Morte de Gustavo Sondermann, que também competia na Itaipava GT, trouxe questionamentos quanto a segurança do circuito de Interlagos Foto: Felipe Augusto/Site Velocidadesul.com/Divulgação |
A etapa de estreia da Itaipava GT Brasil será a primeira competição automobilística no Autódromo de Interlagos após o acidente que vitimou o piloto Gustavo Sondermann no último domingo, em prova válida pela Copa Montana. O piloto bateu na Curva do Café, feita em alta velocidade e seu bólido ricocheteou para o meio da pista, sendo atingido por outros carros que vinham logo atrás.
Um deles foi o de Pedro Boesel, que atingiu o carro de Gustavo com violência e acabou ocasionando a sua morte. Boesel segue internado no Hospital São Luiz, na capital paulista, após sofrer divesas fraturas pelo corpo.
Amigo pessoal de alguns dos pilotos que competirão nesta temporada, Gustavo também iria competir na modalidade em 2011. Ao lado de Ricardo Ribeiro, seu parceiro no ano passado ao guiar uma Maserati Trofeo pela GTBR4, a dupla competiria na GTBR3 com uma Lamborghini.
A proximidade de alguns pilotos com Sondermann e a familiaridade da maioria com as corridas no circuito paulista fez com que muitos deles passassem a ter maior atenção com o trecho, palco de alguns graves acidentes nos últimos anos por diversas categorias do automobilismo. Em três ocasiões, competidores acabaram perdendo a vida após batidas violentas na Curva do Café (além de Gustavo Sondermann, o motociclista João Lisboa, em fevereiro deste ano, e o piloto de Stock Light Rafael Sperafico, em dezembro de 2007).
"Foi uma fatalidade, já que os pilotos de qualquer categoria estão expostos ao perigo. Porém, os problemas para um Fórmula 1 são menos graves do que para um prótipo ou um carro de turismo. A curva é rápida e tem um grande ponto cego e por isso, deve ser revista por quem administra a pista", disse Pedro Queirolo, piloto da GTBR3 que fará uma homenagem ao colega morto, ao carregar a inscrição "Valeu Sondermann" no capo de seu Corvette.
Para Renan Guerra, que guiará uma Lamborghini nesta temporada, uma das dificuldades para os pilotos da Itaipava GT neste final de semana serão as primeiras voltas pela Curva do Café. "Foi muito triste para nós, mas a gente que vive no automobilismo tem que saber dos perigos que corremos. Todos vão lembrar do Gustavo quando passarem lá (no trecho do acidente) nas primeiras voltas, mas temos que ver que é bola para a frente, a vida continua", opina.
Aumento da área de escape é a solução mais apontada
Com a fatalidade, alguns dos integrantes da Itaipava GT opinam sobre possíveis mudanças para trazer maior segurança aos competidores e ao público nas corridas realizadas em Interlagos. E a solução mais apontada foi o aumento da área de escape, ao se quebrar parte da área de arquibancadas próximas à curva que dá acesso a reta dos boxes. "A bandeira amarela (que não permitiria ultrapassagens no trecho) é mais do que bem-vinda, mas não resolve o problema. Sou contra a chicane, que deixaria a pista mais lenta. O melhor parece mesmo ser o aumento da área de escape, reduzindo a arquibancada", analisou Queirolo.
Campeão da GTBR3 em 2009, Rafael Derani discorda quanto a utilidade da bandeira amarela, mas concorda com a eficácia de uma reformulada área de escape. Porém, ele evita culpar apenas o traçado da pista. "Bandeira amarela é besteira, porque ali não é ponto de ultrapassagem. É depois, lá na frente. O ideal mesmo parece ser ampliar a área de escape. Mas o problema não é só lá, existem outras pistas no Brasil com problemas mais graves. Interlagos é melhor e mais segura do que 90% dos autódromos brasileiros. O problema é que só se espera acontecer uma tragédia para se tomar uma atitude", observa.
Amigo pessoal de Sondermann, Léo Burti (irmão do ex-piloto de Fórmula 1 e atual comentarista de automobilismo da Rede Globo, Luciano Burti) vai além da reformulação do local e dá outras possíveis soluções de segurança para Interlagos.
"Tem que se afastar aquele muro da Curva do Café, porque ali é ponto cego e os pilotos não conseguem ver o que acontece ali durante a corrida e nem os bandeirinhas que ficam sinalizando, por que eles ficam fora da pista. Poderiam até colocar algum tipo de sinalização eletrônica para os pilotos. Mas o acidente não tem um único culpado, são vários fatores", explica Burti, que entende que medidas devem ser tomadas diante de toda a mobilização da opinião pública acerca do episódio que culminou com a morte de Gustavo Sondermann. "Qualquer coisa ajuda neste momento, mas acabará sendo uma medida paliativa, já que a imagem do acidente ainda está muito fresca na memória de todos", afirma o piloto, que guiará uma Ginetta na temporada 2011 da Itaipava GT.
