Moisés Santos de Oliveira é mecânico da Via Italia há dois anos Foto: Ivan Pacheco/Terra |
A potência e a beleza das máquinas que disparam a 250 km/h nas pistas da Itaipava GT Brasil chamam toda a atenção de quem acompanha a corrida pelas arquibancadas - porém, nos boxes, são muitos outros detalhes que despertam o cuidado de quem trabalha para que o carro funcione.
Responsável por preparar os veículos e muitas vezes "esquecido" pelo público, o mecânico tem um dia-a-dia dos mais cansativos e chega até a torcer pela chuva, para que sua grande contribuição no sucesso da equipe apareça um pouco mais.
É o caso de Moisés Santos de Oliveira, 28 anos, mecânico da Via Italia - equipe que, até a etapa de Curitiba, contava com a única Ferrari F458 do grid na categoria. Há 10 anos mexendo com automobilismo, ele começou como ajudante do irmão e chegou à função atual em 2009. Apesar da rotina exaustiva e de alguns "acidentes de trabalho" - queimaduras são os mais frequentes - ele não reclama de nada. "Ainda sou muito apaixonado por isso", confessa.
E foi com paixão que Moisés detalhou seu cronograma típico de uma etapa da GT Brasil. "É muito trabalho", avisou, antes de começar. "Começa de manhã, às 7h tem que sair do hotel. Vem pra cá (autódromo), tem treino na parte da manhã, tem vezes que a gente nem almoça. À tarde tem outro treino, geralmente na sexta".
"No sábado já é mais corrido porque tem treino, duas classificações e uma corrida; a gente trabalha bem e sai bem tarde, não tem hora para ir embora no sábado. Já no domingo é mais tranquilo porque é só warm-up e corrida, mas depois tem que desmontar tudo e levar embora, carregar o caminhão".
Cansativo? O mecânico pouco se importa com isso. Problema mesmo, segundo ele, é lidar com um carro fervendo que acabou de sair do asfalto. "Quando chega da pista e você tem que fazer alguma coisa correndo, é complicado. Já nos queimamos muito assim. O braço fica todo marcado", diverte-se, aproveitando para apontar a missão mais complicada no acerto dos veículos.
"Para fazer a cambagem (acerto do ângulo das rodas), fica muito próximo do disco. O disco fica muito quente e para tirar os parafusos é difícil. Eles são bem apertados, porque eles que seguram a suspensão do carro. Se você deixar solto, vai cair a suspensão não chão, vai bater. Tem que ser um serviço bem feito, mas na hora em que está quente é complicado".
O trabalho de acerto dos carros é contínuo e delicado. Na Via Italia, o processo é comandado por Hilton Lellis, o Ton, engenheiro-chefe da equipe; é ele quem conversa com os pilotos Daniel Serra e Chico Longo e repassa para a equipe de mecânicos as alterações a serem feitas. Por isso, Moisés diz que ele e seus colegas também ganham corridas, apesar de não subirem ao pódio.
"Ganha, sim, porque a gente trabalha muito para acertar o carro. É muita responsabilidade nossa, porque o cara senta lá e acelera a 200, 250 por hora. Então, você tem que tomar cuidado com roda, com disco, trabalhar o carro legal, acertar o carro e tronquear tudo direitinho para não soltar nada na pista. E quando acontece isso de um pit stop, a gente ganha a corrida, sim. A felicidade é grande e a gente já fica sonhando com a próxima. Tem vezes até que a gente torce pra chover", brincou.
O pit stop para trocar pneus secos por pneus de chuva é a "consagração" para Moisés. É neste momento em que o mecânico mais pode fazer a diferença a favor de sua equipe, com agilidade e eficiência. Na Itaipava GT, há sempre um pit stop obrigatório de 2 minutos de duração pra a troca de pilotos, mas a parada para troca de pneus não tem tempo mínimo estipulado.
"O complicado é quando chove e tem que trocar pneus. Aí não tem os 2 minutos, tem que ser o mais rápido. Acho isso legal, porque você tem que treinar na oficina, trabalhar muito para tentar ser mais rápido que todos e ganhar tempo nisso aí. A gente fica mais na adrenalina, vai lá e podem acontecer alguns erros, como já aconteceu comigo esse ano. Perdi alguns segundos", lembrou, rindo.
A chuva, porém, já trouxe sucessos a Moisés, que recordou de uma corrida em 2010 em que a parada de sua equipe foi 10 segundos mais rápida que as rivais. O carro da Via Italia estava em quinto lugar, mas voltou à pista em primeiro e venceu a prova. Para o mecânico, são momentos assim que trazem a realização como profissional do automobilismo.
"Terminou uma corrida, a gente já está pensando na outra. Tem que arrumar as coisas que chegaram batidas, se quebrar alguma peça, correr atrás de arrumar, preparando para a próxima corrida. Trabalhar muito nos treinos para acertar o carro, no sábado classificar e largar bem. Aí vem a corrida e é torcer para o piloto ir bem, porque a partir do momento em que está na pista, nosso trabalho acabou", diz ele, admitindo - sem falsa modéstia - que o mecânico faz a corrida acontecer. "Faz mesmo", sorri.
