4 de abr. de 2012

Teste: Mercedes SLK 250 é a seleção tributária da espécie



Teste: Mercedes SLK 250 é a seleção tributária da espécie
IPI majorado faz a Mercedes-Benz reposicionar a linha SLK e passar a trazer a nova versão 250

Não foram só os segmentos de médios e compactos os afetados com a mudança do IPI para importados. Os setores mais exclusivos do mercado nacional também sentiram o golpe. Obviamente, a diferença aqui é outra. Em carros de R$ 40 mil, R$ 50 mil, um aumento de 10% é altamente significativo para o comprador. Em veículos de mais de R$ 200 mil, uma alta de R$ 20 mil ou R$ 30 mil não é suficiente para espantar a freguesia. No entanto, isso não significa que as marcas premium não tenham de refazer algumas contas e repensar suas tabelas de preço. A Mercedes-Benz, por exemplo, resolveu agora reformular uma de suas linhas mais exclusivas, a do roadster SLK. Saem as antigas versões 200 e 350 para a entrada de uma nova, com preço e desempenho intermediário: a SLK 250. Mas esse não será o único SLK no Brasil por muito tempo. A versão “top” 55 AMG, de 421 cv, chega no segundo semestre.
O novato alemão será comercializado por R$ 249.900 e concorrerá com roadsters compatriotas como Audi TT e BMW Z4 As versões da Mercedes descontinuadas por aqui tinham preços de R$ 202.900 e R$ 252.900, respectivamente – sem o acréscimo de 30 pontos percentuais. Ou seja, a 250 eleva o patamar inicial da SLK, mas não a coloca absolutamente fora de mercado, apesar de deixá-la evidentemente mais restrita.


A marca justifica esse aumento do valor em relação à antiga versão de entrada apenas com as mudanças no motor – além da óbvia razão tributária. Sob o longo capô continua o mesmo motor 1.8 turbo com injeção direta de gasolina, mas com uma calibração diferente. Assim, os números de potência e torque sobem para 204 cv a 5.500 rpm e 31,5 kgfm entre 2 mil e 4.300 giros. 

São exatamente 20 cv e 4 kgfm a mais que a SLK 200, o que significa um aumento de desempenho bem tímido. O zero a 100 km/h da 250 é feito em 6,6 segundos, apenas 0,4 segundos mais rápido que a anterior. A velocidade máxima é 6 km/h maior: 243 km/h. A transmissão é a mesma automática de sete velocidades com opção de trocas manuais e modos econômico e esportivo, com tração traseira.


Entre os equipamentos, a SLK 250 mantém uma lista recheada. Para a segurança, o roadster oferece seis airbags – frontais, laterais e de joelhos –, ABS, EBS e BAS, sistema detector de fadiga, controle de estabilidade e de tração e apoios de cabeça ativos. Para o conforto dos dois ocupantes, existem bancos com aquecimento, ar-condicionado automátco, sistema de entretenimento completo e ajustes elétricos dos bancos e da coluna de direção. Para diminuir a turbulência causada pelo ar quando a capota está fechada, existem alguns apêndices que rebatem o vento e permitem um melhor isolamento da cabine.

Em suma, as adições são poucas em relação às versões antigas. Entretanto, para o bem da própria Mercedes, o principal atributo do SLK não está em nenhum equipamento. Ativar a capota rígida retrátil com acionamento elétrico ou desfilar pelas ruas com o sol e o vento batendo no rosto são prazeres difíceis de traduzir em cifras. Daqueles pelos quais as pessoas abonadas não vêem problemas em desembolsar muito dinheiro para ter. Sorte da Mercedes. A expectativa é vender 400 SLK até o final do ano – cerca de 45 por mês.