Um deles foi o de Pedro Boesel, que atingiu o carro de Gustavo com violência e acabou ocasionando a sua morte. Boesel segue internado no Hospital São Luiz, na capital paulista, após sofrer divesas fraturas pelo corpo.
Amigo pessoal de alguns dos pilotos que competirão nesta temporada, Gustavo também iria competir na modalidade em 2011. Ao lado de Ricardo Ribeiro, seu parceiro no ano passado ao guiar uma Maserati Trofeo pela GTBR4, a dupla competiria na GTBR3 com uma Lamborghini.
A proximidade de alguns pilotos com Sondermann e a familiaridade da maioria com as corridas no circuito paulista fez com que muitos deles passassem a ter maior atenção com o trecho, palco de alguns graves acidentes nos últimos anos por diversas categorias do automobilismo. Em três ocasiões, competidores acabaram perdendo a vida após batidas violentas na Curva do Café (além de Gustavo Sondermann, o motociclista João Lisboa, em fevereiro deste ano, e o piloto de Stock Light Rafael Sperafico, em dezembro de 2007).
"Foi uma fatalidade, já que os pilotos de qualquer categoria estão expostos ao perigo. Porém, os problemas para um Fórmula 1 são menos graves do que para um prótipo ou um carro de turismo. A curva é rápida e tem um grande ponto cego e por isso, deve ser revista por quem administra a pista", disse Pedro Queirolo, piloto da GTBR3 que fará uma homenagem ao colega morto, ao carregar a inscrição "Valeu Sondermann" no capo de seu Corvette.
Para Renan Guerra, que guiará uma Lamborghini nesta temporada, uma das dificuldades para os pilotos da Itaipava GT neste final de semana serão as primeiras voltas pela Curva do Café. "Foi muito triste para nós, mas a gente que vive no automobilismo tem que saber dos perigos que corremos. Todos vão lembrar do Gustavo quando passarem lá (no trecho do acidente) nas primeiras voltas, mas temos que ver que é bola para a frente, a vida continua", opina.
Aumento da área de escape é a solução mais apontada
Com a fatalidade, alguns dos integrantes da Itaipava GT opinam sobre possíveis mudanças para trazer maior segurança aos competidores e ao público nas corridas realizadas em Interlagos. E a solução mais apontada foi o aumento da área de escape, ao se quebrar parte da área de arquibancadas próximas à curva que dá acesso a reta dos boxes. "A bandeira amarela (que não permitiria ultrapassagens no trecho) é mais do que bem-vinda, mas não resolve o problema. Sou contra a chicane, que deixaria a pista mais lenta. O melhor parece mesmo ser o aumento da área de escape, reduzindo a arquibancada", analisou Queirolo.
Campeão da GTBR3 em 2009, Rafael Derani discorda quanto a utilidade da bandeira amarela, mas concorda com a eficácia de uma reformulada área de escape. Porém, ele evita culpar apenas o traçado da pista. "Bandeira amarela é besteira, porque ali não é ponto de ultrapassagem. É depois, lá na frente. O ideal mesmo parece ser ampliar a área de escape. Mas o problema não é só lá, existem outras pistas no Brasil com problemas mais graves. Interlagos é melhor e mais segura do que 90% dos autódromos brasileiros. O problema é que só se espera acontecer uma tragédia para se tomar uma atitude", observa.
Amigo pessoal de Sondermann, Léo Burti (irmão do ex-piloto de Fórmula 1 e atual comentarista de automobilismo da Rede Globo, Luciano Burti) vai além da reformulação do local e dá outras possíveis soluções de segurança para Interlagos.
"Tem que se afastar aquele muro da Curva do Café, porque ali é ponto cego e os pilotos não conseguem ver o que acontece ali durante a corrida e nem os bandeirinhas que ficam sinalizando, por que eles ficam fora da pista. Poderiam até colocar algum tipo de sinalização eletrônica para os pilotos. Mas o acidente não tem um único culpado, são vários fatores", explica Burti, que entende que medidas devem ser tomadas diante de toda a mobilização da opinião pública acerca do episódio que culminou com a morte de Gustavo Sondermann. "Qualquer coisa ajuda neste momento, mas acabará sendo uma medida paliativa, já que a imagem do acidente ainda está muito fresca na memória de todos", afirma o piloto, que guiará uma Ginetta na temporada 2011 da Itaipava GT.
Fonte: terra.com.br
Disponível no(a):http://esportes.terra.com.br
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