O motor 1.4 tem 122 cv, mas não é isso que importa: o bom torque e o baixo peso tornam o A1 tão divertido quanto um esportivo. Rodas de 17 polegadas, lanternas de LEDs e arcos do teto que podem ser personalizados completam o pacote |
Aponte a dianteira para a curva. E a resposta será imediata
Os 122 cv do 1.4 TFSI com injeção direta não impressionam (o Uno Turbo produzia 4 cv a menos com a mesma capacidade cúbica há 15 anos), mas o número-chave é o torque: 20,4 mkgf, adequados para empurrar os cerca de 1.100 kg do carro. A aceleração de 0 a 100km/h em 8,9 s não fará seu nariz sangrar, mas manterá o Mini Cooper 1.6 em seu retrovisor. A máxima de 203 km/h, idem. Para garantir a diversão, coloque o câmbio no modo Sport, que mantém o motor cheio, girando acima de 3.500 rpm e aperte o pedal da direita. A rapidez da caixa S-tronic é um dos pontos fortes dos Audi, e as trocas a 6.500 rpm produzem um ronco interessante, mas que poderia ser mais intenso, a julgar pela bela ponteira de escapamento dupla, dois cilindros gordos à la Gol GT 84, já que estamos sendo saudosistas.
MINIPIZZA
Chegou a curva? As reduções feitas com a borboleta esquerda ajudam a segurar o carro, e os freios a disco com ABS nas quatro rodas, com direito a minipizzas de 288 mm na dianteira, transmitem segurança. Aponte a frente com a direção elétrica, rápida e precisa, e a resposta é imediata. Uma tradição negativa dos Audi são direções pesadas demais em curvas de baixa, um traço felizmente ausente no A1. Em compensação, em velocidades acima de 140 km/h, o volante fica um pouco bobo nas mãos - o modo Sport resolve o problema ao recalibrar a direção elétrica.
No limite, o A1 deixa a traseira rolar, como os carros de competição com tração dianteira. Tire o pé do acelerador no meio da curva e a traseira gira, ajudando a reduzir o raio do contorno. Consequência talvez do calor de 35° C no dia do teste, o A1 parecia ter pneus menores que os Goodyear Efficient Grip 215/40 R17 - o carro começava a perder aderência relativamente cedo. Mas esse comportamento era esperado: o A1 traz uma proposta menos hardcore que a de um Mini Cooper S com sua suspensão mais macia. Na estrada, temos um puro Audi: sólido e silencioso a ponto de gerar sensação de isolamento.
A Audi, como sempre, não abre mão de uma boca grande com suas quatro argolas. Lanternas e faróis são elementos muito significativos no estilo do A1. Toda a iluminação é muito marcante e está na imaginação da Audi de trabalhar com elementos mais modernos. A faixa clara do arco do teto lembra os carros americanos da década de 1950. O interior com duas cores predominantes, o grafite e o cinza claro, é nota 10. Lembra a cabine de um avião. O painel tem formato absolutamente ergonômico, é possível movimentar braços e joelhos sem restrição. A iluminação também é um recurso importante internamente, pois as luzes vermelhas destacam as formas dos componentes. Outra coisa que chama a atenção são as saídas de ar, que parecem turbinas. |
Os materiais de acabamento são dignos de Audi mais caros. E os detalhes, como a maçaneta interna, sugerem que a marca investiu tempo e energia na construção do carro |
O painel exibe materiais superiores aos do A3, talvez fruto do projeto mais recente do A1. Os detalhes são caprichados como em todo Audi, com destaque para o volante de couro com ótima pegada. Couro, todavia, ausente nos bancos - a R$ 90 mil, queremos o insuperável cheiro de pele de vacas mortas no interior do carro. Outro destaque do interior é a tela interativa retrátil no centro do painel e que pode incluir sistema de navegação por GPS quando as vendas do A1 se iniciarem no Brasil, em março. Os acabamentos coloridos nas saídas de ar e os arcos do teto são customizáveis e podem ser pedidos em diversas cores. O prazo de entrega de um A1 personalizado é de três meses. No banco de trás, espaço somente para dois - há um console central onde uma hipotética terceira bunda repousaria. O espaço para cabeças, porém, é ínfimo. Meu coco, a 177 cm do chão, bate no teto tanto na parte superior quanto na lateral. O porta-malas de 267 litros, em compensação, é mais amplo que o do Mini, e o banco traseiro é rebatível.
Há um A1 no seu futuro? Depende. Por aqui, a Audi parece preferir operar sobre margem do que sobre volume, vendendo apenas versões de topo e resistindo à tentação de retirar equipamentos para oferecer preços mais competitivos. Nossa sugestão, Audi: quebre seus paradigmas e retire a longa lista de equipamentos caros e inúteis do A1 (aquecimento dos bancos e os 2.947 air bags são um bom começo). Troque a complexa caixa S-tronic de duas embreagens por um honesto câmbio manual de 6 marchas e derrube o preço para uns R$ 70 mil. Vai vender como pão quente.
Fonte:caranddriverbrasil
Disponível no(a):http://caranddriverbrasil.uol.com.br
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