Mesmo com visual esportivo e bons equipamentos, Dafra Apache não emplaca nas vendas no Brasil
por Rodrigo Machado
Auto Press
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A estratégia da Dafra com o lançamento da Apache no meio de 2010 era aparentemente simples. Disputar o segmento de modelos urbanos de baixa cilindrada com as japonesas e ganhar volume no mercado nacional. A expectativa era vender 2.500 unidades por mês e, dessa forma, aumentar em cerca de 50% a sua participação.
Não foi, entretanto, o que aconteceu. Após um ano e meio, a Apache 150 cm³ mal alcançou a metade da previsão inicial de vendas. Ao menos, a Dafra pode se consolar com o aumento de cerca de 20% nas vendas do modelo na comparação entre os anos.Atualmente, a Apache vende cerca de 1.200 unidades por mês em 2011, com um pico de 1.724 exemplares em agosto. No ano passado, a conta apontava para algo próximo das mil motos emplacadas a cada mês. Resultado: a fatia que a Dafra detém no Brasil minguou. Em maio do ano passado – época do lançamento da moto –, a fabricante brasileira tinha cerca de 2,8% do mercado. Hoje, tem 15% a menos, ou 2,4% de participação.
E isso mesmo com um produto bastante competitivo em relação às concorrentes diretas, como Honda CG 150 Titan e Yamaha YBR Factor e Suzuki GSR 150i. A Apache é um projeto da marca indiana TVS – inclusive nem tem a logo da Dafra. Entretanto, através de uma parceria com a marca brasileira, o modelo está sendo montado em Manaus.
O preço já um dos apelos principais. A Apache custa R$ 6.390, contra R$ 6.890 da CG e R$ 6.851 da YBR – que tem motor de 125 cc. Além disso, a moto aposta em um desenho bastante esportivo. A dianteira conta com um farol bem largo, que ocupa boa área, rodeado por uma carenagem com acabamento escuro na parte superior. O aspecto esportivo continua na lateral graças aos pedaços de carenagem que se sobrassaem a partir do tanque de combustível. O para-lama dianteiro é pintado em duas cores e uma pequena carenagem cobre a base do motor. Na traseira, destaca-se a lanterna com luzes em led. Também chama a atenção a faixa que percorre toda a moto.
Entre os equipamentos, a Dafra é completinha. Traz cavalete central, apoio lateral, partida elétrica, mesa de alumínio e freio dianteiro a disco. A parte mais chamativa é o painel de instrumentos, que parece ter vindo de um moto de categoria superior. Ele tem conta-giros analógico, velocímetro digital e até computador de bordo.
Na parte mecânica, a Apache não sai do tradicional. O motor é um monocilíndrico de 147,5 cc, com refrigeração a ar e alimentação por carburador – das concorrentes, apenas a Honda tem injeção eletrônica. No total, são 14 cv de potência a 8 mil rotações e 1,2 kgfm de torque a 6 mil giros. Com isso, a TVS indica um desempenho aceitável. O zero a 60 km/h é prometido em 6 segundos e 118 km/h de velocidade máxima. O chassi tem berço duplo, enquanto que a suspensão traseira tem amortecedores a gás para compensar o pequeno curso de apenas 50 mm. Ou seja, com um produto bom em mãos, talvez tenha faltado apenas tradição no mercado para que a Apache atacasse o mercado com mais força.
Impressões ao pilotar
Sem destino
por Eduardo Rocha
Auto Press
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Em um primeiro olhar, a Apache tinha tudo para se dar bem no mercado brasileiro. É bem acabada, tem visual esportivo e mostra um desempenho eficiente. O problema é que a moto ficou no meio do caminho: não é conhecida o bastante para ganhar os motoboys nos mercados de Sul e Sudeste nem é barata o suficiente para seduzir uma parte da emergente classe D nordestina, que ajudou a forjar o maior mercado de duas rodas do país – e se refestela com Traxx e Honda Pop, modelos bem mais em conta. Talvez a perda do passe do “garoto-propaganda” favorito da meninada Luciano Huck, que foi anunciar motos da Honda, tenha sido um golpe duro e ainda não absorvido pela moto da TVS/Dafra.
Mas, além do marketing, a Apache cumpre tudo o que promete. As acelerações e retomadas são feitas com razoável vigor. O comportamento da moto em curvas transmite uma boa segurança para quem pilota – embora com garupa, mesmo leve, a dirigibilidade fique comprometida. Nas frenagens, a Apache também apresentou um bom equilíbrio e não mostrou tendência de entortar a traseira nem travar a roda dianteira. Apesar da pintura de guerra, a posição de pilotagem não é tão forçada quanto numa verdadeira esportiva. A postura mais ereta do piloto até ajuda na movimentação entre os carros nas áreas urbanas. O problema é que a Apache apresenta poucos argumentos para superar as rivais japonesas. Inclusive em relação à tecnologia: Honda e Suzuki são injetadas enquanto a motocicleta que veio da Índia ainda é carburada.
Ficha técnica
Dafra Apache 150
Motor: A gasolina, quatro tempos, 147,5 cm³, monocilíndrico, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Alimentação por carburador.
Câmbio: Manual de cinco marchas.
Potência máxima: 14 cv a 8 mil rpm.
Torque máximo: 1,2 kgfm a 5.500 rpm
Diâmetro e curso: 57,0 mm X 57,8 mm.
Taxa de compressão: 9,5:1.
Suspensão: Dianteira do tipo telescópica, com 105 mm de curso. Traseira com monotubo invertido e amortecedor a gás, com curso de 50 mm.
Pneus: 90/90 R17 na frente e 100/80 R18 atrás.
Freios: Disco simples na frente e tambor atrás.
Dimensões: 2,02 metros de comprimento total, 0,73 m de largura, 1,10 m de altura, 1,30 m de distância entre-eixos, 0,18 m de altura do solo e 0,79 m de altura do assento.
Peso: 136 kg.
Tanque do combustível: 16 l.
Produção: Manaus, Amazônia.
Lançamento: 2010.
Preço: R$ 6.390.
Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br
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