Responsável por preparar os veículos e muitas vezes "esquecido" pelo público, o mecânico tem um dia-a-dia dos mais cansativos e chega até a torcer pela chuva, para que sua grande contribuição no sucesso da equipe apareça um pouco mais.
É o caso de Moisés Santos de Oliveira, 28 anos, mecânico da Via Italia - equipe que, até a etapa de Curitiba, contava com a única Ferrari F458 do grid na categoria. Há 10 anos mexendo com automobilismo, ele começou como ajudante do irmão e chegou à função atual em 2009. Apesar da rotina exaustiva e de alguns "acidentes de trabalho" - queimaduras são os mais frequentes - ele não reclama de nada. "Ainda sou muito apaixonado por isso", confessa.
E foi com paixão que Moisés detalhou seu cronograma típico de uma etapa da GT Brasil. "É muito trabalho", avisou, antes de começar. "Começa de manhã, às 7h tem que sair do hotel. Vem pra cá (autódromo), tem treino na parte da manhã, tem vezes que a gente nem almoça. À tarde tem outro treino, geralmente na sexta".
"No sábado já é mais corrido porque tem treino, duas classificações e uma corrida; a gente trabalha bem e sai bem tarde, não tem hora para ir embora no sábado. Já no domingo é mais tranquilo porque é só warm-up e corrida, mas depois tem que desmontar tudo e levar embora, carregar o caminhão".
Cansativo? O mecânico pouco se importa com isso. Problema mesmo, segundo ele, é lidar com um carro fervendo que acabou de sair do asfalto. "Quando chega da pista e você tem que fazer alguma coisa correndo, é complicado. Já nos queimamos muito assim. O braço fica todo marcado", diverte-se, aproveitando para apontar a missão mais complicada no acerto dos veículos.
"Para fazer a cambagem (acerto do ângulo das rodas), fica muito próximo do disco. O disco fica muito quente e para tirar os parafusos é difícil. Eles são bem apertados, porque eles que seguram a suspensão do carro. Se você deixar solto, vai cair a suspensão não chão, vai bater. Tem que ser um serviço bem feito, mas na hora em que está quente é complicado".
O trabalho de acerto dos carros é contínuo e delicado. Na Via Italia, o processo é comandado por Hilton Lellis, o Ton, engenheiro-chefe da equipe; é ele quem conversa com os pilotos Daniel Serra e Chico Longo e repassa para a equipe de mecânicos as alterações a serem feitas. Por isso, Moisés diz que ele e seus colegas também ganham corridas, apesar de não subirem ao pódio.
"Ganha, sim, porque a gente trabalha muito para acertar o carro. É muita responsabilidade nossa, porque o cara senta lá e acelera a 200, 250 por hora. Então, você tem que tomar cuidado com roda, com disco, trabalhar o carro legal, acertar o carro e tronquear tudo direitinho para não soltar nada na pista. E quando acontece isso de um pit stop, a gente ganha a corrida, sim. A felicidade é grande e a gente já fica sonhando com a próxima. Tem vezes até que a gente torce pra chover", brincou.
O pit stop para trocar pneus secos por pneus de chuva é a "consagração" para Moisés. É neste momento em que o mecânico mais pode fazer a diferença a favor de sua equipe, com agilidade e eficiência. Na Itaipava GT, há sempre um pit stop obrigatório de 2 minutos de duração pra a troca de pilotos, mas a parada para troca de pneus não tem tempo mínimo estipulado.
"O complicado é quando chove e tem que trocar pneus. Aí não tem os 2 minutos, tem que ser o mais rápido. Acho isso legal, porque você tem que treinar na oficina, trabalhar muito para tentar ser mais rápido que todos e ganhar tempo nisso aí. A gente fica mais na adrenalina, vai lá e podem acontecer alguns erros, como já aconteceu comigo esse ano. Perdi alguns segundos", lembrou, rindo.
A chuva, porém, já trouxe sucessos a Moisés, que recordou de uma corrida em 2010 em que a parada de sua equipe foi 10 segundos mais rápida que as rivais. O carro da Via Italia estava em quinto lugar, mas voltou à pista em primeiro e venceu a prova. Para o mecânico, são momentos assim que trazem a realização como profissional do automobilismo.
"Terminou uma corrida, a gente já está pensando na outra. Tem que arrumar as coisas que chegaram batidas, se quebrar alguma peça, correr atrás de arrumar, preparando para a próxima corrida. Trabalhar muito nos treinos para acertar o carro, no sábado classificar e largar bem. Aí vem a corrida e é torcer para o piloto ir bem, porque a partir do momento em que está na pista, nosso trabalho acabou", diz ele, admitindo - sem falsa modéstia - que o mecânico faz a corrida acontecer. "Faz mesmo", sorri.
Fonte: terra.com.br
Disponível no(a):http://esportes.terra.com.br
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