O Rolls-Royce 102EX elétrico é uma resposta à pergunta que nenhum comprador da marca fez. Devo comprar um carro ecológico? Absurdo! Consumo de combustível? Meio-ambiente? Recarga? Ora! Isso são preocupações dos pobres.
É exatamente por isso que a Rolls-Royce construiu este conceito elétrico. Estamos em uma época em que legisladores malvados e socialistas obrigam fabricantes de carros a se preocupar com a cor verde – e por incrível que pareça, não estão falando da cor do dinheiro.
Então o 102EX é um tanto diferente da tradicional sobriedade do carro de produção com pintura reluzente e um conjunto de faróis que viola as leis de trânsito. Para a Rolls-Royce isso é uma ferramenta educativa de três milhões de dólares que está rodando o mundo para mostrar aos clientes que em um futuro próximo eles poderão comprar um Rolls que funciona como qualquer outro, mas usa baterias e motores elétricos.
Para esse fim, o carro é praticamente um Rolls-Royce Phantom com 640 kg distribuídos em 96 baterias de óxido de lítio-níquel-manganês-cobalto instaladas sob o capô, onde deveria haver um V12 de 6,7 litros. E quando eu o testei nesta semana nas ruas de Nova Iorque, descobri que ele não apenas se parece, mas também roda como um Phanton queimador de dinossauros.
Em praticamente todos os aspectos o carro é como qualquer outro Rolls. Quando você afunda o pé neste Phantom elétrico, ele parece um Phantom comum. Claro, os oito segundos necessários para chegar do zero aos 100 km/h não são tão surpreendentes quanto os 5,7 segundos do V12, mas parecem suficientes para deixar a classe média emergente comendo poeira em seus carros prateados. Quem quer se aproximar desses pobres? Eca… eles são tão vulgares e… pobres.
E o cliente Rolls-Royce não se preocupa com a autonomia de pouco mais de 160 km das baterias empilhadas sob o capô como notas de 100 dólares. David Archibald, o presidente da Rolls-Royce MotorCars da América do Norte, me contou que a maioria dos clientes “tomam um ar antes que o carro atinja o limite dessa autonomia”.
O único fator importante para a maioria dos proprietários de Rolls-Royce é se o carro se parece com um Rolls quando você está no banco de trás. Ele ainda é silencioso como uma tumba por dentro (mais ainda, graças à ausência total de ruídos do motor), ainda é suave como faca quente na manteiga e ainda tem os adoráveis guarda-chuvas na porta, mesinhas dobráveis, sistema de DVD e portas suicidas (não se preocupe com os politicamente-corretos, a Rolls-Royce é a Rolls, e ainda pode chamá-las de “suicidas”).
Como o objetivo desta barcaça verde não é exibicionismo, a Rolls-Royce não planeja vendê-lo nos próximos cinco anos. Pelo contrário, ele serve para mostrar aos clientes Rolls-Royce como será um futuro distante. E quando você está lidando com clientes tão conservadores – é melhor começar o processo bem cedo.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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