E a temporada mais equilibrada e disputada da história da Fórmula 1 chega ao seu sétimo capítulo sem um favorito destacado. Já são seis vencedores diferentes em seis corridas, um recorde: Jenson Button (Austrália), Fernando Alonso (Malásia), Nico Rosberg (China), Sebastian Vettel (Bahrein), Pastor Maldonado (Espanha) e Mark Webber (Mônaco). Desta vez, o palco é o Circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, sede do GP do Canadá. A pista recebe a categoria desde 1978 e sempre é palco de belas e imprevisíveis provas. E a Pirelli, fornecedora de pneus da categoria, colaborou: trouxe os pneus macios e supermacios para o fim de semana.

Se analisarmos as características do circuito, montado em um parque na Ilha de Notre Dame, a Mercedes sai na frente com seu DRS duplo (o duto aerodinâmico que sai da asa traseira e termina na dianteira, melhorando a velocidade em reta). A pista tem trechos que lembram autódromos permanentes, mas também outros que emulam um circuito de rua, com o muro muito próximo. Qualquer erro pode ser decisivo para as chances no fim de semana. Mas o carro da equipe alemã gosta mesmo das longas retas e Montreal tem uma das maiores da temporada, a Droit du Casino. Nico Rosberg e Michael Schumacher têm tudo para se dar bem na classificação.
Apesar da melhora do F2012 nas últimas provas, a Ferrari deve sofrer em Montreal, principalmente nas retas. A maior deficiência do carro ainda é a velocidade final, muito aquém das alcançadas pelos adversários. Entretanto, o uso dos compostos supermacios e macios faz muito bem ao desempenho do modelo. E prevejo mais uma boa corrida para Felipe Massa, que andou muito bem em Mônaco com os mesmos tipos de pneus. Na liderança do campeonato, Fernando Alonso terá de ser agressivo mais uma vez, principalmente na escolha da estratégia. A equipe italiana também vai testar uma nova solução para o escapamento nos treinos livres, similar à usada no início do ano, tentando direcionar o fluxo de ar quente para o difusor. Vamos ver se vai dar certo.

Quem está mesmo com a corda no pescoço é a McLaren. Tida como favorita no início do ano, a equipe venceu na Austrália, abertura do campeonato, com Jenson Button. Só que, depois disso, o desempenho só decaiu. O campeão de 2009 ainda não se reencontrou e têm feito treinos pífios e corridas igualmente ruins. Já Lewis Hamilton está em um ano burocrático: se ainda não fez besteira, como em outros anos, também não brilhou. É verdade que o carro não ajuda. Todo o equilíbrio demonstrado em Melbourne parece ter se perdido. Coincidência ou não, a situação piorou depois da estreia do bico mais alto na Espanha. Montreal é uma decisão para a McLaren. A equipe precisa voltar a andar na frente, ainda mais em um campeonato tão parelho.
A RBR, única equipe a vencer duas corridas em 2012, sofreu um enorme revés na semana seguinte ao GP de Mônaco. A equipe teve seu assoalho com dois orifícios em frente às rodas traseiras proibido pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Mesmo tendo de mudar a configuração do carro às pressas (apesar de seus engenheiros negarem a correria), a equipe não pode ser afastada da luta pela vitória. Sebastian Vettel e Mark Webber estão empatados na vice-liderança do Mundial, três pontos apenas atrás do líder Alonso. E não dá para duvidar das soluções de Adrian Newey, o mago da aerodinâmica.

Quanto às outras equipes, Williams e Sauber foram elogiadas nesta semana justamente por ele, Adrian Newey. Segundo o projetista da RBR, as duas equipes médias apresentaram as melhores soluções aerodinâmicas para a temporada. Bom sinal para Bruno Senna, que precisa melhorar seu desempenho nos treinos para conseguir enfrentar Pastor Maldonado em melhores condições. E ainda tem a Lotus, que vive um momento complicado. Considerada favorita para o GP de Mônaco, a equipe inglesa ficou longe da briga pela vitória. E Kimi Raikkonen já começa a sofrer críticas dos engenheiros. Será que o ambiente vai azedar no time?
Fonte: voandobaixo
Disponível no(a):
http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/
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