30 de jan. de 2012

World Series Renault-Ramos lamenta falta de pódios em 2011: “Faltou experiência”

Temporada do brasileiro na World Series foi marcada por problemas de patrocínio


Cesar Ramos (Paolo Pellegrini)
Quando Cesar Ramos assinou com a equipe inglesa Fortec para correr a temporada 2011 da World Series by Renault, a ideia era obter bons resultados para conquistar o respeito dos adversários e lutar, no ano seguinte, pelo título. O plano deu relativamente certo – apesar de três abandonos, dois deles consecutivos – até a terceira etapa do campeonato, quando o gaúcho de Novo Hamburgo conquistou duas poles, uma em Alcañiz e outra em Monza.

Mas a partir da quinta rodada, em Nurburgring, o desempenho de Ramos caiu bastante e, enquanto o brasileiro lutava para pontuar esporadicamente, seu parceiro de equipe, o americano Alexander Rossi, conquistou uma vitória e três pódios.
“Faltou experiência para conseguir manter os resultados. A temporada foi boa até onde tive reais condições de brigar por algo. Esperava obter poles no primeiro ano, só que um pouco mais para o final e o resultado aconteceu no início. O que me deixou frustrado foi não repetir novas poles no fim do ano e terminar a temporada sem pódios”, explicou o piloto de 22 anos, em entrevista exclusiva ao Tazio Autosport, durante o Super Kart Brasil.
Campeão da F3 italiana em 2010 e da F-Renault europeia de inverno em 2007, Ramos luta, como quase todos os brasileiros que tentaram uma carreira em categorias de fórmula na Europa, com a falta de patrocinadores. E no caso do gaúcho, a queda de desempenho na temporada pode até ser atribuída parcialmente aos problemas com patrocínio.
“Poderia dizer que não teve nada a ver, porque eu estava tranquilo, mas [a falta de patrocínio] pesa um pouco”, afirmou Ramos, quando perguntado se os problemas financeiros prejudicaram sua moral na equipe.
“Você chegava na quinta-feira, todo mundo estava pronto, olhando os negócios, e você sentia um clima tenso na equipe, do tipo: ‘E aí, cadê o dinheiro?’. Todo mundo quer estar fechado e tranquilo para trabalhar durante o ano, e a partir de Silverstone [sétima rodada do campeonato], não sabia nem se eu iria andar no fim de semana [pela falta de patrocínio]”, acrescentou.
A queda de Ramos coincidiu com a ascensão de Alexander Rossi, dois anos mais novo que o gaúcho. O americano venceu uma das baterias em Paul Ricard e conquistou um segundo lugar em Budapeste e um terceiro em Silverstone, enquanto o brasileiro lutava para chegar entre os dez melhores colocados.
A experiência de Rossi em categorias mais competitivas pode ter sido crucial no momento de lutar por melhores posições na fase decisiva do campeonato, mas Ramos discorda da alegação. Para o gaúcho, o que valeu no final foi apenas o desempenho de ambos.
“Nossa experiência era mais ou menos a mesma. Até o início do ano, a relação não era tão boa. Tínhamos respeito, mas não rolava nenhuma brincadeira, porque nosso desempenho era muito parecido”, explicou Ramos.
“Na metade do ano em diante, ele realmente teve um ritmo melhor que o meu e estava sempre na frente. Nesse momento, nossa relação não tinha como ficar estranha, porque não tinha mais disputa entre a gente. Rossi é um piloto muito rápido, com cabeça boa também”, acrescentou.
Ramos espera também garantir uma vaga em 2012 na World Series, embora sua situação financeira continue ruim. Sem chances de renovar com a Fortec – que terá o colombiano Carlos Huertas e o holandês Robin Frijns como pilotos –, ele espera o início dos primeiros treinos da categoria para treinar por uma equipe com lineup indefinido e traçar um planejamento para este ano.
“É final de janeiro e [a situação] está ficando cada vez mais difícil. Como todo mundo está em uma situação parecida, espero treinar com equipes que não tenham ainda fechado [o lineup de pilotos]. É a nossa aposta porque, por enquanto, não teria nada”, admite o piloto, que coloca a italiana BVM-Target como uma opção para o ano que vem.
“Das equipes na World Series, tem a BVM, que é uma equipe com a qual tem uma boa relação. Corri três anos com eles na F3 e na F-Renault, e eles estão com um bom time na World Series. Mas preciso de dinheiro. Primeiramente, tenho que conseguir patrocínio, senão eu nem viajo [para a Europa]”, acrescentou o piloto gaúcho.

Fonte: tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br/
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