3 de fev. de 2011

Teste: Sandero GT Line reforça jovialidade

Teste: Sandero GT Line reforça jovialidade



 Dentro de toda a gama da Renault, pode-se dizer que o Sandero é o modelo com desenho mais simpático. Muito por isso, tende a ser o que mais se aproxima do gosto do público jovem. E foi de olho nesses possíveis clientes que a marca francesa resolveu fazer a edição GT Line, com visual mais esportivo do compacto. Além do apelo estético, indispensável entre os carros com este tipo de aspiração, esta série limitada do Sandero chega com o motor 1.6 16V Hi-Flex, antes reservado apenas para a derivação "aventureira" e top Stepway. A GT Line chega também para marcar o ótimo ano do Sandero. Em 2010, foram vendidas 68.832 unidades do hatch "altinho", que se colocou à frente de concorrentes de marcas mais tradicionais, como o Chevrolet Agile.
      Além do propulsor, o GT Line chega para segmentar, mesmo que momentaneamente, a faixa topo de linha com o Stepway. A ideia da Renault é que os aspirantes a um Sandero bem equipado possam escolher entre um com acabamento esportivo e outro com ares jipeiros. No preço, a vantagem vai para o GT Line. Por R$ 42.590 é possível comprar o hatch "nervoso" já com ar-condicionado, direção hidráulica, airbag duplo e rádio integrado –­ o único opcional são os freios ABS, por R$ 1 mil –­, contra R$ 45.690 cobrados pelo Stepway sem tantos equipamentos. Além do preço, a Renault aposta na garantia de três anos, já oferecida para outros modelos da marca, para uma boa recepção do mercado.
 
No visual elaborado pela equipe do Renault Design América Latina, o Sandero GT Line também se destaca, principalmente pelos apliques em preto. Na dianteira, elementos como lentes dos faróis e lanternas e moldura das luzes de neblina pintadas na cor ajudam a dar um aspecto mais "exibido" ao hatch. Já na lateral, são as rodas de liga leve de 15 polegadas com design exclusivo e também pintadas de preto que chamam a atenção.

      Na parte posterior, o destaque fica para o aerofólio e para a ponteira do escapamento cromada que completam o desenho esportivo do GT Line. Do lado de dentro, esta versão se diferencia pelos apliques pretos brilhantes no painel e nas portas, costuras vermelhas aparentes no revestimento da alavanca de câmbio e no volante, novas padronagens no tecido dos bancos, além de um novo grafismo no quadro de instrumentos. O motor 1.6 16V, que já equipa outros modelos da Renault no país, como Symbol e Mégane Grand Tour, rende 107/112 cv de potência a 5.750 rpm e 15,1/15,5 kgfm de torque a 3.750 giros. A marca afirma que 90% dessa força aparece já a 2 mil rpm. Um pequeno alento para quem busca um comportamento pelo menos próximo das pretensões estéticas do GT Line.




Ponto a ponto


Desempenho – ­ O motor 1.6 16V Hi-Flex deixa o compacto Sandero com comportamento bem ágil. Apesar de estar longe de ser um esportivo e não fazer jus ao que o visual possa remeter, o GT Line responde bem no trânsito da cidade. Acima de 2 mil rpm já existe boa força disponível, tornando as acelerações e retomadas bastante satisfatórias. O único porém é que o câmbio poderia ter as primeiras relações mais curtas, para melhorar as arrancadas. Nota 7.


Estabilidade –
­ Apesar de não ter diferenças no acerto da suspensão do GT Line para o resto da linha Sandero, a estabilidade é um ponto forte do modelo. Em curvas, o carro é estável e sua carroceria quase não faz menção de rolar. Nas retas, a comunicação entre rodas e volante se mostra precisa mesmo em velocidades elevadas, por volta de 120 km/h. Nota 7.


Interatividade –
­ Mesmo como uma série completa, o Sandero GT Line peca em alguns aspectos. É o caso da posição dos botões dos vidros dianteiros, instalados no console central. Também faltam alguns itens de conforto interessantes, como retrovisores e vidros traseiros elétricos. Já o câmbio, apesar de ter a alavanca muito comprida e cursos longos, tem engates precisos. O rádio conta com controles na coluna de direção, que permitem mexer no sistema sem tirar a mão do volante. Nota 6.


