19 de fev. de 2011

No Edge, seu pedido é atendido

Por Carina Mazarotto // Fotos de Fabio Aro
 Fabio Aro
Visual do Edge ficou mais invocado com novos faróis e grade. Rodas de aro 20 são de série na versão Limited
O pessoal da engenharia elétrica da Ford anda feliz da vida. Culpa do Edge 2011, que tem central eletrônica que não acaba mais. Ao todo, são 22 módulos para gerenciar toda a “tecneira”: motor, transmissão e 16 novos itens de entretenimento e segurança (na versão Limited), além dos equipamentos herdados do modelo 2008. Outra novidade é a versão de entrada SEL, por R$ 122.100. Aqui você conhece a Limited (R$ 142.610), que traz tanta tecnologia que, ao retirarmos o carro para teste, um sinal no painel alertava: “Transport Mode” (modo de transporte).
Pau na máquina? Nada disso. “É por segurança”, explicou um engenheiro da Ford, no dia seguinte, enquanto desativava a função. Como é produzido em Oakville, no Canadá, o Edge recebe essa programação antes de partir para os 60 países onde é vendido. É uma medida para evitar o uso desnecessário de alguns sistemas eletrônicos durante o transporte nos navios e, assim, economizar a bateria. Mas você não precisa se preocupar com isso. A função é desativada na concessionária – só aconteceu com a gente porque pegamos o veículo antes mesmo de ele chegar às lojas.


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O exemplo mostra como o Edge atende bem aos seus comandos. A começar pela recepção: você escolhe se quer destravá-lo pela chave, pela maçaneta (com a chave no bolso, basta tocar um sensor discreto em alto-relevo) ou pelas teclas na porta. Ah, também dá para resfriar (ou aquecer) a cabine antes de entrar. É só dar a partida de longe, pela chave. Lá dentro, a partida é por botão.

Sob o capô, o Edge 2011 traz o mesmo motor 3.5 V6, só que aprimorado. Além de novos componentes, recebeu duplo comando de válvulas variável e independente, que melhora o fluxo de ar e a eficiência da mistura, gerando maior potência e torque em baixas rotações. O resultado são 20 cv a mais que o modelo anterior (289 cv). Em nossos testes, o tempo de 0 a 100 km/h baixou de 9,2 s para 8,8 s. Mas o jipão acabou dando susto na pista: na quarta tomada da prova de aceleração, a 180 km/h no final da reta, os freios superaqueceram e perderam eficiência. Os números comprovaram que a frenagem piorou. A 100 km/h, passou de 42,1 m para 44,4 m.

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A reestilização deixou o Edge mais imponente com a nova grade frontal, farois alongados e as belas rodas aro 20. O quadro de instrumentos traz velocímetro analógico central e duas telas de LCD configuráveis. Por botões no volante você controla as funções de maneira intuitiva. A mão esquerda acessa os comandos da tela à esquerda (computador de bordo, conta-giros, autonomia etc.) e a mão direita, sim, os da direita (som, ligações, bússola e ar-condicionado). Óbvio? Nem todos os carros de luxo são assim. No quesito “usabilidade”, termo dos engenheiros para medir a facilidade de uso, o Edge vai muito bem.

 Fabio Aro
Quadro de instrumentos (versão Limited) tem duas telas de LCD configuráveis. Comando no volante são intuitivos
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Quer configurar o sensor de estacionamento? O zoom da câmera de ré? A chave reserva? A visualização do painel? Fácil. E mudar as cores da iluminação interna? Também. Pela nova tela de oito polegadas (na versão SEL a tela é de 6,2’’), dá para ficar tudo azul, vermelho, verde ou roxo. A iluminação dos instrumentos não muda, apenas as luzes sob os bancos, nos puxadores de portas, porta-objetos e contorno dos porta-copos no console central.

Tomo a liberdade de abusar de mais uma palavra da engenharia: inteligibilidade. Sabe quando você está em alta velocidade e consegue conversar sem alterar o tom de voz? É isso. A 120 km/h, em sexta marcha, o conta-giros aponta 2.000 rpm e o ambiente permanece silencioso. Resultado da aplicação de materiais de isolamento acústico na capa do motor, caixas de rodas, painel, para-brisa e vidros laterais. Isso sem contar o talento do Edge para a estrada. A suspensão trabalha tão suave que às vezes você esquece que está em um veículo desse porte. Aí vem uma curva e você lembra, já que a rolagem da carroceria é acentuada. Mas o controle de estabilidade dá uma força. O sistema de monitoramento de pontos cegos traz sinais de luz nos retrovisores laterais, que acendem logo que um obstáculo é detectado.

Os bancos são de couro (dianteiros com regulagem elétrica), assim como o porta-objetos entre os bancos. Dentro dele há espaço para diversos apetrechos tecnológicos: pen drive, iPod, iPad, iPhone. O compartimento traz entradas áudio e vídeo, SD Card, além de duas portas USB e tomada 12 volts. É ali que você encaixa a chave reserva (MyKey) e faz sua programação pelo quadro de instrumentos. É possível limitar a velocidade em até 120 km/h e o volume do som; assim você evita que manobristas abusados saiam por aí desfrutando de toda a potência dos 12 alto-falantes.

Os sistemas My Ford Touch (todos os comandos sensíveis ao toque) e Sync (entretenimento da Sony) no console central dão ao ambiente uma aparência de... “nave!”, comentou meu cunhado. O Edge está mesmo todo hi-tech. E por isso o acabamento imitando madeira, em partes do painel, destoa do ambiente. Com tanta tecnologia também é impossível não sentir falta do GPS. “Seria necessário adaptar todos os sistemas para o português, mas está em nossos planos”, justifica Lucíola Almeida, gerente de marketing. Todos os comandos do Edge, incluindo os de voz, estão em inglês, espanhol e francês.

 Fabio Aro
Sete cores de iluminação interna estão disponíveis pela tela. Há entrada auxiliar, USB, cartão SD e tomada 12V


Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com

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