28 de mar. de 2011

Primeiras impressões: Volkswagen Jetta

Bora sai de linha e Jetta ganha duas configurações distintas.Acabamento interno é destaque, mas posição de dirigir poderia ser melhor.

Priscila Dal Poggetto Do G1, em Mogi das Cruzes (SP)
Volkswagen Jetta é reposicionado para substituir o Bora e não perder espaço em segmento superior (Foto: Divulgação)
Volkswagen Jetta é reposicionado para substituir o
Bora e não perder espaço em segmento superior
(Foto: Divulgação)
A jogada da Volkswagen para melhorar as vendas da marca no segmento de sedãs médios começa com um modelo a menos no portfólio: o Bora sai de linha para entrar duas versões do novo Jetta, uma delas com dois tipos de configuração. A ideia é fazer com que a opção Comfortline – com câmbio mecânico ou automático  conquiste os consumidores das versões de entrada e intermediária dos líderes do segmento Toyota Corolla e Honda Civic. Já a opção Highline do Jetta foca as versões topo de linha de tais concorrentes. A estratégia justifica o reposicionamento de preços do carro, que, agora, atinge duas faixas de público distintas – até então, era somente a mais endinheirada. A versão de entrada sai por R$ 65.755, já a Comfortline com transmissão automática, por R$ 69.990, e a topo de linha Highline (somente oferecida com câmbio automático) tem preço sugerido em R$ 89.520. A meta da Volkswagen é vender 2 mil unidades por mês do modelo.
Para ter diferencial, a fabricante alemã apostou no novo design externo do carro, criado com a ajuda dos designers brasileiros (e irmãos) José e Marco Pavone. As novas linhas adotam o estilo global da marca Volkswagen, com traços horizontais, grade do radiador em preto brilhante com grupo óptico trapezoidal e capô em forma de “V”.
Tabela de concorrentes Volkswagen Jetta (Foto: Editoria de Arte/G1)
De acordo com José Pavone, a transição nesta área dos “ombros” do carro foi tirada integralmente do carro conceito NCC (New Compact Coupé). Já o desenho dos retrovisores externos, com lanternas direcionais integradas, baseia-se no Passat CC. Na parte traseira, as lanternas são divididas em duas seções, estendendo-se nas laterais desde os para-lamas até a parte posterior do carro.
Acabamento interno é o destaque
O G1 conferiu as duas versões do carro em um trajeto de 150 quilômetros que passou pela Rodovia Mogi-Bertioga. O grande destaque do modelo é o acabamento interno, em nível acima dos concorrentes, herança da versão vendida no mercado europeu. Nota-se o cuidado com o uso de materiais. Apesar de o console ser de plástico, ele é emborrachado e muito superior ao usado no Corolla 2012, por exemplo. As cores utilizadas são sóbrias, o que garante ar mais luxuoso ao sedã médio.
Além disso, os instrumentos são bem distribuídos no painel. Como o novo Jetta "cresceu" — a distância entreeixos agora mede 2,65 m —, o espaço para motorista e passageiros é visivelmente maior, o que aumenta a sensação de amplitude e garante folga para as pernas.
Volkswagen Jetta tem acabamento interno que condiz com o preço do carro (Foto: Divulgação)
Volkswagen Jetta tem acabamento interno que condiz com o preço do carro (Foto: Divulgação) Motores têm bom desempenho
Ao acelerar o motor 2.0  flex que desenvolve 120 cavalos de potência máxima e 18,4 kgfm de torque, observa-se bom desempenho na subida da serra. O carro sobe sem esforço com a terceira marcha engatada. As retomadas também são satisfatórias. Mais potente, o propulsor turbo da versão topo de linha 2.0 TSI  (a gasolina) com 200 cavalos de potência máxima e torque de 28,5 kgfm proporciona uma pegada mais esportiva ao carro. Nesta configuração, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos. Já a opção de 120 cv faz a mesma aceleração em 11 segundos.
Apesar dos bons motores, o que chama a atenção é a nova transmissão automática de seis marchas à frente. Elas respondem rapidamente a leves pressionadas no acelerador e ainda trazem mais economia ao carro. De acordo com medições feitas pelas Volkswagen dentro dos padrões exigidos pelo Inmetro, em ciclo urbano o modelo faz 9,8 km/l (gasolina) e 6,7 km/l (etanol) na versão Comfortline mecânica. Já na opção com câmbio automático o consumo é de 14,9 km/l (gasolina) e 10,4 km/l (etanol). Na versão topo de linha o carro faz a média de 11,5 km/l.
No conjunto mecânico, as suspensões independentes trazem estabilidade satisfatória nas curvas, porém ao passar por buracos e desníveis os trancos são secos e bem sentidos por quem está no carro. Na verdade, a característica é a consequência da relação entre uma suspensão mais esportiva e as irregulares vias brasileiras.
Volkswagen Jetta (Foto: Divulgação)
Volkswagen Jetta ganha o novo estilo global da marca (Foto: Divulgação) Posição de dirigir é ponto fraco
O novo Jetta é um sedã bem acertado, mas a posição de dirigir poderia ser mais confortável. O formato dos espelhos retrovisores externos dificulta achar um ponto com boa visibilidade e noção das dimensões do veículo. A visibilidade frontal também não é das melhores. A posição ao dirigir cansa um pouco quando a viagem é longa. Embora demore para o motorista encontrar a postura mais confortável para dirigir o novo Jetta, o carro ganha destaque na disputa pelos sedãs e, sem duvida, é uma resposta mundial da Volkswagen aos seus concorrentes japoneses, especialmente a Toyota — o grupo alemão pretende ultrapassar as vendas da japonesa em 2018 e liderar o mercado global de veículos.
Para o consumidor, a vantagem da disputa é um novo padrão para os sedãs médios, o que, consequentemente, forçará as concorrentes a disponibilizar no mercado brasileiro novas tecnologias e padrões de acabamento (ou melhor, retomar padrões antigos). Agora, resta esperar o lançamento de mais um concorrente, o Chevrolet Cruze, para se consolidar a nova configuração do mercado de sedãs médios no Brasil.

Fonte: G1
Disponível no(a):http://g1.globo.com/carros

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