6 de jun. de 2011
A Evolução do Mitsubishi Lancer - parte 1
O Lancer Evolution I surgiu em 1992, mas o histórico de alta performance do modelo começa bem antes, no lançamento da primeira geração, código A70, em 1973. Naqueles tempos, a nascente indústria automotiva japonesa decidira abrir caminho nas pistas de corrida para provar o valor – até então duvidoso – de seus carros.
Pela Mitsubishi, os Galant AIIGS e 16LGS iniciaram os esforços direcionados para as provas de rali no final dos anos 60, com bons resultados. Em 1973, o leque de apresentação do Lancer, sedã compacto um degrau abaixo do Galant, era coroado pela versão 1600 GSR, também conhecido como Lancer A73. Tinha suspensão independente McPherson na frente com feixe de molas atrás, freios a disco na frente e tambor atrás, e apenas 865 kg. O motor 4G32 era moderno, um quatro cilindros aspirado de 1,6 litro com comando de válvulas no cabeçote e 110 cavalos, acoplado a um câmbio de cinco marchas.
Com modificações no comando e no fluxo de gases, a potência chegava a 165 cavalos nos carros de rali. Some a isso algumas alterações de competição – gaiola interna, reforços estruturais, faróis extras e pneus off-road – e você tem um pequeno samurai que, em sua primeira etapa no Mundial de Rali da época, chegou em primeiro lugar, 28 minutos à frente do segundo colocado, nada menos que um Porsche 911.
O feito foi perpetuado pela dupla Joginder Singh e Dvid Doig, e ocorreu no Safari Rally, disputado no Quênia, o equivalente em dificuldade ao Paris-Dakar das décadas posteriores. Eram mais de 6 mil quilômetros de estradas de terra entremeadas por trechos alagados, tempestades de areia e manadas de animais que produziam a assustadora taxa de uma chegada bem-sucedida para cada cinco carros que largavam.
As duas vitórias no Safari Rali em 1974 e 1976 e a conquista do Mundial de Rali em cima de ninguém menos que o Lancia Stratos deram ao resistente Lancer 1600GSR o imodesto apelido de “King of Cars”. Nas mãos de corredores particulares, continuou competindo ao longo da década de 80, e mantém até hoje uma grande quantidade de admiradores, colecionadores e proprietários.
A segunda geração do Lancer, lançada em 1979, recebeu o sobrenome EX e teve vida longa, até 1988. O top de linha Lancer EX 2000 Turbo foi o primeiro a portar o motor 4G63, um quatro cilindros de 2,0 litros que, em suas diferentes versões, continuou a equipar o Lancer até o Evolution IX, um quarto de século depois. No EX 2000 Turbo, tinha configuração SOHC, injeção eletrônica, 170 cavalos e 25 kgfm. Além disso, o feixe de molas na traseira foi substiuído por uma moderna suspensão multilink, e os freios ganharam discos nas quatro rodas.
No que se refere aos ralis, o perfil de competição do Mundial havia mudado. As provas longas valorizando o ritmo e a durabilidade foram substituídas por etapas curtas de altíssima velocidade, onde cada segundo de diferença torna-se fundamental – tendência que iria culminar no Grupo B, e que continua no atual WRC.
Após um breve hiato longe das competições oficiais, a Mitsubishi voltou com uma versão guerreira do EX 2000 Turbo de rua. Modificações no motor (nova ECU, intercooler generoso, fluxo de gases aprimorado) elevaram a potência para 280 cavalos. A relação de marchas foi encurtada, e o eixo traseiro ganhou um diferencial com deslizamento limitado.
Essa geração do Lancer não teve tanto sucesso quanto a anterior nas corridas. Conseguiu um terceiro lugar no 1000 Lakes Rally, a etapa finlandesa do Mundial, e algumas vitórias em provas locais no Japão e na Ásia. Logo ficaria claro que, para lutar por títulos mais expressivos, seria necessário embarcar na tração integral – tanto o 1600 GSR quanto o EX 2000 Turbo traziam a clássica configuração de motor dianteiro e tração traseira.
E foi assim que surgiu a gênese para as dez gerações seguintes do Lancer Evolution – assunto para os próximos posts dessa série.
Crédito das fotos: Mitsubishi, Mitsubishi Motorsports
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br/page/1
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