5 de abr. de 2011

Primeiras impressões: Aston Martin Virage


Você pode imaginar que um carro pensado para se encaixar entre o Aston Martin DB9 e um modelo digno de filme de ação como o DBS seria algo deslocado na família, sem nada daquele “algo mais”. Mas o que quer que esteja faltando no Virage, ele mais que compensa com seu charme.

Nota: A Aston Martin queria tanto que dirigíssemos o Virage 2012 (além do Vantage V8 S e o Rapide) que nos levou a Las Vegas, nos pagou um belo almoço e um jantar bacana em um cassino. Na manhã seguinte nos levou ao deserto, onde nós tivemos duas horas para testar o Virage no caminho de ida e volta para Death Valley, e pudéssemos passar o começo da tarde com o Vantage S e o Rapide na Spring Mountain Motorsports Ranch em Pahrump, Nevada (mais detalhes em breve). Depois disso, deram uma carona até o aeroporto no final da tarde para que nosso relógio biológico se desregulasse na volta para Nova Iorque.


Lançado em 1989, o primeiro Virage era um substituto para o Aston Martin V8, na época o topo de linha da marca. Agora, com a Aston se juntando a outros fabricantes de nicho na expansão de sua gama de produtos, não surpreende que tenham revisitado o nome Virage (curva em francês) para aumentar sua oferta de modelos com V12.
Já que nosso teste consistiu em uma sessão com um bate-volta de duas horas, adotei um sistema de tópicos neste caso. Aqui estão algumas das coisas que aprendi ao guiar o Aston Martin Virage até Death Valley e de volta para Pahrump, Nevada:
Bridge of Weir é um lugar na Escócia. É também o nome da indústria de couro que produz o interior caprichado. Pode parecer cafona, como se o couro fosse curtido e costurado sob a luz de velas ao som de uma gravação com gaita de fole feita por Sean (Mac)Connery, mas a BoW usa sistemas de dados avançados para rastrear a origem de seus materiais até a sua entrega.

A estrada pelo Death Valley (vale da morte) está longe de ser plana. Volta e meia surge um trecho digno de pista de MotoCross. Aqui, o Virage mantém a compostura mesmo em velocidades de três dígitos, mesmo enquanto parece enfrentar tsunamis sob o calor escaldante. O vencedor aqui é a Bilstein, cujo sistema adaptativo possui ajustes tradicionais e esportivos.
Assim como todos os Astons recentes, gostei muito da sensação ao volante. Nada muito nervoso, com bom peso, respostas diretas e boa comunicação com o motorista. Todos os fabricantes deveriam se espelhar no volante dos Aston Martins.

Claro que, assim como o DB9 e o DBS, o Virage usa a firme arquitetura “VH” da empresa, que também faz o quatro portas Rapide parecer uns 30 centímetros mais curto do que é (graças também a alguns outros truques).
Em um mundo de GTs e supercarros, no qual 500 cavalos não passam de um aperitivo, os 497 cavalos do Virage ficam a três pocotós de se transformar em um prato principal. Mas o tradicional V12 5.9 da empresa produz um ótimo som e cavalaria suficiente. Afinal de contas, o mundo não é feito só de carros que vão de 0 a 100 em menos de quatro segundos (o Virage faz isso em cerca de 4,5), não é?
O Virage utiliza o sistema Brembo de carbono-cerâmica do DBS, com rotores ventilados do tamanho de uma pizza na frente (39,8 cm) e pizzas médias na traseira (36 cm). Pinças com seis pistões na frente, quatro na traseira. Depois de trocar de carros após a primeira hora, e usando uma rota que requer pouca frenagem, nós não pudemos testá-los mais a fundo.

O Virage vem em configurações 2+2 ou dois lugares. Ambos acomodam apenas duas pessoas, a não ser que você esteja dando uma carona para dois leprechauns no dia de Saint Patrick.
A transmissão automática Touchtronic II de seis velocidades com paddle shifts, apesar das trocas rápidas no modo Sport, é um pequeno ponto contra quem procura um desempenho puro.
Então qual o argumento de venda do Virage? O visual. Não há nada nas ruas que chame tanto a atenção (e de forma tão elegante e apaixonante) quanto um Aston Martin Virage na cor laranja que você vê nas fotos e os Pirelli P Zeros – 245/35 na dianteira; 295/30 na traseira. É o equivalente àquele terno de caimento perfeito feito pelo melhor alfaiate do mundo, sob medida. Fora isso, tem todo o carisma dos “Astons grandões” em viagens de longa distância em alta velocidade. Ao lado de “GT moderno” no dicionário, uma definição boa seria simplesmente o nome deste carro.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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