Primeiras impressões

Para assoviar ou para rugir

São Bernardo do Campo/SP - O SLK é um daqueles carros que se comportam como se fossem dois – mas custam como se fossem vários. Pelo menos, o roadster da Mercedes consegue ser igualmente eficiente em ambas as funções às quais se propõe. Com a capota abaixada, é um charmosíssimo carro de passeio – no sentido literal da expressão. Ou seja, um veículo capaz de proporcionar viagens agradáveis, para ver paisagens e principalmente para ser visto. Pessoas temerosas de atrair a inveja alheia devem evitar esse tipo de carro. O estilo moderno e elegante do descapotável faz dele um daqueles automóveis nos quais qualquer motorista se torna instantaneamente bonito e atraente. Quando manejado de forma dócil, é confortável como uma sala de estar sobre rodas. Os bancos envolvem bem o motorista e o mantém na posição correta, além dos ajustes elétricos ajudarem a achar um jeito confortável de sentar. E o elevado padrão de acabamento e sonorização também colaboram para tornar o habitáculo bastante aconchegante. 

Já com a capota fechada, o SLK transforma-se em um cupê ferocíssimo, para quem gosta de extrair o máximo de performance de um veículo. Quando o motorista decide tratar o carro como um bólido de corrida, o motor rosna enfurecidamente e o Mercedes acelera de forma arrebatadora. A suspensão é bem equilibrada e permite curvas deliciosas em altas velocidades. O que, aliado às frenagens de precisão quase cirúrgica, dá ao motorista com um inevitável – e perigoso – sentimento: a soberba. As retomadas e acelerações são tão vigorosas que reforçam a sensação de que não há ultrapassagem perigosa para ele. Uma sensação certamente temerária. 


Um detalhe, aparentemente insignificante, destoa do harmônico conjunto do SLK 250 – e de vários modelos da Mercedes-Benz. Trata-se de haste do limitador de velocidade, que está posicionada exatamente sobre a haste de acionamento das setas, do lado esquerdo do volante. Ocorre com irritante frequência que o motorista, ao tentar acionar a seta, acabe acionando sem querer o limitador de velocidade. E tal confusão pode causar acidentes. 

Numa mudança de faixa brusca – causada por um animal que surja na pista, por exemplo –, se o motorista afobadamente acionar a haste de cima em vez da de baixo, deixa de acionar a seta – e de avisar os outros carros da manobra brusca, o que pode ocasionar uma batida. Além disso, ao ligar equivocadamente o limitador de velocidade, torna o carro mais lento e demora a conseguir retomar a própria faixa, o que também pode favorecer colisões. A boa notícia é que fontes na própria Mercedes-Benz dão conta de que há estudos para que a haste do limitador de velocidade dos modelos da marca seja reposicionada.


Ficha técnica

Mercedes-Benz SLK 250 CGI


Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.796 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo variável de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com sete marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima:  204 cv a 5.500 rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 6,6 segundos.
Velocidade máxima: 243 km/h.
Torque máximo: 31,5 kgfm entre 2 mil e 4.300 rpm
Diâmetro e curso:  82 mm X 85 mm. Taxa de compressão: 9,3:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo Multilink, com molas helicoidais e amortecedores de dupla ação. Traseira independente do tipo Multilink com molas helicoidais e amortecedores a gás. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 205/55 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS.
Carroceria: Roadster em monobloco com duas portas e dois lugares. Com 4,13 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,30 m de altura e 2,43 m de distância entre-eixos. Tem airbags frontais, laterais e de cabeça.
Peso: 1.470 kg.
Capacidade do porta-malas: 335 litros e 225 litros com a capota abaixada.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Bremem, Alemanha.
Lançamento da atual geração: Março, 2011.
Lançamento no Brasil: Setembro, 2011. Lançamento da nova versão: 2012.
Itens de série: Acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, bancos com ajustes elétricos, apoios de cabeça com sistema anti-ricochete, ar-condicionado automático, ABS, EBD, BAS, sistema detector de fadiga, bancos com aquecimento, rádio/CD/MP3/Bluetooth, coluna de direção ajustável eletricamente, cruise control, luzes em led, controle de establidade e de tração, trio elétrico, airbags frontais, laterais e de cabeça.
Preço: R$ 249.900.




Fonte: Motor Dream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br/
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Postado por: Ícaro Nunes

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