Demanda enfraquecida causa prejuízos à fabricante italiana, que produz muito mais do que pode vender.
O CEO da Fiat, Sergio Marchionne pediu
ajuda da União Europeia para combater o excesso da capacidade produtiva
no continente. Marchionne tenta apoio político e financeiro para colocar
em prática o fechamento de algumas fábricas de automóveis, além de
cortes de empregados, principalmente nos maiores produtores da região,
como Alemanha, Reino Unido, França e Espanha. O bloco, no entanto,
resiste aos apelos do executivo italiano, por considerar controversa a
questão da sobreprodução.
Nesta terça-feira, durante uma reunião
da Comissão Europeia da Indústria, em Bruxelas, o presidente da Fiat
teve, mais uma vez, seu pedido enfraquecido. Durante o encontro, foram
apresentados planos para reativar as indústrias paradas. Em vez de
abordar o excesso de capacidade, a proposta é aumentar o apoio para
pesquisas de "carros verdes".
Marchionne viu ainda empresas como as
alemãs Volkswagen, BMW e Daimler - que detém marcas como a Mercedes-Benz
e AMG - recusarem a formação de uma frente unida com a Fiat. As
fabricantes germânicas também estão em queda no Velho Continente, mas
não enfrentam os mesmos problemas da italiana. Suas unidades na Europa
usam mais de 90% do que é produzido, para atender à demanda vinda de
mercados como o da China e o dos Estados Unidos.
Embora a UE resista em comprar a briga
da Fiat, a tendência é que o número de carros em excesso dobre em 2012,
chegando a cerca de 2 milhões de unidades. Os emplacamentos na Europa
caem pelo quarto ano consecutivo, de acordo com dados da IHS Automotive,
empresa que analisa o mercado do continente. Na contramão do trio
alemão, as francesas PSA Prugeot-Citroën e Renault estimam que o
prejuízo com o excedente de produção pode chegar a cerca de 7,4 milhões
de euros (R$ 18,8 milhões) até o final do ano. A Fiat foi a primeira
montadora europeia a fechar uma fábrica em seu próprio país desde a
crise financeira de 2008. A unidade afetada foi a da Sicília, desativada
em dezembro do ano passado. Na França, os postos de Aulnay e Rennes, da
PSA, estão ameaçados.
No Brasil, a Mercedez-Benz anunciou
recentemente a suspensão do contrato de trabalho de 1.500 funcionários
em sua fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O motivo é o
mesmo: muitas unidades no pátio e poucos emplacamentos.
Fonte:
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
Comente está postagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário