19 de set. de 2011

Jenson Button, o Sr. Destino por Rafael Lopes

Jenson Button
Nestes dias, eu me peguei lembrando da temporada 2008 da Fórmula 1. Em uma fraca Honda, que penava para pontuar e ter um bom desempenho, Jenson Button parecia perto do fim de sua carreira.
O contrato do inglês com a equipe japonesa se encerrava no fim daquele ano e nada indicava que ele seria renovado – o time acabou falindo. Até a imprensa inglesa, que sempre esteve ao lado do piloto, o esquecia, no auge da “Hamiltonmania” em seu país – aumentada por seu primeiro título mundial. Então com apenas uma vitória (no GP da Hungria de 2006), o ciclo de Button parecia estar se encerrando. Entretanto, o destino não quis assim.
A falência da Honda acabou mudando tudo para Button. Ross Brawn conseguiu reerguer a equipe antes da temporada 2009 e o manteve ao lado de Rubens Barrichello. E o resto da história todos já sabem: o inglês fez um início de ano absolutamente dominador, venceu seis corridas e levou o título mundial, algo que já parecia fora de alcance em sua carreira. A conquista abriu portas e ele assinou com a McLaren para 2010. Muita gente, inclusive eu, achou que seria um tiro no pé. Afinal, ele teria de lidar com uma estrutura montada em torno de Lewis Hamilton, contratado do time desde as categorias de base. Seria mais um grande desafio.
Jenson Button
Só que sua personalidade acabou sendo um trunfo na McLaren. Considerado um gentleman na categoria, Button trabalhou em silêncio no início. Ciente do desafio interno que teria de enfrentar, manteve um ótimo ambiente com o companheiro Hamilton. Os dois acabariam travando boas disputas, mas conseguiram manter o bom ambiente interno. Alguns problemas o tiraram da briga pelo bicampeonato em 2010, mas ele conseguiu provar seu valor. Seu estilo limpo de pilotagem, que cuida bem dos pneus, acabou se revelando um trunfo em uma época sem o reabastecimento e, neste ano, com os novos Pirelli, que se desgastam mais rapidamente.

Apesar de não ter vencido, seu desempenho nos GPs da Bélgica e da Itália foram dignos de elogios. Em Spa, Button não conseguiu uma boa posição de largada, mas escolheu a melhor tática, fez ultrapassagens e subiu ao pódio em terceiro. Em Monza, a estratégia foi acertada, mais uma vez, e ele ficou em segundo após belíssimas manobras para superar Hamilton, Michael Schumacher (por fora na Variante Ascari) e Fernando Alonso. O desempenho do inglês impressiona em 2011. Depois do inalcançável Vettel, que deve levar o bicampeonato em uma das duas próximas corridas (Cingapura e Japão), ele é o melhor piloto desta temporada.
Jenson Button
Se o estilo de Jenson Button não é dos mais exuberantes (leia-se: com arrojo em excesso), a inteligência em sua pilotagem impressiona. Ele sempre é frio e preciso na hora de escolher sua tática de corrida, além de calculista nas disputas, sem assumir riscos desnecessários. Estas características me lembram do francês Alain Prost, o “Professor”. Para mim, o inglês é o grande herdeiro da forma de pilotar do tetracampeão. A classe ao conduzir o carro na pista é bastante parecida. Assim como gosto de ver pilotos arrojados nas provas, também valorizo aqueles mais clássicos, que correm de forma cerebral. É o caso do inglês da McLaren.
O fato é que o estilo de Button, dentro e fora das pistas, acabou conquistando a McLaren. Pouco a pouco, ela ouve mais o inglês, que conseguiu mudar a preferência natural por Hamilton, que cresceu dentro do time. Motivado, ele vai ficar – pelo menos – mais um ano (a opção deve ser feita nas próximas semanas, com direito a um aumento de salário). Só que Martin Whitmarsh, chefe da equipe inglesa, já disse ter a intenção de fechar um contrato vitalício com o campeão de 2009. Segundo ele, as qualidades de Button são essenciais para o desenvolvimento de vários projetos da marca. A curto prazo, o piloto inglês vai brigar forte pelo vice em 2011 e, sem dúvidas, entra como um dos fortes candidatos ao título de 2012. Alguém duvida?.
Jenson Button

Fonte: voandobaixo
Disponível no(a)http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo

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