Consumo –
­ O Renault Sandero GT Line conseguiu a boa média de 8,5 km/l com etanol, em um percurso 2/3 na cidade e 1/3 em estrada. Nota 8.


Conforto –
­ Com 2,59 metros de distância entre-eixos, o espaço interno parece até de um médio, com amplo espaço para as pernas, ombros e cabeça. Os bancos também recebem os ocupantes com conforto. A suspensão é bem acertada para superar a buraqueira das cidades grandes sem maiores problemas. Já o isolamento acústico deixa a desejar. Quando se chega próximo da marca das 3 mil rpm, o som do motor invade a cabine deixando uma simples conversa no interior algo quase impossível. Nota 7.


Tecnologia –
­ O Sandero GT Line é um modelo bem equipado de fábrica e já vem com itens como airbag duplo e ar de série. A plataforma é relativamente nova, oriunda do Logan, que data de 2004. A crítica vai para o rádio/CD/MP3, que é de fábrica, tem poucas funções e é abafado e sem potência. Nota 7.


Habitabilidade –
­ As portas grandes facilitam o acesso ao carro. O número de porta-objetos é razoável e o porta-malas carrega 320 litros ­ menos que os 327 l do Chevrolet Agile e mais que os 260 l do Volkswagen Fox, os rivais do Sandero no segmento de hatches altinhos. Nota 7.


Acabamento –
­ Apesar de o interior do Sandero ser recheado de plásticos rígidos, existe qualidade em seu encaixe. Não há rebarbas aparentes e é clara um certo cuidado na sua montagem. As costuras vermelhas no revestimento da alavanca de câmbio e no volante e o acabamento em preto ajudam a passar uma boa impressão. Nota 7.


Design –
­ Para o Sandero com acabamento esportivo, a Renault não inovou muito. Foi para o tradicional conjunto com faróis com máscara negra, aerofólio e rodas exclusivas. Muito por isso, o design não chega a ganhar prêmios, mas pode agradar ao público jovem. Nota 7.


Custo/Benefício –
­ Mesmo sem concorrentes diretos com aspiração esportiva, o Sandero GT Line compensa no bolso. Principalmente pelo bom pacote de equipamentos de série, como ar, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricos, rádio/CD/MP3 e airbag duplo. Os R$ 42.590 o deixam mais equipado e mais barato que o Sandero Stepway. Nota 7.


Total –
­ O Renault Sandero GT Line 1.6 16V somou 70 pontos em 100 possíveis.



Impressões ao dirigir

Corpo e alma

      Como a grande maioria dos modelos com acabamento esportivo que entraram no mercado brasileiro nos últimos tempos, o Sandero GT Line aposta no visual de "carro de playboy". Com pintura chamativa, rodas e aerofólio pretos e adesivos espalhados pela carroceria, a série limitada consegue desviar olhares curiosos em sua direção. Por dentro, a escolha foi para um desenho mais discreto, apenas com detalhes em preto no painel e novo grafismo no painel de instrumento. O detalhe discrepante é o cinto de segurança em vermelho berrante.

      Já quando se coloca o Renault para ser pilotado o comportamento é bastante satisfatório. O motor 1.6 16V Hi Flex responde bem às ações do motorista que já consegue ter boa resposta a partir dos dois mil giros. Muito por isso, a aceleração é feita na faixa dos 11 segundos. Tempo que poderia ser até mais baixo se a marca francesa tivesse optado por reduzir as relações das primeiras marchas. O câmbio tem engates precisos, mas a alavanca e o curso poderiam ser mais curtos.

      A suspensão também cumpre um bom papel e não deixa o GT Line ficar muito solto nas curvas, além de não sacrificar o conforto na hora de superar um buraco. Além do bom desempenho, o motor surpreendeu positivamente na hora de abastecer. O modelo avaliado anotou a média de 8,5 km/l com etanol em um circuito 2/3 urbano e 1/3 rodoviário.
















Fonte: motordream
Disponível em:http://motordream.uol.com.br

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