não fica tristinho/em dar 3 mil a mais/ sua grana foi bem gasta/ é só o que a gente faz”. E terminam com o refrão “o luxo todo/ é do dinheiro de vocês/ Pagando o preço de um 1.8 por um carro 1.6”. Para terminar, um letreiro avisava que um Tiida 1.8 custava R$ 2.910 a menos que um Focus 1.6. Foi com a mesmíssima virulência que a Nissan utilizou em 2010, ao comparar a Livina com o Fiat Idea. Ou vender a Livina com o "Funk da Tanajura".
O anúncio do Tiida foi retirado do ar e de diversos sites. Mas não chega a ser uma complicado encontrá-lo em uma busca simples pela internet, assim como os outros comerciais. Naquela criação o Tiida sequer era exibido. E, nessa nova publicidade, o Frontier surge por poucos segundos ao fim do comercial. A estratégia é clara. A Nissan não precisa nem deve se mostrar. Porque, se aparece, também vai ser julgada. Assim, o melhor é ficar de franco-atirador.
Especialmente com seu Nissan Frontier, gloriosamente anunciado como o mais potente da categoria, com muitos cavalos – daí os modelos de marcas rivais terem apenas pôneis. E argentinos, pois, com exceção das nacionais S10 e L200 e da própria Frontier, todas as outras picapes médias são feitas no país vizinho. Por isso o debochado “te quiero” que o poneizinho mais assanhado diz ao desgostoso motorista no comercial.
Claro que o tropel de cavalos da Nissan Frontier não é tão avassalador assim, mas quem liga? O que vale é o efeito moral. A estratégia da Nissan tem sido tentar posicionar seus veículos no mercado com música, humor e esculacho. Mas não parece que alguns "coices de pônei" possam, em pouco tempo, ajudar a Frontier a incomodar a concorrência.

Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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